“Mas, quando chegou a plenitude do tempo, Deus
enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido debaixo da lei” Gálatas
4.4
O
Natal é a lembrança do maior acontecimento histórico da humanidade e só será
superado com a segunda vinda de Jesus: o fato de Deus ter se tornado humano.
Isso
supera a descoberta do fogo, a invenção da roda, a queda de impérios, a
descoberta do novo mundo, a revolução industrial e até as transformações
trazidas pela era da informação. Em Jesus Cristo, nascido historicamente, Deus
se apresenta a si mesmo como o Deus salvador da história, que se coloca junto
ao homem em suas circunstâncias concretas para lhe apontar o caminho da
redenção.
O
acontecimento lembrado no Natal é o ápice de um evento radical e único na
relação entre Deus e a história. Ele se deixa afetar pela história, se esvazia
da eternidade para viver o jogo de forças de nossa realidade intramundana. Ele
se oferece como alguém que se relaciona com outros que agem em liberdade no
processo de dar e receber, que se torna tangível receptivo, acolhedor e doador.
Deus
não se fez apenas um bebê. Ele se tornou gente na pessoa histórica de Jesus. De
tal forma que a vida inteira de Jesus é um testemunho da essência de Deus: sua
encarnação, sua morte, sua ressurreição e sua ascensão. Ela é a prova cabal de
que Deus não é insensível, imutável, distante ou apático. Ao contrário, Deus em
Cristo se mostra acolhedor, relacional, alcançável e vulnerável diante da
liberdade e do sofrimento humano.
Na pessoa do
Filho, o Pai se faz pleno ao mesmo tempo em que a pessoa do Filho assume a natureza humana para unir-se a toda a
criação. O Filho assume a humanidade no tempo a fim de que realize a sua
condição eterna de Filho de Deus somente pela garantida da ação e mediação do Espírito.
É na dimensão trinitária que podemos compreender o mover de Deus na história.
Na
pessoa do Filho, Deus se comunica conosco e estabelece comunhão por meio do
Espírito. Natal é, portanto, uma celebração trinitária, é a dramatização do
Deus que se faz homem para redimir a criação, para curar as feridas deixadas
pelo pecado, para eliminar a distância entre Deus e o homem, para quebrar o
poder da morte e para fazer surgir uma nova comunidade.
O
Natal é a celebração do Deus que entra na nossa história, que supera nossas
resistências a Ele, para apontar o caminho de nossa própria salvação.
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