“Porque, como imagina em sua alma, assim ele é...” Provérbios
23.7 ARA
A
grande questão que inquieta é a respeito de quem nós somos. Procuramos por uma
natureza humana, uma essência, algo que nos explique e nos justifique. Por
conta disso, sempre achamos que falta alguma coisa, sentimo-nos incompletos e
imperfeitos. A própria busca por uma perfeição comporta em si mesma um
equívoco.
A
expectativa da perfeição é uma ficção das mais perversas, pois é a causa de
muitas frustrações, alimenta muitos ressentimentos e provoca os preconceitos.
Não podemos nos esquecer de dois aspectos muito importantes: primeiro, que
somos pessoas marcadas pela ambiguidade. Ao mesmo tempo que tememos o nosso
fim, desejamos o que está além de nós mesmos. Segundo, que na história da
humanidade houve um momento em que nos perdemos de nós mesmos. A Bíblia chama
esse momento de “queda” e o trata na perspectiva do pecado de Adão e Eva no
paraíso. Adão é o arquétipo do homem em condição de perdição. Tinha tudo, vivia
no paraíso, poderia fazer a melhor escolha de ajustar a vida àquele estado, mas
preferiu ir além e experimentar o fruto que ampliava o seu conhecimento. O
resultado dessa história é que o próprio ser humano passou a olhar para si como
incompleto, desalojado de sua condição primeira, em busca de algo que lhe
devolva o sentido primeiro.
Para
que possamos resgatar algo que nos faça sentido, precisamos de um espelho, que
é a imagem do outro. É pela criação da imagem do outro que conseguimos
compreender a nós mesmos. A imagem do espelho é a imagem do outro que pode ser
eu mesmo, mas que só consigo me ver como outro. Esse outro é o que eu desejo
ser e não há qualquer relação de unidade entre essa imagem e quem de fato sou,
a não ser como imaginário.
A
psicanálise nos ajuda a compreender essa nossa realidade humana. Entretanto, essas
reflexões não são só da psicanálise, embora ela tenha desenvolvido uma
abordagem bastante interessante sobre essa relação. A Bíblia já apontava
caminho para essa compreensão. O apóstolo Paulo disse certa vez: “Agora, pois, vemos apenas um
reflexo obscuro, como em espelho; mas, então, veremos face a face. Agora
conheço em parte; então, conhecerei plenamente, da mesma forma como sou
plenamente conhecido.” 1 Coríntios 13.12
Conhecer mais a si mesmo é uma necessidade humana. Este é um princípio presente em várias culturas. O budismo ensina a conhecer a si mesmo como princípio para que possa aprender a esquecer de si mesmo. Sócrates usou o princípio do oráculo de Delfos do “conhece a ti mesmo” para orientar a prática do cuidado de si. E a Bíblia recomenda em várias passagens, especialmente do Novo Testamento, a ter essa mesmo preocupação com a descoberta de si e do cuidado consigo mesmo.
Conhecer mais a si mesmo é uma necessidade humana. Este é um princípio presente em várias culturas. O budismo ensina a conhecer a si mesmo como princípio para que possa aprender a esquecer de si mesmo. Sócrates usou o princípio do oráculo de Delfos do “conhece a ti mesmo” para orientar a prática do cuidado de si. E a Bíblia recomenda em várias passagens, especialmente do Novo Testamento, a ter essa mesmo preocupação com a descoberta de si e do cuidado consigo mesmo.
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