“Quem ama o dinheiro jamais terá o suficiente;
quem ama as riquezas jamais ficará satisfeito com os seus rendimentos. Isso
também não faz sentido.” Eclesiastes 5.10
A maior dificuldade que as pessoas enfrentam quando o assunto é
sucesso na carreira é a maneira como lidar com o dinheiro, quer seja ter muito
ou pouco. A
relação com o dinheiro é uma área que todos temos problemas. Ainda não
aprendemos a melhor maneira de lidar com esse recurso que a sociedade
desenvolveu para regular as relações econômicas entre as pessoas. O
dinheiro determina as relações na sociedade moderna, fazendo com que oriente as
ações de indivíduos e a convivência social.
O dinheiro tende a interferir na nossa personalidade,
transformando-nos em objeto, que não depende mais da relação com o grupo, mas
da capacidade de poder aquisitivo. Somos considerados na mesma condição de
coisas, diluindo assim a nossa personalidade. De um modo geral, o imaginário criou alguns
personagens que tipificam bem a maneira como as pessoas se relacionam com o
dinheiro: o avarento, o pródigo, o ganancioso, o aproveitador.
Quando o dinheiro domina nossas preocupações, o que passa a
orientar as nossas relações é o aspecto quantitativo e não mais o qualitativo.
Essa é a principal causa da desigualdade social. Por essa razão, a Bíblia diz que
o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males (1 Timóteo 6.10).
Isso
acontece porque vivemos numa sociedade que substituiu os laços de afinidade
antigos pelas relações impessoais. O dinheiro é o meio que estabelece novos
vínculos entre as pessoas. Lidar com ele demanda uma nova inteligência, que
ponha de lado a demonização da riqueza e do poder monetário que se estabeleceu
desde o começo da Modernidade, para dar lugar a uma construção de
relacionamentos em que o dinheiro possa ser considerado como ele realmente é:
um medidor das diferenças qualitativas entre as coisas e as pessoas, como um
agente libertador dos indivíduos da tutela do estado, da igreja, da família e
da sociedade.
O dinheiro surgiu a partir da troca que se baseia na noção de
valor. Portanto, sua origem está ligada a um aspecto subjetivo. As relações
humanas são de troca, por assim dizer. Sendo assim, o dinheiro assume papel de
mediador entre indivíduos, ações e de organizações. O dinheiro é, portanto,
meio para se estabelecer relações recíprocas, mas que acaba se transformando
como um fim em si mesmo.
Deste modo, o dinheiro influencia o ritmo da vida. Ele determina
interesses, intenções e objetivos. Seu uso tem o poder de aproximar ou de
excluir pessoas, de atribuir honra ou de menosprezar, de construir esperanças
ou produzir desalento. Além do mais, os planejamentos que não incluem, de modo
claro, os custos e as origens dos recursos financeiros tendem ao fracasso.
O dinheiro é o maior símbolo de como a vida é transitória. Para
que o seu valor seja estabelecido, é preciso que esteja sempre em circulação. Como
disse Augusto Cury, “você
precisa conquistar aquilo que o dinheiro não compra. Caso contrário, será um
miserável, ainda que seja um milionário”.
Há valores que não são
medidos pelo dinheiro, mas que conferem sentido à vida. É o caso da prudência e
da generosidade.
A maneira de lidar com o dinheiro tem a ver inclusive com a
espiritualidade. A Bíblia trata deste assunto. Jesus disse: “Pois onde estiver o seu tesouro, aí também
estará o seu coração” (João 6.21) A Bíblia diz também: “E,
quando Deus concede riquezas e bens a alguém, e o capacita a desfrutá-los, a
aceitar a sua sorte e a ser feliz em seu trabalho, isso é um presente de Deus” (Eclesiastes
5.19).
O problema não é
possuir dinheiro, mas se deixar ser dominado por ele. Ter liberdade e
independência financeira significa que é você quem exerce controle sobre o
dinheiro e não o dinheiro que exerce controle sobre sua vida.
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