“Desde
os dias de João Batista até agora, o Reino dos céus é tomado à força, e os que
usam de força se apoderam dele.” Mateus 11.12
Quando
Jesus chamou seus primeiros discípulos para segui-lo não disse que seria uma
tarefa fácil. Antes, advertiu-os de que isso implicava uma renúncia. E em
vários momentos enfatizou que era necessário empreender algum esforço para
viver de acordo com seus ensinos.
No
primeiro discurso de orientação, que foi o Sermão do Monte, Jesus deixou
princípios e orientações que exigiam um esforço tremendo de seus seguidores.
Ele esperava que os primeiros discípulos assumissem uma postura diferente
daquela adotada pelo costume de seu tempo. Em várias circunstâncias, Jesus
lembrou-lhes que seriam incompreendidos, rejeitados e até insultados porque o
seguiam.
Alguns
desistiram logo no início; outros o seguiam, mas mantendo uma certa distância;
a grande maioria, porém, preferiu permanecer indiferente à mensagem de Jesus ou
o rejeitou de forma deliberada. Também, quem iria assumir o risco de seguir a
um mestre de vida que exige uma mudança tão radical em termos de valores e
princípios?
Jesus
ilustrou que a maneira como enviava seus discípulos a cumprirem sua tarefa no
mundo era como quem enviava ovelhas no meio de lobos. Apesar dos muitos
problemas que a missão cristã envolve, há uma promessa. Jesus disse: “Todos odiarão vocês por minha causa, mas aquele que
perseverar até o fim será salvo.” Mateus 10.22. Isso não quer dizer que a
salvação virá porque você foi perseguido, mas que ser salvo implica perseverar
até o fim apesar de todos os problemas que possam surgir ao longo do caminho, mantendo-se
como exemplo de alguém que segue a Jesus.
Os cristãos sempre estiveram sujeitos a toda
sorte de perseguição, seja por motivos ideológicos, por interesses políticos e
até por puro preconceito. A história do cristianismo é marcada pela vida de pessoas que
foram tentadas a escolher entre o poder e o amor, entre o controle e a
obediência, entre o palco e a cruz, entre a autoridade e o seguimento. Aqueles
que venceram essas tentações são os que fizeram a diferença e optaram pelo modo
mais difícil de viver a fé, que é o único modo de ser cristão de fato.
Precisamos
concordar com o pensamento socrático de que “uma vida sem desafios não vale a
pena ser vivida.” Entretanto, esse desafio tem custado muito caro para a vida
de muitas pessoas e comunidades inteiras. Seguramente, cerca de um quarto de
toda a população cristã no mundo de hoje vive debaixo de forte perseguição.
Isso significa, no mínimo, cerca de 400 milhões de pessoas. Em nenhum outro
tempo da história houve tantos cristãos perseguidos. Chega-se a falar de uma
onda de “cristofobia”.
Repito
e insisto: não é fácil ser cristão. Talvez seja fácil ser um religioso. Porém,
ser cristão não se resume a uma vida religiosa. Isto lembra o que disse Martin
Luther King Jr: “A verdadeira medida de um homem não se vê
na forma como se comporta em momentos de conforto e conveniência, mas em como
se mantém em tempos de controvérsia e desafio.”
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