Quando foi instituída a primeira Páscoa, o povo hebreu estava em uma situação limite. Eles precisavam fazer a escolha: ou ficavam no lugar onde havia cebolas e carne ou saíam em peregrinação para o lugar que mana leite e mel. Mas não era uma escolha de paladares e sabores. Era a escolha de confiar na promessa divina ou não. O Egito era um lugar de esforço e escravidão. A terra da promessa seria um lugar de outro tipo de esforço, mas onde seria possível experimentar a liberdade. O problema é que isso implicava um exílio. Em meio a expectativas da partida do Egito para o lugar da promessa, Deus pede para que seu povo celebre um banquete, cuja marca predominante é o sangue do cordeiro como marca de livramento e de confiança. O povo tinha que estar preparado para partir a qualquer momento.
Quando Jesus comeu sua última páscoa com seus discípulos, era também uma situação limite. Voltar a Jerusalém não foi uma decisão fácil. Da última vez, Jesus fora rejeitado. Dessa vez, podia ser a última e isso estava cercado de temores. Ao chegarem, eles não sabiam sequer aonde iriam se reunir. Encontrar um homem com um cântaro de água não seria uma coisa tão simples numa cidade como aquela. Em meio à incerteza, a notícia de que um dos doze iria trair. Durante a refeição, típica das famílias judaicas da época, Jesus interrompe o banquete, toma o pão e o cálice de vinho e diz: isto é o meu corpo e o meu sangue.
Muito provavelmente Jesus tinha na mesa os ingredientes básicos de uma ceia judaica: além de pão asmo e vinho, havia também cordeiro assado e ervas amargas. Cada elemento se revestia de uma simbologia que apontava para Cristo. O cordeiro era a lembrança do sacrifício que traz perdão. João 1.29. As ervas amargas lembravam o sofrimento que seria tomado sobre si pelo messias prometido. Isaías 53.4-5. O pão teria que ser sem fermento, o pão asmo, para lembrar a necessidade de uma vida desprendida. 1 Coríntios 5.7-8, João 6.35 e 50. E o vinho representava o sangue que propiciava o perdão e a reconciliação com Deus. Mateus 26.38, 1 João 1.7.
A Páscoa é esse momento que nos remete a algumas atitudes de nossa fé. Tanto na primeira vez quanto na última ceia de Jesus somos lembrados de que, para uma experiência de Deus que possa gerar vida, se fazem necessários alguns deslocamentos: de tempo – quando deixamos de ser dominados por uma temporalidade marcada pela finitude e pela incompletude para viver na dimensão do oportuno, do vivido e do eterno; de espaço – quando deixamos de lado um a preocupação centrada no eu para vivermos no espaço do outro, como um exílio de si mesmo; de ordem – quando deixamos a lógica que rege as ações humanas para vivermos a graça.
A Páscoa é essa afirmação do humano que descobre em Cristo que pode e deve viver diante de Deus como humano. Somos livres para assumir a nossa humanidade e, assim viver diante de Deus em total responsabilidade. Liberdade e responsabilidade se encontram como termos correlatos e é isso que nos aponta para nós mesmos, em nossa condição, para vivenciarmos a experiência de Deus com a consciência livre por meio de Cristo.
Quando Jesus comeu sua última páscoa com seus discípulos, era também uma situação limite. Voltar a Jerusalém não foi uma decisão fácil. Da última vez, Jesus fora rejeitado. Dessa vez, podia ser a última e isso estava cercado de temores. Ao chegarem, eles não sabiam sequer aonde iriam se reunir. Encontrar um homem com um cântaro de água não seria uma coisa tão simples numa cidade como aquela. Em meio à incerteza, a notícia de que um dos doze iria trair. Durante a refeição, típica das famílias judaicas da época, Jesus interrompe o banquete, toma o pão e o cálice de vinho e diz: isto é o meu corpo e o meu sangue.
Muito provavelmente Jesus tinha na mesa os ingredientes básicos de uma ceia judaica: além de pão asmo e vinho, havia também cordeiro assado e ervas amargas. Cada elemento se revestia de uma simbologia que apontava para Cristo. O cordeiro era a lembrança do sacrifício que traz perdão. João 1.29. As ervas amargas lembravam o sofrimento que seria tomado sobre si pelo messias prometido. Isaías 53.4-5. O pão teria que ser sem fermento, o pão asmo, para lembrar a necessidade de uma vida desprendida. 1 Coríntios 5.7-8, João 6.35 e 50. E o vinho representava o sangue que propiciava o perdão e a reconciliação com Deus. Mateus 26.38, 1 João 1.7.
A Páscoa é esse momento que nos remete a algumas atitudes de nossa fé. Tanto na primeira vez quanto na última ceia de Jesus somos lembrados de que, para uma experiência de Deus que possa gerar vida, se fazem necessários alguns deslocamentos: de tempo – quando deixamos de ser dominados por uma temporalidade marcada pela finitude e pela incompletude para viver na dimensão do oportuno, do vivido e do eterno; de espaço – quando deixamos de lado um a preocupação centrada no eu para vivermos no espaço do outro, como um exílio de si mesmo; de ordem – quando deixamos a lógica que rege as ações humanas para vivermos a graça.
A Páscoa é essa afirmação do humano que descobre em Cristo que pode e deve viver diante de Deus como humano. Somos livres para assumir a nossa humanidade e, assim viver diante de Deus em total responsabilidade. Liberdade e responsabilidade se encontram como termos correlatos e é isso que nos aponta para nós mesmos, em nossa condição, para vivenciarmos a experiência de Deus com a consciência livre por meio de Cristo.