tag:blogger.com,1999:blog-2969450130812628562024-03-12T22:05:22.319-03:00Filosofia Espiritualidade PsicanáliseFilosofia
Espiritualidade
PsicanáliseIrenio Silveira Chaveshttp://www.blogger.com/profile/06134191370907062665noreply@blogger.comBlogger591125tag:blogger.com,1999:blog-296945013081262856.post-61139201493540434972023-09-09T10:23:00.001-03:002023-09-09T10:23:42.715-03:00Justiça Ambiental: desigualdade, desproporcionalidade e responsabilidade dos riscos / Environmental Justice: inequality, disproportionality and responsibility for risks / Justicia Ambiental: desigualdad, desproporcionalidad y responsabilidad por los riesgos<p><span style="text-align: justify;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjs5UgcI_3VtAkn07PDi3K8rlD7qE5eJhTdzg_2LnWMrsbMmsXL1H2EK_T_bWMNFa9peePSOQu0Vx1J_RYO4FUpqYR71LC9vwPct2xf_4TEqp5MXyJDVQz0443KiNDkOClwHACukJ0mwYQgYYFnRZdJCrEmEHvfkTa19ChEAKR8QLJiIk-Wy3Sm_EFVUMqA/s750/Natureza%204.jpeg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="750" data-original-width="499" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjs5UgcI_3VtAkn07PDi3K8rlD7qE5eJhTdzg_2LnWMrsbMmsXL1H2EK_T_bWMNFa9peePSOQu0Vx1J_RYO4FUpqYR71LC9vwPct2xf_4TEqp5MXyJDVQz0443KiNDkOClwHACukJ0mwYQgYYFnRZdJCrEmEHvfkTa19ChEAKR8QLJiIk-Wy3Sm_EFVUMqA/w133-h200/Natureza%204.jpeg" width="133" /></a></div>Nos dias atuais, assistimos a
biodiversidade ser perdida em velocidade nunca vista antes. O futuro de nossas
crianças e jovens está ameaçado pelas consequências das mudanças climáticas. É
urgente que haja uma mudança de mentalidade a fim de que haja tratamento justo
na distribuição de oportunidades entre todas as criaturas. A Justiça nos chama
a uma conversão de natureza ecológica. À medida que nos juntarmos a esse rio
poderoso de Justiça e Paz criamos esperança de um mundo melhor para todos e
todas.<p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Para reverter o atual cenário da
crise ambiental, as ações individuais não são suficientes, embora
imprescindíveis. Precisamos de um poderoso movimento de Justiça, aliada à Paz,
a fim de cobrar as ações de governos e do setor produtivo por mudanças. Esses são
os principais responsáveis pela emissão dos gases poluentes e de resíduos que
são lançados na natureza, bem como pelas políticas públicas que envolvem a
preservação do meio ambiente.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">A Justiça ambiental, que também é
social, climática, hídrica e alimentar, envolve o pagamento de dívidas
históricas. As conferências do clima promovidas pela ONU já reconheceram que,
em nível global, as nações com mais poder e controle da riqueza têm o dever de
lidar de forma justa e honesta em favor das comunidades que mais sofrem com os
fenômenos ambientais e climáticos.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Preservar a biodiversidade,
manter a expectativa de aumento do clima do planeta abaixo de 1,5° C de
aquecimento global, promover responsabilização dos danos ecológicos, garantir
acesso a direitos às comunidades mais afetadas pelos fenômenos climáticos e
ambientais, buscar soluções justas e urgentes para acesso à água e à
alimentação para todos e todas. Essas são ações que reacendem a esperança de um
mundo melhor para todos e todas, para que um rio poderoso de justiça e paz
inunde a vida no planeta.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">O profeta Isaías anunciou no
passado que Deus estava realizando uma grande obra de Justiça para toda a humanidade:
<i style="mso-bidi-font-style: normal;">“Pois estou prestes a realizar algo novo.
Vejam, já comecei! Não percebem? Abrirei um caminho no meio do deserto, farei
rios na terra seca”</i> (Isaías 43.19). Sua misericórdia, bondade e amor, que
são os Seus modos fazer Justiça, iriam fluir em abundância até nos desertos.
Nos lugares onde há desigualdade e onde os riscos recaem mais sobre os
oprimidos e carentes, ali vai jorrar o manancial de Justiça e de Paz que vêm do
Senhor.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Somos convidados a nos juntarmos
a esse rio de justiça e de paz em favor da criação e fazer convergir todos os
nossos esforços em favor de uma nova mentalidade em que todos e todas tenham
direito à Justiça ambiental, à Justiça climática, à Justiça hídrica e à Justiça
alimentar. Como os afluentes se unem para formar um caudaloso rio, assim
devemos agir juntos para que a Justiça e a paz fluam de forma poderosa.<o:p></o:p></p>Irenio Silveira Chaveshttp://www.blogger.com/profile/06134191370907062665noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-296945013081262856.post-7478498266541591952023-06-29T22:13:00.002-03:002023-06-29T22:17:51.904-03:00Diante da finitude / Facing finitude / Frente a la finitud<p><i></i></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><i><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiR99qefIYVjAyO3kNr86lY8tQ0nuzKRxqTog2ncFyxfhU-trZVCB2Tj6wgDFoXUQpForK6A-YjVoJq6mge2XJ_0SHGi13Z1wg4psqmSBij5W8gVjH5W6Qj8ZaaeIPbX8_N8PCHra8NVb2I7w-16bXFgHxQPclRF8T-tLTUIGu8Ot_rWoeVj0QSJtejR_OH/s600/Folha%20Seca%201.jpeg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="400" data-original-width="600" height="133" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiR99qefIYVjAyO3kNr86lY8tQ0nuzKRxqTog2ncFyxfhU-trZVCB2Tj6wgDFoXUQpForK6A-YjVoJq6mge2XJ_0SHGi13Z1wg4psqmSBij5W8gVjH5W6Qj8ZaaeIPbX8_N8PCHra8NVb2I7w-16bXFgHxQPclRF8T-tLTUIGu8Ot_rWoeVj0QSJtejR_OH/w200-h133/Folha%20Seca%201.jpeg" width="200" /></a></i></div><i>“<span style="background: white;">Lembra-te de como é passageira a minha vida. Terás
criado em vão todos os homens?”</span></i><span style="background: white;"> (</span>Salmos
89.47).<p></p>
<p class="MsoNormal">Em pleno século 21, a humanidade ainda não aprendeu a lidar
com a morte, embora seja uma realidade tão presente na vida de nossas famílias
e de nossa sociedade, seja pela sua chegada lenta ou sorrateira, seja pelo seu
acometimento súbito. As novas tecnologias podem até ajudar a controlar sua
proximidade, mas não podem evitar que ela aconteça.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">A morte não pode ser tratada como uma mera separação entre
corpo e mente ou alma. Ela marca o fim de uma existência. Todos nós sabemos que
a vida não dura para sempre, porém temos muita dificuldade para lidar com a
proximidade da morte. O limite da vida do de ser é conhecido em filosofia e
psicologia como finitude. É a característica do que é finito. O sentido de
finitude nos ajuda a compreender melhor o valor da vida e a aprender a como
aproveitar as oportunidades que ela os traz. Encarar a finitude é enfrentar a
realidade da vida sem ilusões.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language: PT;">Freud argumenta
que o modo civilizado com que temos tratado a morte tem dado lugar a um
sentimento e a uma necessidade de vivermos além dos nossos recursos. A nossa
vida é única e breve e, por mais que possamos tentar evitar a proximidade do
seu fim, precisamos aproveitar melhor o nosso tempo de vida. Quando passamos a
olhar a vida e a morte com mais naturalidade e admitimos a transitoriedade e a
brevidade da vida, podemos agir com mais autenticidade, mais amor e mais
coragem.</span><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language: PT;">A Bíblia afirma
que a pessoa sábia pensa na morte. “<i>Quem só pensa em se divertir é tolo; quem
é sábio pensa também na morte” </i>(Eclesiastes 7.4 NTLH). O princípio bíblico
apresentado por Jesus é: morra para viver, e não apenas viva para morrer. Disse
Jesus: <i style="mso-bidi-font-style: normal;">“</i></span><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="background: white;">Pois quem quiser salvar a sua vida, a
perderá, mas quem perder a vida por minha causa, a encontrará”</span></i><span style="background: white;"> (</span>Mateus 16.25<span lang="PT" style="mso-ansi-language: PT;">). Pensar na morte é compreender que a vida é muito mais do que uma questão
de temporalidade.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal">Sêneca afirmou, em <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Sobre
a brevidade da vida</i>, que “não é da morte que temos medo, mas de pensar nela”.
Esse medo de pensar na morte tem mobilizado a vida da humanidade e alimentado o
sonho pela imortalidade. <span lang="PT" style="mso-ansi-language: PT;">“De todas
as coisas que movem o homem, uma das principais é o terror da morte”, disse
Ernest Becker, no livro <i style="mso-bidi-font-style: normal;">A negação da
morte</i>.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-fareast-language: PT-BR;">A questão que se
levanta é: como conduziríamos nossa vida se soubéssemos o dia em que ela irá
terminar? Quanto tempo ainda temos aqui para realizarmos tudo aquilo que
desejamos de bom para as pessoas que amamos?</span><span style="mso-ansi-language: PT;"> </span>Manuel Bandeira escreveu no poema Consoada: <span lang="PT" style="mso-ansi-language: PT;">“</span>Quando a Indesejada das gentes chegar /
(Não sei se dura ou caroável), / Talvez eu tenha medo, / Talvez sorria, ou
diga: / – Alô, iniludível! / O meu dia foi bom, pode a noite descer. / (A noite
com os seus sortilégios.) / Encontrará lavrado o campo, a casa limpa, / A mesa
posta, Com cada coisa em seu lugar”.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Diante da certeza da finitude, a melhor decisão que podemos
tomar é investir no que vai durar para sempre. Uma vez que não ficaremos aqui de
forma permanente, muitas preocupações que temos se mostram desnecessárias,
principalmente em relação ao futuro.<span style="mso-ansi-language: PT;"> <span lang="PT">“Nunca tenha medo de confiar um futuro desconhecido a um Deus conhecido”.
Essa frase é de Corie Ten Boom, uma sobrevivente do Nazismo.</span></span><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="background: white;">“</span><span style="background: rgb(250, 254, 254);">O ciclo vida e morte é um duro aprendizado. Nós,
maus alunos”, argumenta Lya Luft, no artigo O ciclo da vida, publicado na
Revista <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Veja</i> de 27 de agosto de 2014.
<span style="font-family: inherit;">Temos em nós mesmos o desejo pela eternidade.</span></span><span style="font-family: inherit;"><span style="mso-ansi-language: PT;"> </span><span lang="PT" style="mso-ansi-language: PT;">Ao comentar essa constatação, C.S. Lewis argumenta: “</span>Eu descobri em mim mesmo desejos os quais nada nesta Terra pode
satisfazer. A única explicação lógica é que eu fui feito para outro mundo”.</span><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-fareast-language: PT-BR;">A sensação de que
aqui não é o nosso lugar só pode ter uma explicação: fomos gerados por um amor
eterno e para desejarmos a eternidade. Uma vida que anseia pela eternidade
encara as circunstâncias da vida com maior esperança. E isso conduz a um modo
de vida que possa fazer valer a penas desfrutarmos do tempo que temos aqui.</span><span lang="PT" style="mso-ansi-language: PT;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"></p><p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language: PT;">“</span><span style="background: white;">Não podemos viver o quanto queremos, e morreremos
mesmo se não quisermos”, afirmou Santo Agostinho. Foi ele mesmo que fez a
conhecida oração sobre a morte: “A <span style="border: 1pt none windowtext; mso-border-alt: none windowtext 0cm; padding: 0cm;">morte </span>não é nada. Apenas
fiz a passagem para o outro lado: é como se estivesse escondido no quarto ao
lado. Eu sempre serei eu e tu serás sempre tu. O que éramos antes um para o
outro o somos ainda”. Diante da realidade da morte, só nos resta viver de modo
digno enquanto ela não chega.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="background: rgb(250, 254, 254);">No livro <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Um mês para viver</i>, os autores Kerry e
Chris Shook propõem um exercício prático durante 30 dias para refletir sobre
como poderíamos viver de forma </span><span lang="PT" style="mso-ansi-language: PT;">apaixonada, completamente amorosa, aprendendo humildemente e agindo
corajosamente. A ideia é viver de tal modo como se cada momento fosse o último
da vida. Isso implica uma nova atitude marcada pelo amor, pelo perdão, pela
integridade e pelo ensusiasmo. Essa reflexão sobre a finitude tem o poder de
gerar mais vida.</span></p><p></p>Irenio Silveira Chaveshttp://www.blogger.com/profile/06134191370907062665noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-296945013081262856.post-69119620476244011862023-06-06T10:39:00.002-03:002023-06-06T10:39:13.555-03:00Desafio para a obra missionária: o lugar do outro / Challenge for missionary work: the place of the other / Desafío para la obra misionera: el lugar del otro<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiL2B6O2wyDPLxTbWqM_Oo7i-wF9XA1J2bHr8KzCQ0RgtPWSZ3XGDGMjdgbY40kUFho76732-JS_JVNiNzk72FqWiYKvza7BwPwDGP10j1dM48glfdAuS-O-hm_GS2E2pY92cD8RfrV0hQ-xtStQ0ov3BFbbCN3ZrfGCZuuGmEo9udyetOTFXja9bm2LQ/s750/O%20outro%202.jpeg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="750" data-original-width="497" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiL2B6O2wyDPLxTbWqM_Oo7i-wF9XA1J2bHr8KzCQ0RgtPWSZ3XGDGMjdgbY40kUFho76732-JS_JVNiNzk72FqWiYKvza7BwPwDGP10j1dM48glfdAuS-O-hm_GS2E2pY92cD8RfrV0hQ-xtStQ0ov3BFbbCN3ZrfGCZuuGmEo9udyetOTFXja9bm2LQ/w133-h200/O%20outro%202.jpeg" width="133" /></a></div>A obra missionária, tal como a conhecemos hoje, é resultado
de estratégias que o cristianismo desenvolveu a partir da colonização. As
atividades missionárias, via de regra, são definidas com termos retirados das
práticas de intervenção desenvolvidas pelo colonialismo ocidental. Expressões
como cruzada, conquista e campo missionário são representativas dessa forma de
lidar com a evangelização mundial.<p></p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">O maior desafio da obra missionária em pleno século 21 é
resgatar o sentido do envio que está presente no discurso de Jesus e dos
primeiros cristãos. Não se tratava de implantar um domínio ou um novo princípio
moral, mas de se viver o evangelho da graça de forma plena no contexto de uma
nova cultura como testemunhas do amor de Deus. Por essa razão, os primeiros
seguidores de Jesus foram chamados de cristãos, por serem as melhores
representações de Cristo no mundo.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Fazer missão é fazer um movimento na direção do outro, para
dentro de sua realidade concreta de vida no mundo. A principal tarefa da obra
missionária, que é evangelizar, não se restringe a conquistar novos adeptos
para a religião cristã. Evangelizar é anunciar a boa notícia de que uma nova
vida é possível.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">O mundo em que a igreja está inserida é completamente
diferente tanto dos cristãos primitivos quanto da época das conquistas
territoriais do Ocidente e do desenvolvimento das estratégias de missões
modernas. Entretanto, a demanda por uma igreja que esteja em sintonia com as
necessidades das pessoas permanece como um incômodo chamado para repensar o
modo como realizamos a obra missionária hoje.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">A igreja é a comunidade dos que são chamados a sair de sua
posição de conforto e fazer um movimento para dentro do mundo, não para fora ou
para longe dele. A palavra grega <i style="mso-bidi-font-style: normal;">ekklesia</i>
lembra isso. Ela é iniciada com a preposição <i style="mso-bidi-font-style: normal;">ek-</i>, que tem o sentido de um movimento para fora.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">A igreja se reúne para orar uns pelos outros, para cuidar
uns dos outros, para encorajar uns aos outros e para instruir uns aos outros.
Mas o espaço de reunião não é seu local de permanência. A igreja não existe
para viver enclausurada num lugar sagrado. Ela existe para fazer diferença no
mundo. A igreja só é igreja quando faz o movimento em direção ao outro em suas
condições concretas de vida no mundo.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Quais são os desafios para a evangelização mundial e para a
obra missionária no mundo atual? Podemos alistar algumas:<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">- Restaurar a dignidade humana.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">- Promover justiça.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">- Semear a paz.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">- Reacender a esperança.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">- Praticar o amor fraternal.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">- Cuidar da vida em todas as suas formas e expressões.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Em resumo, o maior desafio da obra missionária em pleno
século 21 é levar paz, consolo e esperança para quem enfrenta situações que
colocam a vida em risco. Temas como mudanças climática, ameaças de guerra, fome
e crise migratória demandam atitudes que emanam do evangelho da graça.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Quem almeja realizar a obra missionária tem o dever de estar
antenado e bem informado sobre o que faz o outro sofrer. As causas do
sofrimento não são apenas circunstanciais, mas também estruturais. O chamado de
Jesus para missões implica levantar os olhos e ver os campos prontos para a
colheita, sentir compaixão das pessoas que andam errantes como ovelhas sem
pastor, ir às cidades pregar a boa nova do Reino de Deus. O mundo mudou, mas o
chamado continua o mesmo.<o:p></o:p></p>Irenio Silveira Chaveshttp://www.blogger.com/profile/06134191370907062665noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-296945013081262856.post-64288729138388964232023-05-05T20:56:00.005-03:002023-05-05T20:56:50.705-03:00O que fazer quando falta respeito em família? / What to do when there is no respect in the family? / ¿Qué hacer cuando no hay respeto en la familia?<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjMjkfjY3Ri2A5uXsxIk2y68iCTUdDYcZn4N1TdEAHs4HhLftzPWmGM5xF_FY8z1fZ1Vk1kzZeBVACK5e6cYzhL3fpglmp55QvkM098hgwn8uz7e_PJLoAzB2qocpHMuEZceqfD8dc6OBXFmZFvymzquRUvyhk-gzjXdH8e8xjR6z2ubaxzgo6qo8J5Rw/s1300/Fam%C3%ADlia%208.jpeg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="870" data-original-width="1300" height="134" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjMjkfjY3Ri2A5uXsxIk2y68iCTUdDYcZn4N1TdEAHs4HhLftzPWmGM5xF_FY8z1fZ1Vk1kzZeBVACK5e6cYzhL3fpglmp55QvkM098hgwn8uz7e_PJLoAzB2qocpHMuEZceqfD8dc6OBXFmZFvymzquRUvyhk-gzjXdH8e8xjR6z2ubaxzgo6qo8J5Rw/w200-h134/Fam%C3%ADlia%208.jpeg" width="200" /></a></div>O que fazer quando o conflito se aloja na família e se torna
um problema permanente?<p></p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Famílias podem passar por conflitos por vários motivos e
esses mesmos conflitos podem ser intensificados por vários fatores. Podem ser
incompatibilidades de temperamento, questões financeiras, aspectos econômicos,
comportamento crítico, injustiças, divergências de opinião e até interesses e
formas de manipular o outro. Nenhuma família está livre de passar por essas
situações.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">A maneira como a família enfrenta seus conflitos pode também
variar. Algumas situações podem ser toleradas, outras podem ser resolvidas a
partir da negociação e do diálogo, mas há aquelas que podem persistir por muito
tempo. Quando se procura investigar a causa de um conflito, invariavelmente se
descobre que a raiz do problema se encontra no fato de que alguém se sente
desrespeitado.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">O desrespeito é a principal causa de desentendimento em
família. Principalmente quando envolve negócios em família ou atividades que
envolvem a todos, as possibilidades de que alguém venha decepcionar, incomodar
ou até provocar mágoas e ressentimentos são enormes.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">O que pode fazer com que alguém se sinta desrespeitado em
família? Veja alguns fatores:<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">a) Quando suas ideias, opiniões e conselhos não são
reconhecidos.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">b) Quando os membros de menor status social são desprezados
pelos de maior status.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">c) Quando não recebem apoio ou empatia nas horas de
dificuldade.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">d) Quando seus esforços não são recompensados.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">e) Quando são criticados ou humilhados em público.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">f) Quando não se tem acesso às informações mais comuns.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">g) Quando são comparados de forma inferior a outros membros
da família.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">h) Quando são tratados com indiferença e preconceito.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Todos nós podemos tanto incorrer nessas condutas como também
podemos ser desrespeitados. Até mesmos nossas atitudes desrespeitosas podem
passar despercebidas por algum tempo. Isso pode desencadear atitudes que
provocam problemas emocionais e de saúde mental, como mágoas, ressentimentos e
agressividades que vão requerer muito esforço para serem superados. Quanto mais
rápido os problemas forem identificados, melhores são as chances de se
resolvê-los antes que o ambiente piore e se torne insuportável a convivência.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Precisamos conversar mais sobre a construção de uma cultura
familiar de respeito mútuo. Quando as pessoas se sentem respeitadas e acolhidas
em sua própria família, elas têm melhores condições de lidar com seus conflitos
pessoais. Conviver em um ambiente dominando por fatores conflitantes é
extremamente estressante e pode provocar sintomas de ansiedade. Por isso, é
fundamental a prática do diálogo e a abertura de canais de comunicação em que
os membros da família se sintam a vontade para falar dos problemas que
enfrentam.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">A Bíblia está repleta de história de famílias que passaram
por conflitos que se tornaram permanentes, alguns com resultados desastrosos. É
o caso da família de Adão e Eva, de Noé, de Abraão, de Jacó, de Davi e tantos
outros que, apesar de serem reconhecidos como heróis da fé, não ficaram imunes
aos conflitos familiares.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Salomão é um dos personagens bíblicos que tiveram uma
família que enfrentou muitos conflitos. A maneira que ele encontrou para lidar
com seus problemas ficou registrada no livro de Provérbios. Nele, Salomão
abordou diversas situações que envolvem a vida em família que precisam ser
revistas à luz das abordagens terapêuticas contemporâneas.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Ao ler algumas passagens do livro de Provérbios, podemos
encontrar diretrizes que nos ajudam a lidar com nossos próprios problemas. Ele
foi escrito como se um pai amoroso estivesse cuidando das relações familiares a
fim de formar uma cultura de respeito mútuo. suas considerações valem como
conselhos úteis para os nossos dias.<o:p></o:p></p>Irenio Silveira Chaveshttp://www.blogger.com/profile/06134191370907062665noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-296945013081262856.post-37977338567783254542023-04-03T10:24:00.011-03:002023-04-03T10:24:55.544-03:00Dimensão comunitária do discipulado: O que faz diferença no seguimento de Jesus / Community Dimension of Discipleship: What Makes a Difference in Following Jesus / Dimensión comunitaria del discipulado: lo que marca la diferencia en el seguimiento de Jesús<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7fXj1SSmCfff5lyfuE15BNHmYQGNiddgSMLBw__B83fXAdc8lfbeLyS8txmQVkllsb0yfzVtS3okA9QxLsGjxWqlkm1IqKcBQy2VsjVafBGgVlNIXYxwqWPrq0kBWAAMy-R3scbA8VPW_UkEKnooN-59GXyqavCejHTgULBccpnZvxVmVub2XtLbfRA/s750/Amenhecer%201.jpeg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="750" data-original-width="500" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7fXj1SSmCfff5lyfuE15BNHmYQGNiddgSMLBw__B83fXAdc8lfbeLyS8txmQVkllsb0yfzVtS3okA9QxLsGjxWqlkm1IqKcBQy2VsjVafBGgVlNIXYxwqWPrq0kBWAAMy-R3scbA8VPW_UkEKnooN-59GXyqavCejHTgULBccpnZvxVmVub2XtLbfRA/w133-h200/Amenhecer%201.jpeg" width="133" /></a></div>Discipulado é o modo como fazemos o seguimento de Jesus. Ser
discípulo de Jesus não é uma aventura solitária, embora sejamos responsáveis
pela maneira como seguimos Jesus. Não é ser um autodidata, embora envolva um
aprendizado. Não é ser um aluno receptor de informações, embora haja um Mestre.<p></p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Na verdade, ser discípulo é ser imitador de Jesus, alguém
que assume reproduzir em sua vida o caráter e o ensino de Jesus. Isso implica
tomar parte da comunidade daqueles e daquelas que seguem Jesus e se ajudam
mutuamente a se aperfeiçoar nisso a cada dia. Além disso, o discípulo é o melhor
exemplo de vida transformada pela graça que as pessoas à sua volta podem ter.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Os primeiros discípulos viviam em comunidade. Jesus
apresentou durante seus discursos dois tipos de convite: ele disse para alguns “segue-me”
e disse para uma multidão “vide a mim”. O convite “segue-me” exigia mudanças no
modo de viver e de orientar a vida. Tanto que muitos largaram tudo o que faziam
para seguir Jesus. Não era só uma mudança de hábitos ou costumes, mas de
valores e de estratégias de vida como a profissão e os relacionamentos.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">O convite “vinde a mim” foi dirigido a pessoas cansadas de
uma vida marcada pela opressão. Àqueles que andavam errantes como ovelhas sem
pastor, perdidas de si mesmo, agora poderiam aprender um novo modo de orientar
a vida com quem exercitava a humildade e a mansidão.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Nunca foi fácil seguir Jesus, nem para os primeiros
discípulos, nem para nós nesses tempos. Entretanto, Jesus sempre procurou
educar seus discípulos sobre o que significa segui-lo. E o fez ao longo da
caminhada realizada junto com eles. Jesus foi um mestre por excelência, fazendo
com que seus seguidores reproduzissem em suas vidas o seu próprio modo de
viver.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">O discipulado envolve novos hábitos, novo estilo de vida,
novos interesses, novas perspectivas, novo modo de pensar, nova forma de compreender
a vida, enfim, nova forma de ver o mundo. Não é um programa ou estratégia para
se fazer novos adeptos, mas um novo modo de ser e de agir no mundo.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Envolve um aprendizado que requer mudança de mentalidade.
Isso implica abandonar hábitos e concepções influenciados pela religião e pela
ideologia dominantes para dar lugar aos valores do Reino de Deus. Exige de cada
um o compromisso de ser a melhor expressão da graça de do amor de Deus por toda
a criação.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">O discípulo aprende em comunidade a dar novos significados a
práticas essenciais como a oração, o conhecimento das Escrituras, a vida em comunhão,
o testemunho público da fé e o cuidado uns com os outros. Normalmente,
aprendemos que a oração, a leitura da Bíblia, o compromisso com a igreja, o
testemunho e a prática do bem são atitudes individuais apenas. Mas elas
precisam ser compreendidas a partir de uma ótica comunitária, como ações que
visam o bem comum.<o:p></o:p></p>Irenio Silveira Chaveshttp://www.blogger.com/profile/06134191370907062665noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-296945013081262856.post-50851227082661949072023-03-11T10:33:00.002-03:002023-03-11T10:33:54.103-03:00Cartas para a igreja: as sete cartas do Apocalipse para hoje / Letters to the Church: The Seven Letters of Revelation for Today / Cartas a la Iglesia: Las siete cartas del Apocalipsis para hoy<p><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPvwPHMZ4gHXskSHuKIt5OEZNT5yabCGRSr8tR4mOJv8Rp_FE3NqtymLEK1CWSYB5vBY393BPVBSSUE5TqmYp6ZyThr3BCj6Zo1JaK90i8idOcn9AuBdud1JuKHIZivdPGrqVCpLaxVzqalqZ-3zq0T6aHU8FPsYiMTCxVcXYfcND0NIvdaSepEK3u4Q/s864/Sete%20igrejas.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; display: inline !important; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="500" data-original-width="864" height="116" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPvwPHMZ4gHXskSHuKIt5OEZNT5yabCGRSr8tR4mOJv8Rp_FE3NqtymLEK1CWSYB5vBY393BPVBSSUE5TqmYp6ZyThr3BCj6Zo1JaK90i8idOcn9AuBdud1JuKHIZivdPGrqVCpLaxVzqalqZ-3zq0T6aHU8FPsYiMTCxVcXYfcND0NIvdaSepEK3u4Q/w200-h116/Sete%20igrejas.jpg" width="200" /></a></p><p class="MsoNormal">O que Jesus diria para a igreja de hoje que vive no limiar
do fim dos tempos? A humanidade nunca viveu tão próxima de sua própria extinção.
Esse tema tem ocupado os meios de comunicação e acadêmicos há algum tempo, com
estudos, diagnósticos e até previsões de um fim catastrófico para a vida no
planeta.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Um desses recursos é o relógio do Apocalipse, um contador de
tempo simbólico que existe desde 1947 (criado pelo comitê que organiza o
Boletim dos Cientistas Atômicos da Universidade de Chicago), que aponta para o
fato de que vivemos a poucos minutos do fim catastrófico da vida no planeta
provocado por uma guerra nuclear. Esse relógio conta os minutos que falta para
o que chamam de “meia-noite”, o momento crucial para o qual convergem decisões
políticas, sociais, econômicas, diplomáticas e militares globais somados aos
acontecimentos ligados à mudança climática, pandemias, terrorismo e até o uso
de inteligência artificial.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">No começo do ano de 2023, o relógio do Apocalipse, também
chamado de Relógio do Juízo Final ou Doonsday Clock, chegou a apontar que
faltavam apenas 90 segundos para a catástrofe final que exterminaria com a
civilização, sobretudo após a invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro
de 2022. Desde 1991, quando o relógio marcava 17 minutos, esse tempo vem sendo
reduzido, indicando que vivemos o risco iminente de um conflito de proporções
globais. Nunca estivemos tão próximos da meia-noite. Isso tem levado a um apelo
insistente para que governos, órgãos de defesa, instituições que visam promover
a paz e até grupos humanitários atuem para que a ameaça de uma catástrofe
nuclear seja afastada.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">O que a igreja tem a ver com isso? Qual a mensagem que
cristãos e cristãs têm a dar para o mundo diante das crises globais? O que Jesus
diria para a sua igreja sobre como viver em comunhão, servir, testemunhar,
celebrar e até evangelizar em dias tão complexos? Essas questões nos remetem
para o final do século I da Era Comum, quando a fé cristã se deparou com situações
que lembravam os discursos escatológicos de Jesus nos evangelhos. Para aqueles
primeiros seguidores de Jesus, seria fácil presumir que viviam os tempos do
fim.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Eram tempos de perseguição, intolerância religiosa e até de
desigualdade social. A maioria dos frequentadores da igreja era de origem
escrava, despossuídos e excluídos da vida social. Mesmo assim, representavam
uma ameaça ao poder imperial romano, pois eram confundidos como subversivos em
relação às leis que obrigavam o culto ao imperador. Isso fez com que sofressem
a mais sangrenta perseguição da história do cristianismo.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Um importante documento dessa época encontra-se no livro do
Apocalipse de João. Em sua experiência com a revelação divina, o Apóstolo João
é orientado a escrever a sete igrejas de sua área de atuação a fim de que
cristãos e cristãs fossem consolados e encorajados a viverem a fé uma vez dada
aos santos sem desanimar. Trata-se de um trecho, abrangendo os capítulos 2 e 3,
que contém as sete cartas às igrejas do Apocalipse, ou sete cartas às igrejas da
Ásia Menor (atual Turquia), a região onde elas se encontravam.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">São pequenos recados, que continham elogios e exortações,
repreensões e promessas. Cada igreja vivia aqueles momentos angustiantes a
partir do lugar onde foram construídas, em suas inter-relações com a sociedade
e em suas condições internas de vida em comunidade. Para cada uma dessas
igrejas, João ressalta aspectos sobre como podemos enfrentar tempos difíceis
sem perder a fé e a esperança, sem deixar de se colocar como agentes da graça
num mundo onde há tanta maldade e engano.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">O que a comunidade da fé enfrentava não era o fim. Apesar da
dor, das perdas, do sofrimento, da perseguição, da insjustiça e da desigualdade
social, aquela situação não era final. A igreja precisava ser lembrada da
missão de Deus entregue a ela por Jesus, de ser testemunha da graça em qualquer
circunstância. Os problemas não tinham o poder de dar a palavra final sobre a
vida, sobre a prática do amor, sobre a disposição de seguir Jesus, sobre a vida
em comunhão, sobre a solidariedade, sobre a generosidade, sobre a vida cristã
autêntica e tantos outros temas tão caros à fé cristã, mais até do que
princípios doutrinários, tradições e dogmas.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Cristãos e cristãs precisam ser lembrados que quem tem a palavra
final sobre a vida é Deus, mesmo nos dias atuais. Embora vivamos o risco de um
fim iminente, a fé lembra que quem conduz o curso da história é Deus e a
esperança aponta para o fato de que no fim Ele já está lá. Como viver essa fé e
essa esperança como seguidores de Jesus hoje? As cartas do Apocalipse também
nos ensinam a conduzir a vida a partir dos ensinos de Jesus.<o:p></o:p></p>Irenio Silveira Chaveshttp://www.blogger.com/profile/06134191370907062665noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-296945013081262856.post-20336784832733574182023-01-08T17:50:00.005-03:002024-01-08T07:40:17.068-03:00Crime anunciado contra a democracia: o Estado brasileiro diante de sua principal ameaça, nosso 8 de janeiro / Announced crime against democracy: the Brazilian State facing its main threat / Crimen anunciado contra la democracia: el Estado brasileño frente a su principal amenaza<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhTBKh2IHlB6epGjIreEsdXl0MODM47-CKFT_ebMj9J6wLsVPqDQHn-5R78u8taCi2ufVnRVCqgw9ueQZZjJ64FNzB8NwsVWkgkxaJmKNw_HCaAx8IACBvpHvJt08MsJHedCSWE1X-clABlDKuPOJ6QeVMnEb0nwVI2RjbP0Ofa_yKZKn8HU--sieunFw/s1024/Democracia.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="683" data-original-width="1024" height="133" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhTBKh2IHlB6epGjIreEsdXl0MODM47-CKFT_ebMj9J6wLsVPqDQHn-5R78u8taCi2ufVnRVCqgw9ueQZZjJ64FNzB8NwsVWkgkxaJmKNw_HCaAx8IACBvpHvJt08MsJHedCSWE1X-clABlDKuPOJ6QeVMnEb0nwVI2RjbP0Ofa_yKZKn8HU--sieunFw/w200-h133/Democracia.jpg" width="200" /></a></div><p></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">O dia de hoje ficará marcado pelo pior atentado
cometido contra a República Brasileira desde a sua redemocratização. Podemos
chamar esse dia como o 8 de janeiro, quando um crime foi praticado contra a
democracia, apesar de largamente prenunciado desde a divulgação dos resultados
das eleições de 2022. Curiosamente, esse episódio acontece 2 anos e 2 dias
depois da invasão do Capitólio, nos Estados Unidos da América, por apoiadores
de Donald Trump. Aqui, vândalos e arruaceiros simpatizantes de Bolsonaro
invadem os principais prédios do governo brasileiro: O Congresso, o Palácio do
Planalto e a sede do STF.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">O mais correto seria chamar esses manifestantes de
terroristas pela quantidade de danos causados ao patrimônio público e a
depredação das principais sedes governamentais, do centro do poder. Não são,
nem nunca foram, movimentos pacíficos ou de acordo com a Constituição, como
afirmou nesta semana o atual Ministro da Defesa do Governo eleito. São pessoas
dispostas a praticaram atos de violência para imporem sua vontade política
sobre uma nação inteira, desrespeitando assim o processo democrático.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">Os manifestantes não agiram voluntariosamente.
Houve uma articulação em várias partes do país, mobilizando ônibus e fomentando
discursos de ódio, para trazer pessoas dispostas a promover o que os líderes
vinham chamando de “guerra”. Além disso, pela natureza e forma de organização, pressupõem-se
que haja financiadores e mentores dessa ação tramada para causar insegurança e
colocar em xeque a autoridade do governo recém-empossado.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">O Ministério da Justiça se preveniu convocando a
atuação da Guarda Nacional. Porém, o Governo do Distrito Federal, cujo atual
Secretário de Segurança é o ex-Ministro da Justiça de Bolsonaro, se mostrou
leniente diante das ameaças dos atentados que se viram neste domingo. A própria
polícia do Distrito Federal ofereceu apoio aos manifestantes em dado momento
para que se aproximassem da Praça dos Três Poderes.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">Esses atentados já haviam sido previstos por
cientistas políticos e analistas desse momento histórico. Com base em outros
acontecimentos, como a Noite dos Cristais do nazismo, as marchas fascistas na
Itália e até mesmo a invasão do Congresso norte-americano em 6 de janeiro de
2021, era fácil imaginar que a sucessão de atos golpistas após o resultado das
eleições iria resultar no que vimos.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">Desde o dia 31 de outubro de 2022, assistimos à
perpetração de diversos atos criminosos que não receberam o tratamento de
acordo com a lei, como o bloqueio em rodovias, acampamentos em áreas militares,
noite de vandalismo em Brasília, diversos atos de violência contra opositores e
várias autoridades federais hostilizadas em espaços públicos. Em todos esses
atos, verificou-se a inação daqueles que têm o dever de fazer cumprir a lei,
como as polícias dos estados, a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal,
o Ministério Público e até juízes.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">O principal responsável pelo caos no Distrito
Federal hoje não está no país para responder criminalmente. O fato de Bolsonaro
não ter reconhecido a derrota na eleição e ter se omitido diante das
manifestações criminosas que pediam ações inconstitucionais acabou aumentando a
animosidade. O bolsonarismo se tornou um dos mais agressivos movimentos de
extrema-direita no mundo, reproduzindo aqui cenas lamentáveis de intolerância, de
preconceito e de desrespeito ao processo democrático.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">Vai levar tempo para restaurar a normalidade. A
única saída é a afirmação do poder do Estado para a garantia da ordem, através
das aplicações dos instrumentos de regulação, como a Lei Antiterrorismo
e a Lei de Defesa do Estado Democrático de Direito. Fala-se inclusive na
intervenção federal na área de segurança de Brasília. A repressão direta poderia
inflamar ainda mais os ânimos, embora esse teria sido o tratamento caso os
manifestantes fossem outros.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">O Brasil teve até aqui uma longa história de
repressão às manifestações de movimentos progressistas, de trabalhadores ou de
pessoas que lutam por seus direitos civis. Assistimos por décadas cenas de
truculência policial, de uso de um forte aparato repressor contra aqueles que
lutaram por direitos trabalhistas e previdenciários, por acesso à terra para
plantar, pelo direito a moradia e até manifestações estudantis. Entretanto, os
participantes dos atos terroristas de hoje são pessoas tidas como “pessoas de
bem”, conservadores e até defensores da família, da fé, da moral e dos bons
costumes. Um paradoxo diante da capacidade de se articular para cometerem a
depredação que se viu.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">Talvez o dia de hoje tenha sido necessário para pôr
fim a uma hipocrisia que vinha sendo institucionalizada no país. A ideia de que
quem pedia intervenção federal, ditadura militar e golpe contra a democracia
eram pessoas pacíficas. Quem pede que se pratiquem ilegalidades como essas não
estão bem intencionados. A democracia não combina com a ruptura da lei. Antes,
para que vivamos num legítimo Estado Democrático de Direito é preciso que a lei
se aplique igualmente sobre todos. Caso contrário, nos transformaremos em uma
sociedade ingovernável.<br /><o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">A democracia garante direito à liberdade de
expressão, mas exige o respeito às instituições criadas para que o Estado
Democrático de Direito se realize. Esses insanos não podem ficar impunes.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">(Foto: Folha de São Paulo, Evaristo Sá/AFP.
Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/poder/2023/01/bolsonaristas-sobem-em-teto-do-congresso-e-pm-reage-com-bombas.shtml).<o:p></o:p></p>Irenio Silveira Chaveshttp://www.blogger.com/profile/06134191370907062665noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-296945013081262856.post-6542124047123589302023-01-02T09:36:00.001-03:002023-01-02T09:36:12.241-03:00Fé cristã e esfera pública: uma hermenêutica a partir de Romanos 13.1 / Christian faith and the public sphere: a hermeneutics from Romans 13.1 / La fe cristiana y la esfera pública: una hermenéutica desde Romanos 13.1 /<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEipzRO8u4Ttzc5l8U70OxlrZVet7yUB9WIHk0Wjm3ijDXpjefpGnWJvow3Sk6Lg9om84a6eqzZuGs0e32epMUiFKhv4fVx5-6xEFgGHDAM2pfFZ4Xi5XxfOXokPtiRj9lELsbry1fPrmgVjZFh-FJ-A31J3JNat9HIrVm5QEWXlPY5W2IpQWRB3o-F50A/s1300/Ci%C3%AAncia%2052.jpeg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1300" data-original-width="868" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEipzRO8u4Ttzc5l8U70OxlrZVet7yUB9WIHk0Wjm3ijDXpjefpGnWJvow3Sk6Lg9om84a6eqzZuGs0e32epMUiFKhv4fVx5-6xEFgGHDAM2pfFZ4Xi5XxfOXokPtiRj9lELsbry1fPrmgVjZFh-FJ-A31J3JNat9HIrVm5QEWXlPY5W2IpQWRB3o-F50A/w134-h200/Ci%C3%AAncia%2052.jpeg" width="134" /></a></div>A ética baseada no amor envolve uma expressão pública. Isso
quer dizer que a vida pela fé tem implicações sociais e políticas. A nossa
atuação como cristãos nos espaços públicos deve corresponder a uma cidadania
consciente.<p></p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><i style="mso-bidi-font-style: normal;">“<span style="background: white;">Todos devem sujeitar-se às autoridades governamentais,
pois não há autoridade que não venha de Deus; as autoridades que existem foram
por ele estabelecidas”</span></i><span style="background: white;"> (</span>Romanos
13.1).<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">A ação cristã não é anarquista, subversiva, fascista ou
totalitária. Entretanto, ela não é acrítica, indiferente ou alienada. Ela
promove a cidadania responsável e consciente, está ao lado da justiça e do
direito e coopera com a sociedade para a superação daquilo que lhe causa mal.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Paulo lembra o papel do Estado e do cidadão:<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">a) Papel do Estado: cuidar do bem comum como expressão do
cuidado divino.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><i style="mso-bidi-font-style: normal;">“<span style="background: white;">[... A autoridade] serva de Deus, agente da justiça
para punir quem pratica o mal”</span></i><span style="background: white;"> (</span>Romanos
13.4).<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">b) Papel do cristão como cidadão: cooperar com o Estado para a
realização do bem comum.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><i style="mso-bidi-font-style: normal;">“[...] <span style="background: white;">é necessário que sejamos submissos às autoridades, não
apenas por causa da possibilidade de uma punição, mas também por questão de
consciência”</span></i><span style="background: white;"> (</span>Romanos 13.5).<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">A recomendação para a “submissão” às autoridades não é
universal, absoluta ou cega. Mas uma atitude crítica em relação às leis
vigentes e os propósitos divinos. Não cabe ao cristão uma submissão
subserviente ao Estado totalitário, tirano, ditatorial ou despótico.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">A desobediência civil passa a ser um dever cristão diante de
leis injustas, quando o Estado deixa de cumprir o seu papel e quando os
critérios políticos estão distantes dos valores do Reino de Deus. Desobediência
civil não é rebelião, mas resistência à opressão promovida pelo Estado.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Exemplos de desobediência civil: Mahatma Gandhi, Martin
Luther King Jr. e Desmond Tutu, que eram religiosos.<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal">(Extraído da apostila <i>Espiritualidade Contagiante</i>: Estudo bíblico na Carta aos Romanos, disponível em PDF no blog da igreja da Orla Oceânica: <a href="http://orlaoceanica.blogspot.com/p/lideranca.html">http://orlaoceanica.blogspot.com/p/lideranca.html</a></p>Irenio Silveira Chaveshttp://www.blogger.com/profile/06134191370907062665noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-296945013081262856.post-78540597303570273562022-12-26T11:23:00.001-03:002022-12-26T11:23:22.329-03:00Recomeçar / Restart / Volver a empezar<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiiZD0bJUJ6Jqnyg1nG5FAKVP-BA3jpbt9fd_56F4S2-Auqe-dyZz4sI78rZRp6E-qdV-M0D7J1_GNlD3YF-lq5j5VF_GdwoKEMn7tyv4LvIh08kX4x5wTuVpaKkXRo_C7K661lS7L7GySIwgmPw8spciG0JZK20-B8kdCv7YwEI2Jnr7gYLWijkIQDnQ/s1127/Amanhecer%205.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="750" data-original-width="1127" height="133" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiiZD0bJUJ6Jqnyg1nG5FAKVP-BA3jpbt9fd_56F4S2-Auqe-dyZz4sI78rZRp6E-qdV-M0D7J1_GNlD3YF-lq5j5VF_GdwoKEMn7tyv4LvIh08kX4x5wTuVpaKkXRo_C7K661lS7L7GySIwgmPw8spciG0JZK20-B8kdCv7YwEI2Jnr7gYLWijkIQDnQ/w200-h133/Amanhecer%205.jpg" width="200" /></a></div><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Recomeçar é uma decisão que implica coragem e disposição.
Embora seja da natureza a sua renovação, começar de novo, tentar outra vez ou
ter uma segunda chance são oportunidades que envolvem a nossa condição humana
de estar aberto para novas possibilidades, mesmo quando enfrentamos fracassos,
perdas ou derrotas.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">A letra da música escrita por Paulo Vanzoline em 1962,
eternizada na voz de Maria Betânia e de outros cantores, lembra a gente disso:
“Reconhece a queda e não desanima. Levanta, sacode a poeira e dá a volta por
cima”. A decisão de recomeçar, porém, não é fácil. É preciso encarar a dor, o
medo e até a solidão que marcaram a destruição de um sonho, de um projeto, de
um relacionamento e de uma trajetória de conquistas que precisam ser
recomeçados.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Na natureza, as árvores precisam perder suas folhagens para
poderem florescer. Muitas vezes, no processo de recomeçar, é preciso abrir mão
de determinadas condições para que possamos experimentar a vida de outro modo. Trata-se
de um tempo para rever nossos valores, nossas estratégias, nossos conceitos e
até os nossos propósitos. O maior equívoco que se pode ter é tentar fazer a
mesma coisa outra vez cometendo os mesmos erros.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">O pensamento humano está repleto de ideias sobre recomeços,
como uma lei do próprio universo em que tudo se renova como um ciclo na
perpétua manutenção da vida. Por isso, recomeçar é revigorante, traz em si uma
sensação de liberdade e de abertura para o que está adiante. É como uma
disposição para seguir em frente e experimentar novas possibilidades de se
realizar.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Nas religiões orientais, como no hinduísmo e zen-budismo,
fala-se dos ciclos da vida. O tempo não é linear, é cíclico e se repete
constantemente. A circularidade da vida é marcada pelo eterno retorno, como um
renovar constante.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Na mitologia grega, encontramos o mito de Sísifo, um
personagem controverso que era capaz de enganar os próprios deuses e a morte.
Quando morreu, sua alma foi considerada rebelde e condenada a rolar por toda a
eternidade uma enorme pedra de mármore até o cume de uma montanha. O problema
era que, toda vez que estava quase chegando ao topo, a pedra rolava montanha
abaixo de volta ao início. E Sísifo tinha que reiniciar o esforço de levá-la
para cima.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Albert Camus viu no mito de Sísifo a representação da
existência humana na busca do sentido da vida, mas que se depara com um mundo
ininteligível, dominado por crenças e ideologias. Diante da falta de sentido
para a vida, a melhor solução não deveria ser o suicídio, mas a capacidade de
se revoltar.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Na Filosofia, desenvolveu-se a noção de Eterno Retorno para
se referir ao fato de que toda existência é marcada pela recorrência. Esse
conceito já se encontrava presente em Heráclito e nos pitagóricos, pensadores
pré-socráticos no século V AEC, e também no estoicismo. Friedrich Nietzsche,
porém, elaborou a teoria do Eterno Retorno para indagar se seríamos capazes de
suportar uma vida em que nossas experiências de prazer e dor pudessem se
repetir eternamente. Essa condição serve como um desafio ético para que
possamos desejar viver de maneira digna e a nos conduzir a uma reflexão mais
profunda sobre os valores que norteiam a vida.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">A Bíblia também fala de recomeços. No livro de Eclesiastes,
encontramos essa afirmação: <i style="mso-bidi-font-style: normal;">“<span style="background: white;">O que foi tornará a ser, o que foi feito se fará
novamente; não há nada novo debaixo do sol”</span></i><span style="background: white;"> (</span>Eclesiastes 1.9). Esse texto traz consigo a ideia de que,
apesar de todas as mudanças que a vida possa experimentar, permanecemos os
mesmos. O profeta Jeremias lembra que a misericórdia divina se renova para
continuar sempre ao alcança daqueles que Deus ama:<i style="mso-bidi-font-style: normal;"> “<span style="background: white;">Graças ao grande amor do Senhor é que
não somos consumidos, pois as suas misericórdias são inesgotáveis. Renovam-se
cada manhã; grande é a tua fidelidade!”</span></i><span style="background: white;">
(</span>Lamentações 3.22,23).<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">A mensagem bíblica nos lembra de que recomeçar é uma
possibilidade até mesmo para os que podem ser considerados justos: <i style="mso-bidi-font-style: normal;">“<span style="background: white;">Pois ainda
que o justo caia sete vezes, tornará a erguer-se, mas os ímpios são arrastados
pela calamidade”</span></i><span style="background: white;"> (</span>Provérbios
24.16). E diz ainda que Deus não se encontra alheio aos recomeços: <i style="mso-bidi-font-style: normal;">“<span style="background: white;">O Senhor
ampara todos os que caem e levanta todos os que estão prostrados”</span></i><span style="background: white;"> (</span>Salmos 145.14).<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Os evangelhos apresentam a mensagem de Jesus que propõe uma
nova oportunidade de vida a partir do seguimento de seu exemplo e da prática de
seus ensinos. O Novo Testamento nos diz que Deus está preparando novos céus e
nova terra. Por isso: <i style="mso-bidi-font-style: normal;">“<span style="background: white;">Todavia, de acordo com a sua promessa, esperamos novos
céus e nova terra, onde habita a justiça”</span></i><span style="background: white;"> (</span>2 Pedro 3.13).<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">O poeta Roberto Gaefke registrou: “Recomeçar é dar uma nova
chance a si mesmo… É renovar as esperanças na vida e, o mais importante: acreditar
em você de novo” (esse texto, que também se chama “Faxina da alma”, tem sido
atribuído a Carlos Drummond de Andrade por engano). A vida é um eterno
recomeço. Pode ser um novo dia que se inicia, um novo mês, um novo ano, uma
nova descoberta, um novo relacionamento, um novo emprego. Enfim, a vida está em
aberto, só precisamos nos permitir tentar mais uma vez, fazer de outro modo,
acreditar nas novas possibilidades.<o:p></o:p></p>Irenio Silveira Chaveshttp://www.blogger.com/profile/06134191370907062665noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-296945013081262856.post-77988907094512995802022-12-23T12:10:00.007-03:002022-12-23T12:10:40.411-03:00O anúncio do primeiro Natal: Esperança, alegria e paz para toda a humanidade / The announcement of the first Christmas: Hope, joy and peace for all humanity / El anuncio de la primera Navidad: Esperanza, alegría y paz para toda la humanidad<p><span style="text-align: justify; text-indent: 14.2pt;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUcsbAA4PhuSfaR3b7p5rXzy3Zlr61e1h5N8A5JgjO7V3EG27iP2K-9oR1_HUpjzeLk20JHwcqiCuc0IuAy-zz1CKvIj5VaDNPebvDvwe2E3KE5ehoURwYXUl2mzqX5w1UePIMFCLgkio5BWA8l3omW_LAbpW8BFrxk-gjvvEijfHghjhoDCQEB8Op1g/s1400/Natal%205.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="965" data-original-width="1400" height="138" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUcsbAA4PhuSfaR3b7p5rXzy3Zlr61e1h5N8A5JgjO7V3EG27iP2K-9oR1_HUpjzeLk20JHwcqiCuc0IuAy-zz1CKvIj5VaDNPebvDvwe2E3KE5ehoURwYXUl2mzqX5w1UePIMFCLgkio5BWA8l3omW_LAbpW8BFrxk-gjvvEijfHghjhoDCQEB8Op1g/w200-h138/Natal%205.jpg" width="200" /></a></div>A primeira experiência de anúncio
do nascimento de Jesus aconteceu de uma forma extraordinária: criaturas
celestiais apareceram a pessoas humildes. A narrativa desse episódio
encontra-se em Lucas 2.1-14 como parte do registro histórico do nascimento do
menino Jesus. Nesse texto, dos versículos de 1 a 7, Lucas faz um relato
objetivo sobre os episódios em torno do evento. Nos versículos de 8 a 14,
encontra-se o relato de como se deu o primeiro anúncio desse acontecimento que
mudou a história da humanidade.<p></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">O anúncio começa com a visita de
um mensageiro especial e culmina com o canto conhecido como <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Gloria in Excelsis</i>. A presença do anjo anunciador
é acompanhada do resplendor da glória de Deus, o que conferiu ao anúncio do
evento um grande significado.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">A figura dos anjos na Bíblia é
sempre envolta por mistérios. Eles são tratados como mensageiros de Deus aos
homens. A presença do anjo é marcada pela relação entre luz e trevas: a glória
divina resplendece em meio à escuridão da noite, como uma metáfora da luz
divina que invade em meio às trevas humanas. Os pastores eram gente do povo,
cuja profissão era considerada imunda pela tradição religiosa. Eles eram
desprezados e nem podiam servir de testemunha em julgamentos.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">Assim Lucas conta como isso se
deu: <i style="mso-bidi-font-style: normal;">“<span style="background: white;">E
aconteceu que um anjo do Senhor apareceu-lhes e a glória do Senhor resplandeceu
ao redor deles [...]”</span></i><span style="background: white;"> (</span>Lucas
2.9). A notícia do Natal foi dada primeiramente por criaturas dotadas de uma
extraordinária capacidade de relação com Deus, e foi destinada a gente
desprezada e excluída, para pessoas que não eram consideradas dignas para a
sociedade.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">O anúncio do Natal foi feito a
partir de três mensagens simples e objetiva. A primeira mensagem do Natal é: <i style="mso-bidi-font-style: normal;">“[...] Não tenham medo [...]”</i> (Lucas
2.10), que remete ao fato de que o anúncio do nascimento de Jesus traz a força
que vence o medo, a esperança que vence a angústia. A segunda mensagem é: <i style="mso-bidi-font-style: normal;">“[...] <span style="background: white;">Estou
lhes trazendo boas novas de grande alegria [...]”</span></i><span style="background: white;"> (</span>Lucas 2.10). Lembra-nos que esse anúncio
renova o ânimo e restaura a alegria de quem se encontra excluído e marginalizado.
E a terceira mensagem é: <i style="mso-bidi-font-style: normal;">“[As boas novas
de grande alegria] são para todo o povo”</i> (Lucas 2.10), para deixar bem
claro que o anúncio é para toda a humanidade.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">A boa notícia de grande alegria
é que o Salvador nasceu como um de nós, ele se fez nosso irmão, gente como a
gente. O eterno se fez história. O sobrenatural se tornou parte da criação. O
transcendente agora está presente entre nós. Assim o anjo proclamou: <i style="mso-bidi-font-style: normal;">“<span style="background: white;">Hoje, na
cidade de Davi, lhes nasceu o Salvador que é Cristo, o Senhor”</span></i><span style="background: white;"> (</span>Lucas 2.11).<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">Ao anunciar o nascimento de
Jesus, o anjo concedeu a ele três títulos: o de Salvador, que lembra a obra
restauradora de Deus para quem se encontra perdido; o de Cristo, que se refere ao
ungido de Deus, o Messias prometido, aquele que vem cumprir a missão de Deus; e
o de Senhor, que é o título atribuído ao próprio Deus em toda a Escritura.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">Havia também um sinal para a
checagem de que aquela notícia era verdadeira, com representações humanas e
simples: <i style="mso-bidi-font-style: normal;">“[...] encontrarão o bebê
envolto em panos e deitado numa manjedoura”</i> (Lucas 2.12). O Deus
todo-poderoso se fez frágil como uma criança, carente de cuidado e acolhida.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">Em seguida a esses
acontecimentos, um coro angelical entoa um hino contendo três versos breves.
Esse hino é uma exaltação a Deus pela obra redentora, que se dá a partir da
pessoa de Jesus Cristo. Eles cantaram: <i style="mso-bidi-font-style: normal;">“<span style="background: white;">Glória a Deus nas alturas, e paz na terra aos homens
aos quais ele concede o seu favor”</span></i><span style="background: white;"> (</span>Lucas
2.14).<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">Os versos desse hino angelical
falam de três aspectos da revelação de Deus em Cristo. O primeiro é o fato de
que o Natal é a lembrança do Deus que vem a nós. A essência do Natal é a
encarnação de Deus em Cristo. O segundo é o fato de que o Natal é um convite
para que todos nós possamos experimentar a paz. A salvação consiste na
libertação de tudo aquilo que nos oprime, nos aflige e nos distancia de Deus. E
o terceiro tem a ver com o fato de que o Natal é uma proposta de nova vida como
pessoas. A mensagem da salvação restaura a alegria e a esperança, renova as
nossas forças para seguir em frente.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">O Natal tem uma mensagem viva
para toda a humanidade, de que Deus se importa conosco, mesmo sendo humildes e
desprezados. Foi para isso que a graça foi revelada, para dizer para todos e
todas que é possível experimentar a vida de outro modo, como nova criação, a
partir da relação e compromisso com a pessoa de Jesus.<o:p></o:p></p>Irenio Silveira Chaveshttp://www.blogger.com/profile/06134191370907062665noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-296945013081262856.post-7540732538813793412022-11-21T14:02:00.003-03:002022-11-21T14:02:20.114-03:00Plenitude de vida: o segredo do sucesso / Fullness of life: the secret of success / Plenitud de vida: el secreto del éxito<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"></i></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhA4SVCbTy2HY3LS0pKJ1_L5LvRbCnsr9AyaFeM0fXuQwCAH5Q0hgD02jREuH1UMvu_VIZ6HbT6gc3O1z9QE3LlTftZz9BAggTqvZGkNr7llRGviDVH1ClgiUwbN8LuHMSpqxkBmQxBxFD3pss5aavFikamiO3Mvobvyn32G0nZywCEU_a3c9ne8GcjMg/s750/Sucesso%204.webp" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="750" data-original-width="500" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhA4SVCbTy2HY3LS0pKJ1_L5LvRbCnsr9AyaFeM0fXuQwCAH5Q0hgD02jREuH1UMvu_VIZ6HbT6gc3O1z9QE3LlTftZz9BAggTqvZGkNr7llRGviDVH1ClgiUwbN8LuHMSpqxkBmQxBxFD3pss5aavFikamiO3Mvobvyn32G0nZywCEU_a3c9ne8GcjMg/w133-h200/Sucesso%204.webp" width="133" /></a></i></div><i style="mso-bidi-font-style: normal;">“<span style="background: white;">Pois lhe deste autoridade sobre toda a
humanidade, para que conceda a vida eterna a todos os que lhe deste”</span></i><span style="background: white;"> (</span>João 17.2).<o:p></o:p><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">Qual o segredo
do sucesso? O que as pessoas são capazes de fazer para alcançar o sucesso? Não
há respostas prontas para essas perguntas. Os antigos se perguntavam pela vida
boa e entendiam que a conquista do bem estar implica muitas escolhas e
esforços. O sucesso, portanto, sempre esteve atrelado à ética e à nossa conduta
em relação aos outros e o meio em que vivemos.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">A palavra “sucesso”
vem do latim <i style="mso-bidi-font-style: normal;">succedere</i>, que lembra um
acontecimento passado, embora seja empregada para as nossas aspirações futuras.
Você só saberá se realmente chegou ao sucesso depois que tiver chegado lá.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">O sucesso não
tem a ver com o ter, mas com o ser. Tem a ver com a realização pessoal a partir
de uma vida bem-sucedida em todos os aspectos, não só o financeiro. Trata-se de
uma condição resultante de uma jornada de vida que não depende unicamente de
cada um. Quem constrói uma vida bem-sucedida assim encontrou a verdadeira felicidade
e a alegria de viver.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">Esse foi o
propósito de Jesus: orientar a humanidade a empreender uma caminhada em busca
da vida bem-sucedida. Ele foi o maior mestre de vida que o mundo já conheceu.
Ele teve autoridade para apontar caminhos para um novo modo de vida marcado
pela dignidade de todos e todas que colocam em prática seus ensinos.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">Os discursos
de Jesus sobre plenitude de vida e vida eterna apontam para o fato de que ele
veio trazer novo sentido para a vida. O significado de eterno em grego não quer
dizer uma vida longa, muito menos uma vida sem fim. A palavra <i style="mso-bidi-font-style: normal;">ayon</i> traz consigo a ideia de uma época
ou era. A vida eterna é a era dominada para o que está além da temporalidade, da
finitude, das fronteiras que estabelecemos ao longo de nossa existência e que
destroem nossas relações com o outro, com Deus, com a criação e conosco mesmo.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">Plenitude,
florescimento e realização pessoal são as marcas de sucesso que estão presentes
nos ensinos de Jesus. É o que ele tem para dar a todos aqueles que o seguem.
Ele garante: <i style="mso-bidi-font-style: normal;">“Asseguro-lhes que aquele
que crê tem a vida eterna”</i> (João 6.47). E o discípulo amado testifica: “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">E este é o testemunho: Deus nos deu a vida
eterna, e essa vida está em seu Filho”</i> (1 João 5.11).<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">Vida eterna é
vida doada por Jesus como um dom. Ao falar de um novo modo de viver, Jesus não
estava preocupado com a imortalidade ou com a vida além da morte, mas como um
modo de ser que corresponda ao ideal de Deus para toda a criação. Ele não
estava propondo uma espécie de pedra filosofal que proporcionasse
rejuvenescimento ou um estado de iluminação celestial.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">Jesus não se
preocupou em descrever o que vem a ser de fato a vida eterna. Apenas afirmou
que ela é uma dádiva a todo o que crê, que concede libertação de todas as
formas de aprisionamento a uma vida distante dos propósitos divinos. Receber
essa dádiva é abrir-se para a vida em sua plenitude: <i style="mso-bidi-font-style: normal;">“Eu lhes asseguro: Quem ouve a minha palavra e crê naquele que me
enviou, tem a vida eterna e não será condenado, mas já passou da morte para a
vida</i>” (João 5.24).<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">Vida eterna é
vida de acolhimento da oferta amorosa do cuidado divino, é vida desfrutada na presença
de Deus, de satisfação, de comunhão, de encorajamento e de santidade. Essa vida
é uma promessa a todos os que creem como uma realidade concreta no mundo. Vida
eterna é, em última instância, a graça divina realizada plenamente na vida
daquele que acolhe o convite amoroso do Senhor, quem diz “sim” ao “vinde a mim”
de Jesus.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">Essa é a vida
que vale a pena ser vivida.<o:p></o:p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br />Irenio Silveira Chaveshttp://www.blogger.com/profile/06134191370907062665noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-296945013081262856.post-446511129812167172022-11-19T15:01:00.008-03:002022-11-19T15:01:46.564-03:00Racismo e Reforma Protestante / Racism and Protestant Reformation / El racismo y la Reforma Protestante<p><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjI5DIIKrc-fUjJOYb_FeykckhnHxNdYFAFN839atCxeQsLwAlU3C_HCCBLYowLZwpD7phS2gGQmgoIze6eMe3aJ5qMchzQBiUMJRSmIZSa4Oq-wFzum5Jqkp3_A80KwOcgOWbD_Y_26DtAKm4ZJ92BnBSiwrk9ZjBeICuJIH_rtOL-VPbv95ImAb6xbA/s2500/Racismo%201.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; display: inline !important; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="1636" data-original-width="2500" height="131" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjI5DIIKrc-fUjJOYb_FeykckhnHxNdYFAFN839atCxeQsLwAlU3C_HCCBLYowLZwpD7phS2gGQmgoIze6eMe3aJ5qMchzQBiUMJRSmIZSa4Oq-wFzum5Jqkp3_A80KwOcgOWbD_Y_26DtAKm4ZJ92BnBSiwrk9ZjBeICuJIH_rtOL-VPbv95ImAb6xbA/w200-h131/Racismo%201.jpg" width="200" /></a></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">O
protestantismo assistiu a história da escravidão negra com um misto de crítica,
de passividade e de silenciamento em relação às práticas que produziram toda
sorte de desumanidade, genocídio e preconceito. Poderíamos afirmar que os
vínculos com o racismo são históricos, quer seja por uma relação conivente com
a formação do discurso racista, quer seja pela omissão em seu combate, quer
seja pela sua validação.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">Embora teólogos
como John Wesley tratassem a escravidão como uma aberração, não foram poucos
que encontravam justificativas bíblicas para a dominação, assim como não foram
poucos os líderes religiosos que se calaram diante da violência contra
indígenas e negros, tanto na América Latina quanto na África.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">A escravidão
negra foi um empreendimento global levado a efeito, sobretudo, a partir do
interesse de nações de base protestante, como a Alemanha, a Holanda, a
Dinamarca e a Inglaterra. Entretanto, a efetivação de seu emprego se deu a
partir das colônias controladas por nações católicas e protestantes,
incluindo-se a França, a Espanha e Portugal.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">Para entender
a dinâmica do racismo em meio às teses reformistas de liberdade e de afirmação
dos princípios das Escrituras que proclamam a universalidade da condição
humana, é preciso levar em conta o que estava por trás de toda argumentação. Podemos
apontar três questões teológicas que afetam a relação do protestantismo e a escravidão
negra.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">A primeira questão
é de natureza antropológica: o que é o ser humano? É preciso observar o modo
como a cultural ocidental desenvolveu a identificação do negro como pessoa de
segunda categoria, com limitações intelectuais e espirituais. O Vaticano levou
quase dois séculos discutindo se o indígena na América Latina poderia ser considerado
como ser humano. Ainda no século XIX, antropólogos funcionalistas discutiam se
os negros do Sul da África eram algum elo perdido no desenolvimento do Homo
Sapiens.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">A segunda
questão é de natureza política: o que é colonização? O processo de colonização
é uma invenção do capitalismo moderno, como base no liberalismo econômico, que
definia os territórios conquistados como propriedade dos conquistadores. A
colonização foi definida por três construtos ocidentais: o capitalismo, o
patriarcado e o cristianismo.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">E a terceira é
de natureza moral: o que é pecado? A partir da ideia de que não há pecado ao
sul da linha do equador, houve uma licença para toda sorte de exploração,
dominação e extermínio dos povos originários dos territórios conquistados.
Primeiramente com a lógica do escravagismo, que define o trabalho como castigo
e punição. O trabalho é para negros. Quem não se submete ao trabalho servil é
indolente e preguiçoso. Aos brancos, porém, cabe serem sustentados pelo Estado.
Posteriormente, essa mentalidade se converteu em cerceamento dos direitos do
trabalho e supervalorização do rentismo.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">A relação
entre protestantismo e escravidão envolve as perspectivas políticas e
econômicas que sustentam o racismo, a intolerância às religiões de matriz
africana, o preconceito e violência contra a mulher e a rejeição das pautas que
colocam em risco a hegemonia branca e ocidental.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">O supremacismo
branco, o racismo, a xenofobia e outras intolerâncias e preconceitos que
neguem, anulem ou apaguem a diversidade humana são incompatíveis com a mensagem
do evangelho. Quando a Bíblia afirma que Deus amou o mundo de tal maneira, isso
implica compreender cada pessoa em sua condição, respeitando a beleza da
multiforme condição humana.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">O caminho do
pluralismo e do respeito à diversidade reclama um diálogo a partir das
epistemologias do Sul, que implica a decolonização de todo o saber que dá
validação à intolerância e ao racismo, que resgate os valores dos povos originários
da América Latina e das comunidades tradicionais formadas pelos povos
africanos.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">Foto: <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Estadão</i>, 2015.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;">(Texto apresentado durante a Consulta Teológica FTL Brasil “<span style="background: white; color: #0f1419;">Revisitando a Reforma Protestante desde
a América Latina</span>”, em 19/11/2022).</span><o:p></o:p></p>Irenio Silveira Chaveshttp://www.blogger.com/profile/06134191370907062665noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-296945013081262856.post-688392791516138502022-10-31T16:24:00.001-03:002022-10-31T17:55:42.390-03:00Lula, Presidente do Brasil pela terceira vez: a vitória da democracia / Lula, President of Brazil for the third time: the victory of democracy / Lula, presidente de Brasil por tercera vez: la victoria de la democracia<p><span style="font-size: 12pt; text-align: justify;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2KlUtv-77X_n7Fh_M1SaYNts3RacdrOhg3lLCtwCTld9RynMaj_zeoqXZRABxghTx9Lavhc1BCVfU6VSU0nFcLLNSlDW2x3FMYcImBxBKlWZcMJftNHXutr0YBI0R0REzzO_5xRFVXdEzz8xrRju0DqDXkKZeGN82SOEFGzom4BxiyyDvA90XmYR7fQ/s1200/Lula%20Presidente.webp" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="675" data-original-width="1200" height="113" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2KlUtv-77X_n7Fh_M1SaYNts3RacdrOhg3lLCtwCTld9RynMaj_zeoqXZRABxghTx9Lavhc1BCVfU6VSU0nFcLLNSlDW2x3FMYcImBxBKlWZcMJftNHXutr0YBI0R0REzzO_5xRFVXdEzz8xrRju0DqDXkKZeGN82SOEFGzom4BxiyyDvA90XmYR7fQ/w200-h113/Lula%20Presidente.webp" width="200" /></a></div><span style="font-family: trebuchet;"><div style="text-align: justify;">O segundo turno das eleições brasileiras teve um vencedor e muitos
vitoriosos. O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva venceu o pleito com uma
margem estreita de votos, a mais apertada desde a redemocratização. Porém, sua
vitória é revestida de muitos significados, talvez a mais expressiva da
história política do Brasil.</div></span><p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">Para Lula, vencer o candidato da extrema-direita foi como um
ressurgimento – ou uma ressurreição, como ele afirmou. A sua trajetória de vida
já marcada por muitas superações, como oriundo de família pobre, retirante
nordestino, trabalhador e líder político de esquerda, venceu a tirania e o medo.
De um pobre menino que foge da fome até a Presidente da República, foram muitos
desafios vencidos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">Para o político, foi como alguém que se levanta dos escombros, como um
gigante que havia sido amordaçado e manietado para que não reagisse, e que se
liberta de suas amarras. Durante sua jornada pela política, a perplexidade de
Lula com a dificuldade de acesso dos trabalhadores às instâncias de poder
serviu como combustível para formar um partido – o Partido dos Trabalhadores –
e percorrer de forma obstinada a luta para ser o Presidente de todos os
brasileiros. Ele e o PT concorreram em todas as eleições presidenciais desde a
volta das eleições diretas, ora disputando o segundo turno, ora chegando em
segundo lugar e por quatro vezes – agora cinco – sendo vitoriosos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">Para o estadista, é a vitória de um projeto não só de nação, mas de
humanidade. O mundo aguardava com ansiedade a eleição de Lula para ver
restaurada a luta pela sustentabilidade e pela defesa climática, para a
garantia dos direitos dos mais vulneráveis, para o combate à fome, para defesa
dos interesses dos países em desenvolvimento. Voltamos a ouvir discursos de
esperança, que apontam para a justiça social, para a diminuição das
desigualdades, para dar acesso a direitos e oportunidades para tantos
excluídos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">Para a pessoa de Lula, é a concretização de sua luta por uma causa: a
defesa da dignidade humana. Não dá para ser feliz sabendo que tem gente
desempregada, passando fome, endividada, excluída por causa da cor da sua pele,
do seu gênero ou de sua religião. Não dá para viver em paz sabendo que tem
povos originários sendo dizimados em pleno século 21 em suas próprias terras,
que tem comunidades carentes dominadas pelo crime organizado, que tem gente
sendo agredida por causa do racismo, que milícias controlam setores do poder
público para cometerem arbítrios.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">Para o Brasil, é o resgate da democracia que vivia sob o risco
permanente de um golpe. Para o mundo, é a volta de um parceiro ativo que havia
se tornado um pária internacional. Para a civilização, é um duro golpe contra o
avanço do fascismo. Para a ciência, é o fortalecimento da jornada em busca de
conhecimento tendo em vista um mundo melhor para todas e todos. Para a
religião, é a garantia de que cada uma e cada um poderão expressar a sua fé com
liberdade. E para as famílias, é a reconquista do direito de sonhar com os
filhos crescendo com alimentação necessária, moradia digna, com acesso ao
ensino e com cuidados de saúde e bem-estar para todos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">Todos sabíamos que não seria uma luta fácil. Tentaram impedi-lo de
muitas formas. Primeiramente, tirando-o da eleição de 2018 depois de um golpe
de estado e de um processo parcial que o manteve preso por 580 dias. Depois,
com o uso da máquina pública de forma criminosa para favorecer o candidato à
reeleição, promovendo disseminação de <i style="mso-bidi-font-style: normal;">fake
news</i> e distribuição de verbas para políticos apoiadores. Nada disso foi
suficiente para impedir sua vitória.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">A história futuramente vai contar com brilhantismo aquilo que temos
assistido hoje. Sim, porque a história é sempre contada a partir dos
vitoriosos. O bolsonarismo saiu derrotado nesse segundo turno. Ele será
lembrado como o que houve de pior em nossa sociedade nos últimos anos. Depois
do avanço que bolsonaristas tiveram no Congresso Nacional para a próxima
legislatura, esperava-se algo pior se Lula não saísse vencedor. Lideranças
democráticas do Brasil e do mundo se juntaram para vencer a extrema-direita e
para proteger a nossa frágil democracia.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">O que esperar do Brasil a partir de agora? Em primeiro lugar, é preciso
levar em conta que aquele país que conhecíamos há seis anos não existe mais.
Ele foi tomado por uma onda de pessoas odiosas, medíocres e até ignorantes que
destruíram todas as estruturas que garantiam políticas públicas favoráveis aos
mais carentes. É preciso levar em conta também que haverá um legislativo
formado por um grande número dessas pessoas herdeiras dessa onda. Por isso, os
movimentos sociais, partidos e entidades da sociedade organizada que se
juntaram para a vitória de Lula precisam estar atentos para fazer o que é
certo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">E o povo? Nós precisamos dar as mãos uns aos outros para que haja paz
entre nós. O caminho é o da reconciliação, do respeito, da parceria. Daqui a
quatro anos certamente não teremos as condições ideais, mas com certeza teremos
deixado para trás esses anos tristes e estaremos muito mais próximos de nos
tornarmos uma nação que avança para que toda sua população seja mais feliz. Eu
creio nisso. Resistamos e continuemos a resistir.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="mso-bidi-font-size: 11.0pt;"><span style="font-family: trebuchet;">Foto: jornal <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Estado de Minas</i>
/ AFP.</span><o:p style="font-size: 12pt;"></o:p></span></p>Irenio Silveira Chaveshttp://www.blogger.com/profile/06134191370907062665noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-296945013081262856.post-36708299751523979382022-10-28T10:46:00.004-03:002022-10-28T10:46:25.317-03:00O Brasil que desejamos: democracia, justiça social e direitos garantidos / The Brazil we desire: democracy, social justice and guaranteed rights / El Brasil que queremos: democracia, justicia social y derechos garantizados<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9guu38k1R-euLY_Ypkk75AohW0EsNY7tbEziQ290AOpmP7Pnc-6-lJgI6fT-01IAszSXTCNO3B64WlkH2E5lDZhrVIXylowZdTljjQ0ppelEtuygKdJLD-D1uKtotVP5lIrTesO6Zt37wW0FaNf0JSAwUDOZZQQg77K0updxN7kjR7f1owzXVTqpz2Q/s1200/Elei%C3%A7%C3%A3o%202022.jpeg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1200" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9guu38k1R-euLY_Ypkk75AohW0EsNY7tbEziQ290AOpmP7Pnc-6-lJgI6fT-01IAszSXTCNO3B64WlkH2E5lDZhrVIXylowZdTljjQ0ppelEtuygKdJLD-D1uKtotVP5lIrTesO6Zt37wW0FaNf0JSAwUDOZZQQg77K0updxN7kjR7f1owzXVTqpz2Q/w200-h200/Elei%C3%A7%C3%A3o%202022.jpeg" width="200" /></a></div><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">A eleição de
2022 é atípica. Não é uma questão de escrutínio apenas, com a defesa de
bandeiras partidárias. É a luta pela sobrevivência do que restou de nação no
sentimento dos brasileiros depois do golpe de 2016, quando foi tirada do cargo
uma Presidente democraticamente eleita. Como se isso fosse pouco, ainda prenderam
o principal candidato de 2018 em um processo fraudado para que a
extrema-direita vencesse aquela eleição.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">O resultado
está aí. Em quatro anos de governo e os quase dois anos que sucederam o golpe,
o Brasil retrocedeu em todos os aspectos. Tornamo-nos uma terra sem lei,
dominada pelo ódio, pelo medo e pela mentira. Nesse tempo, o país voltou ao mapa
da fome, tornou-se um pária internacional e de alto risco de investimento. O
que contribuiu para isso? Na esteira de causas, estão: os cortes de verbas em
pesquisa, ciência e educação, a redução dos gastos em programas sociais de
distribuição de renda e diminuição dos incentivos à produção. Não podemos
esquecer da redução dos gastos com saúde, da diminuição dos direitos
previdenciários, do corte dos direitos trabalhistas, da proteção aos abusos de
patrões contra o direito de seus empregados, das ameaças aos territórios
indígenas, da degradação do meio ambiente.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">São tantos
retrocessos que nos levam a crer que o Brasil adoeceu de uma enfermidade que
contaminou sua população: a doença da falta de esperança em um país melhor, com
direito e dignidade para todas e todos. Para piorar a situação, sofremos os
efeitos de uma pandemia e de uma guerra com ares de guerra mundial. Podemos
dizer que os últimos quase seis anos foram perdidos. Uma geração inteira não
teve a chance de sequer aprender o que é lutar por justiça e igualdade, que se
acostumou a normalizar a barbárie e a conviver com ideias que flertam com o
fascismo e ameaçam a nossa frágil democracia.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">No dia 30 de
outubro de 2022, os brasileiros voltam às urnas para decidir o seu futuro. Dois
candidatos representam ideias completamente antagônicas. De um lado, um que
representa o que há de pior em termos de civilidade, que se beneficiou de toda
trama golpista que resultou em tantas perdas e retrocessos, que nutre o clima
de ódio disseminando mentiras, ameaças e medo como quem dá rajadas de 50 tiros
e lança 3 granadas sobre a nação. De outro, temos aquele que chama o brasileiro
a sonhar, a renovar a esperança, a defender a democracia a lutar pelos direitos
mínimos de acesso à comida, trabalho saúde e educação.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">Qualquer
analista, por mais raso que seja, dirá que não é uma escolha difícil. Mas a doença
que atinge o brasileiro cega o entendimento, cria uma sensação de insegurança e
aponta para incertezas. O retrocesso tem sido tanto que o Brasil que temos hoje
não se parece em nada com aquele que aprendemos a conviver na primeira década
desse século. Aquele Brasil do pleno emprego, dos aeroportos lotados, da
produção industrial em larga escala, das universidades cheias de pessoas oriundas
de famílias pobres, da produção de alimentos pela agricultura familiar, enfim,
o Brasil sonhado desapareceu. No seu lugar foi colocado um país controlado por
pessoas sem escrúpulos, quer seja no parlamento, no executivo ou no judiciário,
que saíram dos lugares mais obscuros de nossa história.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">Entretanto, o
sonho não acabou. Ele precisa ser restaurado. É preciso acreditar que podemos
juntos construir um Brasil melhor, com democracia, justiça social e direitos
garantidos para todas e todos. E tudo começa com o voto que será depositado na
urna nesse segundo turno.<o:p></o:p></p>Irenio Silveira Chaveshttp://www.blogger.com/profile/06134191370907062665noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-296945013081262856.post-62152875318648137512022-10-20T23:37:00.002-03:002022-10-20T23:37:41.753-03:00Novo E-book: Bem Viver, Decolonialidade e Cuidado com a Criação / New E-book: Good Living, Decoloniality and Care for Creation / Nuevo E-book: Buen Vivir, Decolonialidad y Cuidado de la Creación /<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKFku70Yw8ivaQnSKK60gVWNCZGkqQjKDdMQq_jNfVA5Cezz_1zyHCm4af_Z-9eyQ2bmcgADOsce27iQa1NaiCRoUstdfoK8W-KWieoooGwFCeu8hjq1xn8kPGjra2mIeh0ha1JC_P6CQ1C5OA4p51_1Q_QQbBhitR7RlGNjTiVthPPugwFL4NrStiow/s1040/Capa%20Bem%20Viver,%20Decolonialidade%20e%20Cuidado%20com%20a%20Cria%C3%A7%C3%A3o.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1040" data-original-width="720" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKFku70Yw8ivaQnSKK60gVWNCZGkqQjKDdMQq_jNfVA5Cezz_1zyHCm4af_Z-9eyQ2bmcgADOsce27iQa1NaiCRoUstdfoK8W-KWieoooGwFCeu8hjq1xn8kPGjra2mIeh0ha1JC_P6CQ1C5OA4p51_1Q_QQbBhitR7RlGNjTiVthPPugwFL4NrStiow/s320/Capa%20Bem%20Viver,%20Decolonialidade%20e%20Cuidado%20com%20a%20Cria%C3%A7%C3%A3o.jpg" width="222" /></a></div>A vida está em
risco. Porém, a saída não será encontrada se a matriz filosófico-teológica não
for encarada com a devida seriedade. A solução para a crise ambiental é acima
de tudo moral, pois diz respeito às nossas relações com o meio ambiente. Sendo
assim, precisamos ter uma resposta a respeito do que estamos fazendo com a vida
que temos. Do ponto de vista cristão, é preciso resgatar o sentido original da
criação, em que a vida é dádiva que precisa ser cuidada e preservada. Nesse
sentido, precisamos de uma teologia da criação que diga que toda forma de vida
importa. A vida é o espaço sagrado onde Deus habita. Toda forma de vida importa
para Deus porque ele está nelas.<p></p>
<p class="MsoNormal">É nesse contexto de compreensão que emerge o campo
epistemológico do Bem Viver, do pensamento decolonial e do cuidado com a
Criação. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Este livro é resultado de um trabalho de investigação sobre
religião e Teologia na América Latina desenvolvido ao longo dos anos últimos
anos.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">São considerados três eixos de compreensão a respeito da
proposta de leitura e diálogo teológico a partir da vivência e o contexto da
América Latina: o do Bem Viver, o da decolonialidade e o do cuidado da vida.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Ao final, são apresentadas propostas de abordagens
teológicas a partir das epistemologias do Bem Viver, da decolonialidade e do
cuidado com a vida. A primeira delas, relacionada com os discursos de Jesus
numa perspectiva do Bem Viver e do pensamento decolonial. A segunda, sobre a
proposta de uma teologia da criação a partir da ética do Cuidado com a Criação.<o:p></o:p></p><p style="background-color: white; text-align: left;"><span style="font-family: trebuchet;"><span style="color: #141823;"><b><i>Bem Viver, Decolonialidade e Cuidado com a Vida</i></b>: Teologia Pública em diálogo a partir da América Latina<br /></span><span style="color: #141823;">Investimento: R$ 9,99 (aproximadamente US$1,90, dependendo da cotação)<br /></span><span style="color: #141823;">Adquira na <b><a href="https://www.amazon.com.br/dp/B0BJW5PQM4" style="background: transparent; color: #2196f3; text-decoration-line: none;" target="_blank">Amazon>></a></b></span></span></p>Irenio Silveira Chaveshttp://www.blogger.com/profile/06134191370907062665noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-296945013081262856.post-41898905910358826542022-10-18T22:57:00.000-03:002022-10-18T22:57:15.052-03:00Lançamento de novo E-book: Orar como Jesus orou / New E-book Launch: Pray Like Jesus Prayed / Lanzamiento del nuevo libro electrónico: Ora como Jesús oró<div style="text-align: left;"><span style="font-family: trebuchet;"><span style="background-color: white; color: #0f1419; white-space: pre-wrap;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjUULTniXf8G5QBc6T-k2m11ds6w0IMDkui_KrRGXWK2eKot63k5im1XEScbjKXa2t_wgnDblAKj5ogwNHuHhHXpcxwxucwwUT46DbeCxXRkr67kEbfnpSP4E_ks2QXfuYLF8Z9R9p8RqV4msHQOZ8zmJ6qDGzIDp3wjDDIol_UtY5kZtY14kuBMM-6Ew/s1040/Capa%20Orar%20como%20Jesus%20orou.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1040" data-original-width="720" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjUULTniXf8G5QBc6T-k2m11ds6w0IMDkui_KrRGXWK2eKot63k5im1XEScbjKXa2t_wgnDblAKj5ogwNHuHhHXpcxwxucwwUT46DbeCxXRkr67kEbfnpSP4E_ks2QXfuYLF8Z9R9p8RqV4msHQOZ8zmJ6qDGzIDp3wjDDIol_UtY5kZtY14kuBMM-6Ew/w222-h320/Capa%20Orar%20como%20Jesus%20orou.jpg" width="222" /></a></div>Há alguns anos tenho me dedicado ao estudo sobre oração a partir do exemplo e dos ensinos de Jesus. Agora, essas anotações se transformaram em e-book que está disponível na Amazon. Adquira e leia. Tem feito bem pra mim, vai ser bom pra você também.<br /></span><span style="background-color: white; color: #0f1419; white-space: pre-wrap;">Veja a Sinopse:<br /></span><span style="background-color: white; color: #0f1111;">A vida nem sempre acontece como planejamos. Em todo tempo, enfrentamos barreiras e obstáculos que parecem intransponíveis, que nos levam a pensar que não somos capazes de ir adiante ou que não vamos conseguir superar. A boa notícia é que Deus quer nos ajudar a lidar com cada situação de dúvida, de incerteza e até de fraqueza. Ele está sempre pronto e disposto a nos socorrer e a nos dar um novo ânimo. Ele está sempre pronto a nos encorajar. Mas isso não acontece naturalmente. O encorajamento acontece quando você O procura. E a maneira como você procura o Senhor é através da oração.<br /></span><span style="background-color: white; color: #0f1111;">Ao longo deste livro você aprenderá a cultivar uma poderosa e contagiante vida de oração, assim como você experimentará o encorajamento para enfrentar os grandes desafios em seus relacionamentos, em suas dificuldades financeiras, em sua conduta pessoal, em seus problemas de saúde e em muitas outras áreas de sua vida. O poder da vida de oração não está em quem ora, mas em quem responde a todas as orações. Ter um relacionamento íntimo com Deus é a forma de experimentar o seu poder.</span></span></div><div style="text-align: left;"><span style="color: #0f1111; font-family: trebuchet;"><b><i>Orar como Jesus orou</i></b>: Reflexões sobre a vida de oração de Jesus. Autor: Irenio Silveira Chaves. Investimento: R$ 9,99.<br /></span><div><span style="background-color: white; color: #0f1111;"><span style="font-family: trebuchet;">Disponível no site da <a href="https://www.amazon.com.br/dp/B0BJMTKFRQ" target="_blank"><b>Amazon>></b></a></span></span></div></div>Irenio Silveira Chaveshttp://www.blogger.com/profile/06134191370907062665noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-296945013081262856.post-27809771198054050052022-10-02T22:23:00.005-03:002022-10-02T22:23:53.517-03:00Democracia em risco elevado: Reflexões sobre o primeiro turno da eleição brasileira | Democracy at high risk: Reflections on the first round of the Brazilian election | Democracia en alto riesgo: Reflexiones sobre la primera vuelta de las elecciones brasileñas<p><span style="text-align: justify;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjMaRmBYLlZuQFAjJl09Tt56Fc6F0EeKL5oUB5joClgaFwCPcpvN3Q1GiS-wm56oKQhj7oowYTvHINMdUe3HZbvkv2PGttNihXCTkTTrvyMVy7gUp60wNrelDdewwb2fD-sYeuMLy3d12vN5hBquqTU2lrnKoGCE3dqi3pvTK_EwIIXgdQrZmrnKNaWQA/s916/Lula%20Bolsonaro.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="515" data-original-width="916" height="113" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjMaRmBYLlZuQFAjJl09Tt56Fc6F0EeKL5oUB5joClgaFwCPcpvN3Q1GiS-wm56oKQhj7oowYTvHINMdUe3HZbvkv2PGttNihXCTkTTrvyMVy7gUp60wNrelDdewwb2fD-sYeuMLy3d12vN5hBquqTU2lrnKoGCE3dqi3pvTK_EwIIXgdQrZmrnKNaWQA/w200-h113/Lula%20Bolsonaro.jpg" width="200" /></a></div>No encerramento da noite de 2 de
outubro de 2022, o Brasil conheceu o resultado das eleições no primeiro turno,
com um cenário que valida o projeto conservador que vem tomando conta do país. O
bolsonarismo, onda de extrema-direita que conquistou o Governo Federal, grande
representação no congresso e diversos setores da sociedade sobretudo religioso –
com destaque a parcela significativa da igreja evangélica –, se mostrou como
uma força política consolidada, com uma pauta reacionária, que flerta com o
nazi-fascismo que se levanta no mundo.<p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Não se trata de um projeto
político-econômico, mas de uma mentalidade que influencia a cultura, a
educação, a produção científica e até as relações inter-religiosas. Essa onda
que se autointitula conservadora é muito mais do que isso. Ela afeta as noções
civilizatórias de relações interpessoais, familiares, de corporeidade, de
Direitos Humanos e do que é ser uma pessoa capaz de ter consciência de suas próprias
condições concretas de existência.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">O paradoxal disso é que o avanço
do bolsonarismo se dá num contexto democrático, conquistando o voto de milhões
de brasileiros que são influenciados pelo discurso de medo a respeito do papel
das esquerdas, dos movimentos sociais de defesa dos direitos das minorias, das
lutas por direitos sociais e trabalhistas. O bolsonarismo joga com o sistema
democrático representativo para se tornar sua maior ameaça. O avanço do
bolsonarismo significa o aumento às ameaças ao Estado Democrático de Direito.
Significa a consolidação do golpe contra as políticas públicas em favor dos mais
pobres, dos trabalhadores, das mulheres, das populações LGBTQIA+, das
expressões religiosas de matriz africana.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="background: white;">Dias
piores virão. O ovo da serpente foi chocado. A guinada bolsonarista nessa
eleição não é uma boa notícia em qualquer cenário.</span> Como escreveu Dante
Alighieri no aviso colocado na entrada do inferno da Divina Comédia, “vós
que entrais, abandonai toda a esperança.” Teremos dias mais difíceis para a
economia, para as relações internacionais, para nossos biomas, para as populações
indígenas, para as lutas antirracistas, para os movimentos em defesa da diversidade
religiosa e de gênero, para os recursos destinados à educação básica, saúde,
pesquisa científica, universidades e geração de renda.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">O que se viu nesses últimos quatro
anos não foi suficiente para demonstrar para uma parcela significativa dos
eleitores que tivemos até aqui o pior governo de todo o período republicano do
Brasil. Com isso, aqueles que perpetraram crimes – bem como seus mentores –
contra o Meio Ambiente, contra os territórios e os povos indígenas, com
disseminação de <i style="mso-bidi-font-style: normal;">fake news</i>, decretos
de sigilos e uso de orçamento secreto para a compra de votos no Congresso vão
ganhando a oportunidade de continuarem sua ação de forma impune.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Ainda dá tempo de mudar os rumos.
A luta pela vitória da esquerda, representada pelo candidato Lula, será
renhida, mas valerá a pena o esforço. O segundo turno não deve ser marcado pela
união de forças das progressistas, mas pelo apelo ao bom senso, à
responsabilidade ética com a vida, pela união daqueles e daquelas que preservam
um mínimo de civilidade. A democracia está por um fio. Falta muito pouco para
que ela seja enterrada de vez, caso o projeto de governo representado pelo
bolsonarismo, na figura de seu principal articulador e atual Presidente da
República, saia vencedor no segundo turno.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Caso isso aconteça, resta aos
homens e mulheres dessa nação que prezam pelo cuidado com a vida e com os mais
vulneráveis travar a luta desigual de quem luta contra gigantes. Da mesma
forma, falta muito pouco para vencer no segundo turno. Como digo nas redes
sociais, o fascismo voltou. Já o vencemos uma vez. Vamos vencer de novo. É
preciso continuar crendo como Cartola que o Sol há de brilhar mais uma vez.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Imagem: Infomoney.<o:p></o:p></p>Irenio Silveira Chaveshttp://www.blogger.com/profile/06134191370907062665noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-296945013081262856.post-63105366854585362152022-09-21T10:46:00.002-03:002022-09-21T10:46:41.929-03:00O grito da Criação: é tempo de escutar a voz da natureza, do planeta, dos pobres e dos excluídos / The cry of Creation: it is time to listen to the voice of nature, the planet, the poor and the excluded / El grito de la Creación: es tiempo de escuchar la voz de la naturaleza, del planeta, de los pobres y excluídos<p><span style="text-align: justify;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqFXgQoruwkIbO-X2a4-Sr5f26Xi3yjO2gTmt3_YlzO314Lxnjok4BaL6ifN-fpbFfM6bJkyKgzrNF-r2ZnFMl990Z8hzaY3hSwwTJ7bwNnshO8KzMBGfbnz6_Q0A-b-emldoEPjULFRWUqMAWcKhP-xK2pm_LUqXTScGYlgxCSnr8tiLGW-g7etWCeQ/s750/Alterac%CC%A7o%CC%83es%20clima%CC%81ticas.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="500" data-original-width="750" height="133" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqFXgQoruwkIbO-X2a4-Sr5f26Xi3yjO2gTmt3_YlzO314Lxnjok4BaL6ifN-fpbFfM6bJkyKgzrNF-r2ZnFMl990Z8hzaY3hSwwTJ7bwNnshO8KzMBGfbnz6_Q0A-b-emldoEPjULFRWUqMAWcKhP-xK2pm_LUqXTScGYlgxCSnr8tiLGW-g7etWCeQ/w200-h133/Alterac%CC%A7o%CC%83es%20clima%CC%81ticas.jpg" width="200" /></a></div>O salmista declara que há uma voz
que vem sendo silenciada que emerge do meio da Criação: <i style="text-align: justify;">“<span style="background: white;">Sem discurso nem palavras, não se ouve
a sua voz”</span></i><span style="background: white; text-align: justify;"> (</span><span style="text-align: justify;">Salmos 19.3). É
uma voz sufocada que vem de todas as criaturas que apontam para o Criador. Essa
voz que vem da Criação é a voz do próprio Criador que clama pelo cuidado com os
que sofrem com o avanço da degradação da vida no planeta e do aumento da
desigualdade social.</span><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">É preciso que todas e todos se
unam para fazer ressoar essa voz <i style="mso-bidi-font-style: normal;">“por
toda a terra, e as suas palavras, até os confins do mundo”</i> (Salmos 19.4). A
Criação é a primeira e mais eloquente forma de Deus se revelar. Quando ouvimos
essa voz que vem da Criação, compreendemos quem somos, onde estamos e qual é o
nosso compromisso como cooperadores de Deus.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">É urgente unir as vozes de
cristãs e de cristãos de todo o mundo em um clamor pela proteção de nossa casa
comum, em defesa dos pobres e dos que são excluídos. A oração em favor de toda
a criação Corresponde a um despertar em defesa da vida como proclamadores das Boas
Novas para toda a Terra.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">De todas as partes, de todos os
povos, de todas as nações e em todas as línguas, é possível ouvir o grito de
cada pessoa, de cada comunidade, de cada bioma, de cada espécie que tem sido
silenciado pela exploração provocada pela ganância e pelo consumo desenfreado.
São vidas que estão ameaçadas pela perda das condições mínimas de sobrevivência
por causa das mudanças climáticas.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Escutar a voz da Criação exige um
tipo de escuta que envolve nossa sensibilidade em ouvir os modos em que Deus
fala conosco. Santo Agostinho escreveu que a Criação “é a página divina que
você deve escutar; é o livro do universo que você deve observar. As páginas da
Escritura só podem ser lidas por aqueles que sabem ler e escrever, enquanto
todos, mesmo os analfabetos, podem ler o livro do universo” (apud <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Tempo da Criação</i>: Guia de celebração
2022, p. 7). Martinho Lutero também pregou que o Evangelho não foi apenas escrito
em livros “mas também em árvores e outras criaturas” (idem).<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Através desse exercício de
escuta, é possível desenvolver uma nova espiritualidade que implica a percepção
da verdade, a virtude da bondade e as expressões de beleza presentes na vida do
outro, das relações comunitárias e da natureza. Somos também conduzidos a
experiência de tomada de consciência de quem Deus é e como ele vem a nós, como
Trindade santa, na qual todas as coisas existem e se movem. Como afirmou o teólogo
alemão Jürgen Moltmann: “Deus cria, reconcilia e redime sua criação por meio do
Filho. Na força de Espírito, Deus está presente na sua criação, na
reconciliação e na redenção da criação” (<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Dios
en la creación</i>, p. 29).<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">A Bíblia nos diz que toda a
natureza geme. <i style="mso-bidi-font-style: normal;">“Sabemos que toda a
natureza criada geme até agora [...]”</i> (Romanos 8.22). É possível ouvir nos
dias atuais o clamor que nos interpela a refletir a respeito dos modos como
conduzimos nossa própria vida. Algo precisa ser feito para mudar o rumo de
nossa história, que aponta para um fim trágico. Cuidamos da natureza e uns dos
outros porque amamos ao Deus da Criação.<o:p></o:p></p>Irenio Silveira Chaveshttp://www.blogger.com/profile/06134191370907062665noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-296945013081262856.post-19348918404682426842022-09-07T14:13:00.008-03:002022-09-07T14:13:47.494-03:00Eleições 2022 e Democracia: Análise de Conjuntura / Elections 2022 and Democracy in Brazil: Analysis of the Conjuncture / Elecciones 2022 y Democracia en Brasil: Análisis de la Coyuntura<p><span style="text-align: justify; text-indent: 14.2pt;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzOUoqdso85U1teFIzjROyp6h0wIR6h1iSROILFPcHAUBv_vVT9Wbbvw54ImsMOYSxsgjZhJhzkkz_rjwstUnL8aWNB9vE9Gx82L0o-W2oOZEIM4eDSEXAHSgmfmGGvDleS4JMdRxSWP6j6F232up5w3qlcJN96KXn_jTXItDpjyNAD2-CvAySQR4X0g/s500/Voto%202.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="324" data-original-width="500" height="129" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzOUoqdso85U1teFIzjROyp6h0wIR6h1iSROILFPcHAUBv_vVT9Wbbvw54ImsMOYSxsgjZhJhzkkz_rjwstUnL8aWNB9vE9Gx82L0o-W2oOZEIM4eDSEXAHSgmfmGGvDleS4JMdRxSWP6j6F232up5w3qlcJN96KXn_jTXItDpjyNAD2-CvAySQR4X0g/w200-h129/Voto%202.jpg" width="200" /></a></div>As eleições 2022 são atípicas.
Um grave risco de ruptura democrática ronda a sociedade brasileira. No momento
em que a campanha chega em sua reta final, há uma tentativa de interferência de
forças reacionárias em todo o processo eleitoral. A principal origem de ataques
é o próprio governo federal e seus apoiadores.<p></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">Diante da gravidade do momento,
há quatro perguntas que devem ser feitas a fim de orientar as escolhas e se
tomar atitudes para frear o que vem sendo tramado. Sem querer ser alarmista ou
provocar pânico, as circunstâncias apontam para a necessidade de fortalecimento
de uma frente ampla em defesa da democracia.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">A primeira pergunta é: <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">há uma ameaça de golpe nas eleições 2022?</b>
A resposta é sim. Esse golpe já vem sendo tramado desde a eleição anterior,
quando se abriu o caminho para o avanço da extrema direita através da farsa da
operação Lava Jato, do impeachment de Dilma e a prisão do ex-presidente Lula. Esse
ataque é orquestrado pelas forças que dão sustentação ao governo atual e vem
sendo realizado a partir de uma trajetória discursiva. Primeiramente, começou
com a suspeição da confiabilidade nas urnas eletrônicas, que serviu para promover
a aproximação de representantes das Forças Armadas do sistema eleitoral. Com a
afirmação da segurança sistema eleitoral, passou-se à suspeição do processo de
apuração, com tentativas de controlar os resultados através da ação de setores
da Policia Federal e das próprias Forças Armadas. O objetivo final é fazer com
que as eleições sejam manipuladas por representantes desses setores.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">A segunda pergunta é: <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">quais as chances reais de cada candidato? </b>Até
o presente momento, três candidatos despontam na corrida eleitoral para
Presidência da República: Lula, que representa o segmento de esquerda e que tem
a aprovação da maioria com grandes chances de vencer no primeiro turno;
Bolsonaro, que recebe o apoio daqueles que nutrem o ódio às esquerdas e a Lula,
principalmente de setores que são contra os direitos sociais bem como que
defendem ideias fascistas; e Ciro, que é o candidato que desenvolve uma campanha
baseada na reprodução do discurso de ódio a Lula, embora afirme ter projeto
para o país, mas não passou da casa de um dígito nas pesquisas. Os demais
candidatos formam uma minoria que não consegue alcançar resultados
significativos nas pesquisas.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">A terceira pergunta é: <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">o que mais preocupa a campanha eleitoral no
primeiro turno?</b> Há três ameaças reais surgindo e aumentando suas
possibilidades a cada dia: a primeira é a ameaça aos movimentos progressistas,
tomados por um ódio de classe, e contra movimentos que lutam por direitos de
trabalhadores, negros, mulheres, população LGBT, povos originários, pobres e
meio ambiente; a segunda é o aumento da desinformação, com grupos
disseminadores de <i style="mso-bidi-font-style: normal;">fake news </i>agindo
livremente através das redes sociais; e a terceira é o aumento da insegurança
social, com o crescimento da miséria, do desemprego, do custo de vida e da
fome, que pode ser usada como oportunidade para o governo emitir “pacotes de
bondade” para se aproximar dos setores mais vulneráveis, embora seja o único
responsável pelo quadro atual.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">A quarta pergunta é: <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">o que mais preocupa no segundo turno?</b>
Havendo a necessidade de um segundo turno, que provavelmente será entre Lula e
Bolsonaro, as possibilidades de agravamento das tensões aumentam. Podemos
afirmar que há riscos reais de convulsão social e de aumento dos conflitos envolvendo
as instituições que têm o dever de proteger a democracia. O aumento do acesso
ao porte de arma, o crescimento do poder e interferência das milícias e a
impunidade nas denúncias de crime de responsabilidade do governo contribuem
para acreditar que algo muito ruim poderá acontecer.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">Nessas eleições, os movimentos
sociais e as organizações de defesa dos direitos civis têm o dever de impedir
que as forças reacionárias que ameaçam a democracia avancem. Defender a
democracia hoje no Brasil é defender a candidatura de Lula no primeiro turno,
visto que é o único que tem compromisso com a manutenção do Estado Democrático
de Direito.<o:p></o:p></p>Irenio Silveira Chaveshttp://www.blogger.com/profile/06134191370907062665noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-296945013081262856.post-76518138439884072062022-08-31T11:47:00.011-03:002022-08-31T11:48:22.075-03:00Decálogo do Voto Evangélico e sua atualidade: como votar como um cristão em tempos tão obscuros / Decalogue of the Evangelical Vow and its relevance: how to vote like a Christian / Decálogo del Voto Evangélico y su relevancia: cómo votar como cristiano<p><strong style="text-align: justify;"><span face=""Calibri","sans-serif"" style="color: #333333; font-weight: normal; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-weight: bold; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;"></span></strong></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><strong style="text-align: justify;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhC8J0ECiWwJ5lCVqN4GLTGiIJhrMOT_rLtJE5U3G56eWtseY7DhxIDJOSA4DnySv8PVFqp5Z1EAlNHVuOQ5irr9lRZSIFZbIQTtlSFxmwM210BeGFlDoSOSkTr8QtHJirOB1ylyG31QeE8qbKe2Vj-ck0Rc4_GYxywqWRrQ23hYNnmc9Ro25yQzVKVvw/s613/Voto.jpeg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="409" data-original-width="613" height="134" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhC8J0ECiWwJ5lCVqN4GLTGiIJhrMOT_rLtJE5U3G56eWtseY7DhxIDJOSA4DnySv8PVFqp5Z1EAlNHVuOQ5irr9lRZSIFZbIQTtlSFxmwM210BeGFlDoSOSkTr8QtHJirOB1ylyG31QeE8qbKe2Vj-ck0Rc4_GYxywqWRrQ23hYNnmc9Ro25yQzVKVvw/w200-h134/Voto.jpeg" width="200" /></a></strong></div><span style="text-align: justify;">I. </span><span style="text-align: justify;">O voto é
intransferível e inegociável. Com ele o cristão expressa sua consciência como
cidadão. Por isso, o voto precisa refletir a compreensão que o cristão tem de
seu país, estado e município.</span><p></p>
<p class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; box-sizing: border-box; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-decoration-thickness: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;"><strong style="box-sizing: border-box;"><span face=""Calibri","sans-serif"" style="color: #333333; font-weight: normal; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-weight: bold; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">II. </span></strong><span style="mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;">O cristão
não deve violar a sua consciência política. Ele não deve negar sua maneira de
ver a realidade social, mesmo que um líder da igreja tente conduzir o voto da
comunidade noutra direção.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; box-sizing: border-box; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-decoration-thickness: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;"><strong style="box-sizing: border-box;"><span face=""Calibri","sans-serif"" style="color: #333333; font-weight: normal; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-weight: bold; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">III. </span></strong><span style="mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;">Os
pastores e líderes têm obrigação de orientar os fiéis sobre como votar com
ética e com discernimento. No entanto, a bem de sua credibilidade, o pastor
evitará transformar o processo de elucidação política num projeto de
manipulação e indução político-partidário.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; box-sizing: border-box; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-decoration-thickness: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;"><strong style="box-sizing: border-box;"><span face=""Calibri","sans-serif"" style="color: #333333; font-weight: normal; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-weight: bold; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">IV. </span></strong><span style="mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;">Os líderes
evangélicos devem ser lúcidos e democráticos. Portanto, melhor do que indicar
em quem a comunidade deve votar é organizar debates multipartidários, nos
quais, simultânea ou alternadamente, representantes das correntes partidárias
possam ser ouvidos sem preconceitos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; box-sizing: border-box; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-decoration-thickness: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;"><strong style="box-sizing: border-box;"><span face=""Calibri","sans-serif"" style="color: #333333; font-weight: normal; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-weight: bold; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">V. </span></strong><span style="mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;">A
diversidade social, econômica e ideológica que caracteriza a igreja evangélica
no Brasil impõe que não sejam conduzidos processos de apoio a candidatos ou
partidos dentro da igreja, sob pena de constranger os eleitores (o que é
criminoso) e de dividir a comunidade.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; box-sizing: border-box; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-decoration-thickness: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;"><strong style="box-sizing: border-box;"><span face=""Calibri","sans-serif"" style="color: #333333; font-weight: normal; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-weight: bold; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">VI. </span></strong><span style="mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;">Nenhum
cristão deve se sentir obrigado a votar em um candidato pelo simples fato de
ele se confessar cristão evangélico. Antes disso, os evangélicos devem
discernir se os candidatos ditos cristãos são pessoas lúcidas e comprometidos
com as causas da justiça e da verdade. E mais: é fundamental que o candidato evangélico
queira se eleger para propósitos maiores do que apenas defender os interesses
imediatos de um grupo religioso ou de uma denominação evangélica. É óbvio que a
igreja tem interesses que passam também pela dimensão político-institucional.
Todavia, é mesquinho e pequeno demais pretender eleger alguém apenas para
defender interesses restritos às causas temporais da igreja. Um político de fé
evangélica tem que ser, sobretudo, um evangélico na política e não apenas um
“despachante” de igrejas. Ao defender os direitos universais do homem, a
democracia, o estado leigo, entre outras conquistas, o cristão estará
defendendo a Igreja.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; box-sizing: border-box; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-decoration-thickness: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;"><strong style="box-sizing: border-box;"><span face=""Calibri","sans-serif"" style="color: #333333; font-weight: normal; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-weight: bold; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">VII. </span></strong><span style="mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;">Os fins
não justificam os meios. Portanto, o eleitor cristão não deve jamais aceitar a
desculpa de que um evangélico político votou de determinada maneira porque
obteve a promessa de que, em assim fazendo, conseguiria alguns benefícios para
a igreja, sejam rádios, concessões de TV, terrenos para templos, linhas de
crédito bancário, propriedades, tratamento especial perante a lei ou outros
“trocos”, ainda que menores. Conquanto todos assumamos que nos bastidores da
política haja acordos e composições de interesse, não se pode, entretanto,
admitir que tais “acertos” impliquem a prostituição da consciência cristã,
mesmo que a “recompensa” seja, aparentemente, muito boa para a expansão da
causa evangélica. Jesus Cristo não aceitou ganhar os “reinos deste mundo” por
quaisquer meios, Ele preferiu o caminho da cruz.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; box-sizing: border-box; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-decoration-thickness: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;"><strong style="box-sizing: border-box;"><span face=""Calibri","sans-serif"" style="color: #333333; font-weight: normal; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-weight: bold; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">VIII. </span></strong><span style="mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;">Os votos
para Presidente da República e para cargos majoritários devem, sobretudo,
basear-se em programas de governo e no conjunto das forças partidárias por
detrás de tais candidaturas, que, no Brasil, são, em extremo, determinantes;
não em função de “boatos” do tipo: “O candidato tal é ateu”; ou: “O fulano vai
fechar as igrejas”; ou: “O sicrano não vai dar nada para os evangélicos”; ou
ainda: “O beltrano é bom porque dará muito para os evangélicos”. É bom saber
que a Constituição do país não dá a quem quer que seja o poder de limitar a
liberdade religiosa de qualquer grupo. Além disso, é válido observar que
aqueles que espalham tais boatos, quase sempre, têm a intenção de induzir os
votos dos eleitores assustados e impressionados, na direção de um candidato com
o qual estejam comprometidos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; box-sizing: border-box; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-decoration-thickness: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;"><strong style="box-sizing: border-box;"><span face=""Calibri","sans-serif"" style="color: #333333; font-weight: normal; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-weight: bold; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">IX. </span></strong><span style="mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;">Sempre que
um eleitor evangélico estiver diante de um impasse do tipo: “o candidato
evangélico é ótimo, mas seu partido não é o que eu gosto”, é compreensível que
dê um “voto de confiança” a esse irmão na fé, desde que ele tenha as
qualificações para o cargo. Entretanto, é de bom alvitre considerar que ninguém
atua sozinho, por melhor que seja o irmão em questão, ele dificilmente
transcenderá a agremiação política de que é membro, ou as forças políticas que
o apoiem.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; box-sizing: border-box; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-decoration-thickness: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;"><strong style="box-sizing: border-box;"><span face=""Calibri","sans-serif"" style="color: #333333; font-weight: normal; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-weight: bold; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">X. </span></strong><span style="mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;">Nenhum
eleitor evangélico deve se sentir culpado por ter opinião política diferente da
de seu pastor ou líder espiritual. O pastor deve ser obedecido em tudo aquilo
que ensina sobre a Palavra de Deus, de acordo com ela. No entanto, no âmbito
político-partidário, a opinião do pastor deve ser ouvida apenas como a palavra
de um cidadão, e não como uma profecia divina.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;">(Esse documento foi aprovado na Assembleia da Associação
Evangélica Brasileira (AEVB) em 1994. Ainda vale para hoje).<o:p></o:p></span></p>Irenio Silveira Chaveshttp://www.blogger.com/profile/06134191370907062665noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-296945013081262856.post-11278766296594137622022-05-21T14:48:00.001-03:002022-05-21T14:48:12.067-03:00Jesus e as forças de caráter: como Jesus nos ensina a ser feliz / Jesus and character strengths: how Jesus teaches us to be happy / Jesús y las fuerzas del carácter: cómo Jesús nos enseña a ser felices<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEixo3YMxV2H0o_FP60TehHnOOc_tSkrt87AsbutfDm6leDyOxQ0p3Cp-AoZzvP3FT60UEEOX8mFoEFrzh2KsD4SVvrMcAp2MnKrmH_jUBkzAdRe7wQBD4kJmJLVrhGFQBqUeKqBgjjZewT1yqi94aDTFUxn3W5sJb8yiFVSV7d2zqBcjz9MI4H53YvXSA/s1300/Felicidade%206.jpeg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1300" data-original-width="975" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEixo3YMxV2H0o_FP60TehHnOOc_tSkrt87AsbutfDm6leDyOxQ0p3Cp-AoZzvP3FT60UEEOX8mFoEFrzh2KsD4SVvrMcAp2MnKrmH_jUBkzAdRe7wQBD4kJmJLVrhGFQBqUeKqBgjjZewT1yqi94aDTFUxn3W5sJb8yiFVSV7d2zqBcjz9MI4H53YvXSA/w150-h200/Felicidade%206.jpeg" width="150" /></a></div>Nosso tempo tem sido marcado por uma busca imperiosa pela
felicidade. O tema passou a ter uma relevância maior no cuidado com a saúde
mental, principalmente com o avanço dos sintomas de angústia, depressão e
ansiedade causados pelo modo de vida competitivo e cheio de exigências imposto
pela cultura de mercado em vigor.<p></p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">A necessidade de se ter sucesso a qualquer preço despertou a
descoberta de que ele não é determinante para que alguém seja feliz, mas que a
felicidade é imprescindível para se chegar ao sucesso. Isso quer dizer que o
maior esforço que precisamos fazer não é ter o emprego dos sonhos, perder uns
três quilos, ser promovido ou mesmo morar em um lugar paradisíaco. É preciso estar bem consigo mesmo. As pesquisas
recentes no campo da psicologia têm demonstrado um novo paradigma, que é
exatamente o oposto dessa mentalidade: a felicidade é que promove o sucesso, e
não o contrário.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">O campo de estudo que tem se dedicado à felicidade é o da
Psicologia Positiva, que aponta formas objetivas para identificar os fatores
que contribuem para o desenvolvimento pessoal e o bem-estar. Por essa razão,
grandes universidades como Harvard e Unicamp têm promovido cursos com o tema da
Felicidade com grande procura de alunos interessados em todos as áreas de
conhecimento há mais de 10 anos.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Martin E. Seligman, no livro <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Felicidade autêntica</i>, apresenta uma proposta de construção da
felicidade a partir da conjugação de virtudes e forças de caráter. O trabalho foi
resultado de uma ampla investigação em várias culturas, concepções filosóficas
e expressões religiosas a respeito do que as pessoas fazem em busca do
bem-estar, da felicidade e do desenvolvimento pessoal.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Foram identificadas 6 virtudes essenciais, que podem
ser identificadas através de 24 forças de nossa personalidade que nos auxiliam
em nossos modos de pensar, de sentir e de se comportar.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Veja a relação das virtudes humanas mais comuns e suas
respectivas forças de caráter:<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">a) Sabedoria – Criatividade, curiosidade, critério ou pensamento
crítico, gosto pelo aprendizado e perspectiva.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">b) Coragem – Bravura, perseverança, integridade e vitalidade.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">c) Humanidade – Amor, generosidade e inteligência social.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">d) Justiça – Justiça, liderança e trabalho em equipe.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">e) Temperança – Perdão, humildade, prudência e autocontrole.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">f) Transcendência – Apreciação da beleza e da excelência, gratidão,
esperança, bom humor e espiritualidade.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Para se alcançar a felicidade autêntica, é preciso dar
atenção à maneira como desenvolvemos as virtudes e as forças de caráter, e qual
o impacto disso em nossa saúde física, mental e coletiva. Por essa razão, a
busca da felicidade se torna apenas um ingrediente na busca de amadurecimento.
Muitas vezes, precisamos tomar decisões que podem trazer novos sentidos para a vida,
mas que não são muito confortáveis. Também precisamos manter muitos relacionamentos
que não nos fazem felizes.</p><p class="MsoNormal">As forças de caráter nos auxiliam na busca pelo florescimento, construindo em nós virtudes essenciais para viver no mundo e interagir com as pessoas. </p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Seligman propôs, então, uma nova abordagem sobre a busca da
felicidade no livro <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Florescer</i>: uma
nova compreensão sobre a natureza da felicidade e do bem-estar. Para ele, era
preciso enfatizar o florescimento através do fortalecimento das emoções
positivas, do engajamento, dos relacionamentos positivos, do propósito e da
realização. Esses cinco elementos foram inseridos para que pudessem fortalecer nossa trajetória de vida. Ele compreende que as virtudes e as forças de caráter sustentam
esses elementos. A maneira como nos empenhamos em buscar o bem-estar é que produz
mais sentido de realização pessoal.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Florescer é despertar o humano que há em nós. A felicidade
está mais relacionada com o se sentir bem mesmo em situações adversas. Para tanto, o modo
como construímos nossa trajetória de vida é fundamental para que possamos
experimentar o florescimento. Porém, uma vida feliz e satisfeita envolve
critérios tanto subjetivos quanto sociais. Como diz Seligman, “o bem-estar não
pode existir somente na nossa cabeça”.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">A felicidade, portanto, é uma conquista que precisa ser
feita continuamente. A mensagem e o ensino de Jesus visavam a formação de um novo
sentido de humanidade. É possível fazer uma análise dos mesmos e identificar
como ele desenvolveu as virtudes essenciais e as forças de caráter como fatores
importantes para que possamos alcançar a vida feliz.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">As seis virtudes (sabedoria, coragem, humanidade, justiça,
temperança e transcendência) estão presentes nos ensinos de Jesus. Entretanto,
Jesus se ocupou com a felicidade e com o bem-estar na perspectiva da salvação, como
uma experiência de sentido para a vida toda. Para quem perdeu o sentido da vida,
Jesus convida a aprender com ele o que significa viver plenamente.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Isso lembra o refrão de Tom Jobim e Luiz Bonfá: “Tristeza
não tem fim / Felicidade sim”. É um engano pensar que conseguiremos a
felicidade apenas pelas nossas forças. Ela não é uma conquista individual com
também não conseguiremos ser felizes sozinhos enquanto muitos à nossa volta
sofrem. Todos nós enfrentamos tanto circunstâncias que nos trazem felicidade quanto as que nos fazem sofrer. A vida não é um monótono programa de realizações
pessoais. Ela é formada de uma sucessão de sucessos e fracassos, de conquistas
e perdas, de realizações e frustrações. Jesus nos deixou claro que podemos ser felizes encontrando razões de
viver tão significativas que façam com que até mesmo nas situações difíceis encontremos forças para seguir em frente.<o:p></o:p></p>Irenio Silveira Chaveshttp://www.blogger.com/profile/06134191370907062665noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-296945013081262856.post-7746467388862604322022-04-18T09:40:00.001-03:002022-04-18T09:40:13.206-03:00Representações de Deus nos discursos de Jesus / Symbol of God: Representations of God in Jesus' Discourses / Símbolo de Dios: Representaciones de Dios en los Discursos de Jesús<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZVjDJKHs5iy6SgXRDoG7MbzsZqUCh6t_FGmO9_NrZ8P_EAZqohjM6n72Uw8cplz2nr4GlgmwOUuZ9_LoHR0Q0YseJO9QGn0k84VqtKiOlfIPq_FrV2uxV2dt5lpBCL5wOZ2ydviXHD5Uf5e-qeV6VdCIF1rZLhKYl7abRvuCv0VhXKZJLb6y48WDn9Q/s800/Cruz.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="688" data-original-width="800" height="172" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZVjDJKHs5iy6SgXRDoG7MbzsZqUCh6t_FGmO9_NrZ8P_EAZqohjM6n72Uw8cplz2nr4GlgmwOUuZ9_LoHR0Q0YseJO9QGn0k84VqtKiOlfIPq_FrV2uxV2dt5lpBCL5wOZ2ydviXHD5Uf5e-qeV6VdCIF1rZLhKYl7abRvuCv0VhXKZJLb6y48WDn9Q/w200-h172/Cruz.jpg" width="200" /></a></div>O teólogo jesuíta norte-americano Roger Haight propôs uma
nova compreensão cristológica diante das transformações do pensamento humano na
pós-modernidade, que é considerar Jesus como o símbolo de Deus (em seu livro <i>Jesus, Símbolo de Deus</i>). Jesus, em sua
vida, mensagem, morte e ressurreição, simbolizou Deus. Por isso, pode dizer: <i>“<span style="background: white;">Quem me vê,
vê o Pai...”</span></i><span style="background: white;"> (</span>João 14.9).<p></p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">João Batista testemunhou que <i style="mso-bidi-font-style: normal;">“<span style="background: white;">Ninguém jamais viu a Deus, mas o Deus
Unigênito, que está junto do Pai, o tornou conhecido”</span></i><span style="background: white;"> (</span>João 1.18). Em sua carta aos Colossenses,
Paulo afirmou que <i style="mso-bidi-font-style: normal;">“<span style="background: white;">Ele é a imagem do Deus invisível [...]”</span></i><span style="background: white;"> (</span>Colossenses 1.15). Essa definição está em
sintonia com o que Jesus falou a respeito de si nos evangelhos. Ele disse aos
discípulos: <i style="mso-bidi-font-style: normal;">“<span style="background: white;">Se vocês realmente me conhecessem, conheceriam também o meu Pai [...]”</span></i><span style="background: white;"> (</span>João 14.7). E disse às multidões: <i style="mso-bidi-font-style: normal;">“[...] <span style="background: white;">Ninguém
conhece o Filho a não ser o Pai, e ninguém conhece o Pai a não ser o Filho e
aqueles a quem o Filho o quiser revelar”</span></i><span style="background: white;"> (</span>Mateus 11.27).<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">O simbólico é a dimensão das representações, a forma como expressamos
o que está em nosso imaginário. De acordo com a gramaticalidade, a ideia de
simbólico vem de <i style="mso-bidi-font-style: normal;">symbolos</i>, palavra
formada por dois radicais gregos: o prefixo <i style="mso-bidi-font-style: normal;">sym-</i>,
que traz a ideia de síntese, de união, e <i style="mso-bidi-font-style: normal;">bolos</i>,
que lembra a ideia de arremessar e de lançar. O simbólico tem a ver com os
sentidos que atribuímos a tudo o que diz respeito à nossa existência, que nos
aproxima do conhecimento e da realidade. Leonardo Boff, no livro <i style="mso-bidi-font-style: normal;">A águia e a galinha</i>, lembra que isso
difere do diabólico, que é o que nos afasta. A diferença está no uso do prefixo
<i style="mso-bidi-font-style: normal;">dia-</i>, que quer tem a ideia de um
movimento, com o sentido de “através de”. O diabólico tem a ver com o separa,
nos afasta e desagrega.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">O simbólico, portanto, confere sentido à nossa existência,
enquanto que o diabólico causa impedimentos à nossa realização, como uma
rejeição, resistência ou negação ao que nos constitui como pessoas. Todos nós
carregamos essa capacidade tanto de construir e agregar valor à nossa
existência quanto de descontruir e de destruir. Temos em nós tanto o sentido da
vida quanto da morte, o que nos dá esperança e o que nos causa medo, o que nos
fortalece e o que nos ameaça. Vagueamos o tempo todo entre o simbólico e o
diabólico.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Jesus desenvolveu atitudes que fortalecem uma compreensão de
Deus que tem a ver com a ideia de um Pai amoroso que se importa com as
condições de vida de toda a criação, que faz justiça aos mais vulneráveis e que
nos interpela a uma vida mais solidária. Ele procurou viver de um modo que fosse
uma expressão do cuidado de Deus por toda a criação, demonstrou a justiça de
Deus, expressou o amor de Deus através de suas atitudes e encorajou a vida de
comunhão entre todos e todas que atraiu para si. <o:p></o:p></p>Irenio Silveira Chaveshttp://www.blogger.com/profile/06134191370907062665noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-296945013081262856.post-40419312319376479522022-04-01T13:46:00.001-03:002022-04-01T13:46:59.699-03:00A Mística e os Místicos / Mystique and Mystics / Mística y Místicos<p><span style="color: #050505;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9WvGokexi4Q1kKMYt-p6XX2OXb6XBGmnJhic9NFhWEITR0Dpm1j_KXUNP3Q7un6n0BreVund3UnZiG2C67rH-8MgzAU0j6O8A5wSF1e4DQFsp5a-Y5W2LCrOIv5F18vxyLXtFgQwoFNbZGxxXPlW1DxvS53tHZG0o5Hm9AN_5K5QyWdLjKcysk7dC9Q/s960/BannerLivroM%C3%ADsticaFacebookTwitter.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="960" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9WvGokexi4Q1kKMYt-p6XX2OXb6XBGmnJhic9NFhWEITR0Dpm1j_KXUNP3Q7un6n0BreVund3UnZiG2C67rH-8MgzAU0j6O8A5wSF1e4DQFsp5a-Y5W2LCrOIv5F18vxyLXtFgQwoFNbZGxxXPlW1DxvS53tHZG0o5Hm9AN_5K5QyWdLjKcysk7dC9Q/s320/BannerLivroM%C3%ADsticaFacebookTwitter.jpg" width="320" /></a></div><br />Já está em pré-venda o livro A Mística e os Místicos, lançado pela Vozes e com a minha participação em dois capítulos. O primeiro é sobre Dietrich Bonhoeffer e o segundo sobre Teilhard de Chardin. Agradeço aos organizadores Eduardo Guerreiro Losso, Maria Clara Bingemer e Marcus Reis Pinheiro, bem como a todos os demais autores, pela oportunidade<p></p><p></p><p><span style="background-color: white;"><a href=" https://www.livrariavozes.com.br/-prevenda-misticaeosmisticos-a-6557132849/p" target="_blank"> <span face="Segoe UI Historic, Segoe UI, Helvetica, Arial, sans-serif" style="color: #050505;"><span style="font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">https://www.livrariavozes.com.br/-prevenda-misticaeosmisticos-a-6557132849/p</span></span></a></span></p>Irenio Silveira Chaveshttp://www.blogger.com/profile/06134191370907062665noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-296945013081262856.post-87850836416650963552022-03-17T10:23:00.003-03:002022-03-17T10:31:57.769-03:00Felicidade / Happiness / Felicidad<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEh7YIaI7rsxYIeCT_CmrW2y06TpSn9kOJiutZGficCTYT0w5kc31oOw3Xk4sFhmZKoMY092U9SWb3htryi3KDsVMaxrRKD55YOzVEv028PbKak51KIxgbRaxTrb6lwEWwVc1I0ic-k9t9S-hgS4TtZVk3FbVEU0BQMW2MPuXcBk5EWehQDPVy22aqrfig=s756" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="756" data-original-width="756" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEh7YIaI7rsxYIeCT_CmrW2y06TpSn9kOJiutZGficCTYT0w5kc31oOw3Xk4sFhmZKoMY092U9SWb3htryi3KDsVMaxrRKD55YOzVEv028PbKak51KIxgbRaxTrb6lwEWwVc1I0ic-k9t9S-hgS4TtZVk3FbVEU0BQMW2MPuXcBk5EWehQDPVy22aqrfig=w400-h400" width="400" /></a></div><br />"<span style="font-family: Garamond, "serif"; font-size: 12pt;">A
felicidade não está no final de um caminho, mas na maneira como fazemos a
caminhada. São felizes os que desfrutam a vida em sua plenitude enquanto
caminham."<br /></span><p></p><p><span style="font-family: Garamond, "serif"; font-size: 12pt;">Irenio Silveira Chaves, no e-book <i><a href="https://www.amazon.in/Felicidade-segundo-Jesus-bem-aventuran%C3%A7as-Portuguese-ebook/dp/B09TRLNTSB" target="_blank">Felicidade segundo Jesus</a></i>.</span></p>Irenio Silveira Chaveshttp://www.blogger.com/profile/06134191370907062665noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-296945013081262856.post-32003693299907151342022-02-24T10:46:00.009-03:002022-02-24T13:34:36.940-03:00Mundo em guerra: o conflito entre Ucrânia e Rússia põe o mundo em alerta / World at war: the conflict between Ukraine and Russia puts the world on alert / Mundo en guerra: el conflicto entre Ucrania y Rusia pone en alerta al mundo<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjSkNZymQmEE9_bkxaiLHC2nHwJkbOVZbCZjFs0NjJEoQncS7KifCS2o5eoS65FrQMndke_JAhjJS4W2nEJD6sYnfrSF-5nPJnPBeztzwsl42f0aKz2WMt8S5EaxoZpjrIVpsJh7JIN0Okz3AQmmq3U9pj5HUUPbEoj-pF0G3t1knV4HtjEfxmZQO2c_g=s876" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="484" data-original-width="876" height="111" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjSkNZymQmEE9_bkxaiLHC2nHwJkbOVZbCZjFs0NjJEoQncS7KifCS2o5eoS65FrQMndke_JAhjJS4W2nEJD6sYnfrSF-5nPJnPBeztzwsl42f0aKz2WMt8S5EaxoZpjrIVpsJh7JIN0Okz3AQmmq3U9pj5HUUPbEoj-pF0G3t1knV4HtjEfxmZQO2c_g=w200-h111" width="200" /></a></div><div style="text-align: justify;"><p class="MsoNormal">A notícia que chega ao Brasil e ao mundo na manhã do dia 24
de fevereiro é que o governo russo deu ordens para que suas tropas avancem
sobre as áreas controladas por separatistas na Ucrânia. É o início da guerra
entre os dois países. O conflito entre a Ucrânia e a Rússia vai além de uma
disputa de fronteiras. Envolve as principais forças militares globais,
controladas de um lado pelo ocidente e, de outro, pela própria Rússia e os
membros da antiga União Soviética.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Não é a primeira vez, desde o fim da Segunda Guerra Mundial,
que uma potência invade o território de um país. Da mesma forma, não é a
primeira vez, desde o período da Guerra Fria, que um conflito dessa magnitude
coloca em xeque interesses e forças ocidentais e as potências orientais como as
da Rússia e a China. O que há de novo nesse conflito é o uso da OTAN –
Organização do Tratado do Atlântico Norte, a antiga coalizão de defesa de um
conglomerado de países ocidentais, para que o Ocidente amplie sua esfera de
ação, avançando para mais próximo das atuais fronteiras russas, estabelecendo
bases no leste europeu.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Há algumas feridas históricas que ainda não foram superadas.
Uma delas é que a tensão entre capitalismo e comunismo continua regendo as
relações internacionais, embora a chamada “cortina de ferro” tenha caído em
1991. Outra é que os Estados Unidos da América deixaram de ser a principal
força bélica no mundo, perdendo para as potências da Rússia (que já foi
comunista) e da China (que ainda mantém um comunismo “de mercado”). E o próprio
fato de a OTAN estar envolvida nesse conflito dá indicativos de que, com o fim
do Pacto de Varsóvia, o mundo ficou mais vulnerável às pressões do Ocidente e
dos poderes dominados por interesses capitalistas.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">A humanidade chegou ao século XXI mais suscetível aos
conflitos internacionais. Alguns teóricos da chamada “Guerra Justa” até
procuram justificar a necessidade de conflitos armados em face da pluralidade
de estados e nações. Entretanto, a guerra nunca se justificou em tempo algum, a
não ser pelos interesses de poder por parte de governos que querem ampliar sua
esfera de ação. Não há justificativa moral para a guerra, nem mesmo para as
guerras religiosas. Ela é resultado do exercício do poder.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Santo Agostinho foi um dos primeiros a constatar esse aspecto
da guerra. Para ele, todas tinham como causa primeira a ação de uma pessoa que
exerce o poder e, como consequência, o desejo de causar dano ao outro a fim de
alcançar os objetivos de poder. Não importa se as razões são boas ou más. Elas
sempre promovem violência, crueldade e vingança. As marcas que a guerra deixa
são as da brutalidade humana, da selvageria e do orgulho de exercer domínio
sobre o outro.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Nos tempos atuais, as guerras se justificam pela necessidade
de se ampliar mercados e estabelecer relações que viabilizem o modo de produção
e de consumo a partir da mentalidade do capitalismo. Não se trata de um personalismo
ou de poder totalitário de um líder, mas de garantias para que bens e produtos
circulem conforme interesses das potências. No caso do conflito entre Ucrânia e
Rússia, está em questão a produção e o consumo do gás natural. Atualmente, EUA
e Rússia são os principais produtores desse commodity e a Europa seu principal
mercado.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">A guerra entre Ucrânia e Rússia não faz sentido para o
mundo. Mas não se pode esquecer o complexo contexto histórico nas relações
entre esses países. O conflito rompe acordos e tratados internacionais e pode
ser identificada, pelas normas internacionais formalizadas pela ONU, como uma
agressão por parte da Rússia a uma nação independente, uma violação ao princípio
da autodeterminação dos povos. Entretanto, a interferência dos interesses
ocidentais não pode ser esquecida, sob o risco de uma compreensão deturpada
desse conflito.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Um século depois de vencer uma pandemia e 80 anos após
encerrar a Segunda Guerra Mundial, a humanidade demonstra que não se aprendeu
nada em termos de relações humanitárias. Para quem achava que sairíamos
melhores da pandemia, o cenário de mais uma guerra global expõe a fragilidade
das relações internacionais. O tabuleiro político e econômico do mundo continua
colocando em risco a vida de pessoas em condições de vulnerabilidade e fazendo
mais vítimas.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Há quem defenda que a guerra é uma necessidade. Clausewitz e
Marx viram nela uma expressão sanguinária da racionalidade humana. Embora a
guerra nunca aconteça como um fenômeno isolado do cenário político e econômico
do mundo – ela é resultado de uma pluralidade de fatores –, é sempre consequência
da insanidade humana. Exatamente porque requer derramamento de sangue.<o:p></o:p></p><br /></div>Irenio Silveira Chaveshttp://www.blogger.com/profile/06134191370907062665noreply@blogger.com0