Há
uma antiga história que conta que Deus um dia convidou um rabino para conhecer
o céu e o inferno. Ao abrirem a porta do inferno, viram uma sala em cujo centro
havia um caldeirão no qual se cozinhava uma suculenta sopa. Em volta dele,
estavam sentadas pessoas famintas e desesperadas. Cada uma delas segurava uma
colher de cabo tão comprido que lhe permitia alcançar o caldeirão, mas não suas
próprias bocas. O sofrimento era imenso. Em seguida, Deus levou o rabino para conhecer
o céu. Entraram em uma sala idêntica à primeira, havia o mesmo caldeirão, as
pessoas em volta, as colheres de cabo comprido. A diferença é que todos estavam
saciados. “Eu não compreendo”, disse o Rabino, “por que aqui as pessoas estão
felizes, enquanto na outra sala morrem de aflição, se é tudo igual?” Deus sorri
e responde: “Você não percebeu? É porque aqui eles aprenderam a compartilhar.”
Compartilhar
significa participar junto com o outro, dividir o mesmo espaço, desfrutar do
mesmo direito. A mentalidade consumista substituiu a ideia de compartilhar pelo
ato de dar. A diferença é grande. A ideia de dar tem em si mesma a noção de
propriedade. Você dá do que tem, de acordo com o seu critério de administração
dos seus bens. Tem o sentido de caridade ou gratidão. E isso é um conceito falso
quando o que está em jogo é a vida do outro.
Jesus
ensinou isso aos seus discípulos: “Vocês receberam de graça; deem também de
graça.” Mateus 10.8. Esse é o princípio do compartilhamento. Jesus enviou seus
discípulos a fim de que estes levassem a pessoas perdidas uma mensagem de
encorajamento e esperança. Jesus estava certo de que as pessoas precisam de
outros meios para superarem sua própria aflição, que não podem ser comprados ou
adquiridos para servirem como nossa propriedade exclusiva. A mídia tenta nos mostrar
que, para nos sentirmos realizados, precisamos emagrecer, cuidar da pele,
trocar de carro, mudar a mobília da casa ou consumir determinados produtos. Jesus,
porém, nos convida a descobrir que nós precisamos de algo maior para nossa
realização que não tem nada a ver com uma mentalidade consumista e pode ser
compartilhado por todos aqueles que desfrutam de sua graça. Isso tem a ver com
os valores, o conhecimento, a esperança e a fé com que orientamos a nossa vida.
Precisamos
compartilhar valores como a melhor maneira de superar a intolerância e o
preconceito. Os valores estão relacionados com a maneira como construímos a felicidade.
Ter uma noção clara de valores é saber de fato quem você é. Você compartilha
seus valores quando se abre para um relacionamento com o outro.
Precisamos
compartilhar conhecimento como a melhor maneira de superar a ignorância. O conhecimento
tem a ver com a memória. É com o conhecimento que armazenamos um conjunto de informações
e modelos que nos auxiliam na hora de fazer escolhas. O conhecimento de que necessitamos
vem mais da vivência do que de um programa sistemático de ensino. Ele deve
visar o desenvolvimento de competências e habilidades. Você compartilha
conhecimento quando abre a sua mente para novas possibilidades de compreender a
realidade.
Precisamos
compartilhar a esperança como a melhor maneira de superar a dor. A esperança nos
dá sentido para a vida, nos aponta um caminho a seguir mesmo quando tudo parece
impossível. Pessoas que têm esperança não desistem de seus sonhos e consegue
realizar projetos até o fim. Você compartilha esperança quando encoraja outros
a também não desistirem de seus sonhos e os estimula a seguir adiante.
Precisamos
compartilhar a fé como a melhor maneira de superar angústia. A fé nos ajuda a
entender que a vida como está pode se tornar melhor, que Deus sempre tem um
plano melhor. Ter uma vida de fé é mais do que desenvolver uma experiência
religiosa. Embora religião e fé estejam inter-relacionadas, precisamos aprender
a distinguir o que é a essência da fé e a expressão da fé. Você compartilha a
fé quando oferece a sua própria história de vida como um exemplo de mudança.
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