
– E aí, rapaz, tá sumido.
– É, tava de férias.
– Viajou pra onde?
– Fui pescar lá pras bandas de Goiás.
– Isso é que é vida...
– Que nada! Quase morri!
– Que qui houve?
– Eu tava pescando, aí de repente a linha esticou, parecia que tinha agarrado em alguma coisa. Pensei que não ia aguentar e fui sendo levado pro meio do rio. Fiquei com água pela cintura.
– E então, que qui era?
– Foi aí que eu vi que a linha tinha se enrolado numa sucuri enorme.
– Nossa!...
– Minha sorte é que ela tinha acabado de comer um bezerro e estava meio paradona. Nisso, eu peguei minha faca e feri a sucuri.
– E ela morreu?
– Saiu um sangueiro enorme, atraiu um monte de piranhas que começou a atacar a bicha.
– Que perigo!
– Eu corri pro barranco depressa. Quando comecei a subir, eu olhei pra cima... Você não imagina o que tinha lá.
– O que?
– Um urso polar. Eu me agarrei nas orelhinhas dele e comecei a gritar por socorro...
– Ah... Essa foi demais.
– Você vê onde que essa história de aquecimento global está chegando. Os coitadinhos vem procurar recurso muito longe.
Pois bem. Ocorreu-me que o aquecimento global, de fato, está alterando muito o comportamento de toda a vida do planeta. Até mesmo o modo de se contar as muitas boas histórias de pescador.
Nenhum comentário:
Postar um comentário