Um dos assuntos mais controversos no meio protestante, por incrível que pareça, está relacionado a uma característica da ação do Espírito Santo. Fico pensando como que um tema teológico pode dividir tanto um grupo a ponto de se comportarem como se fossem inimigos.
Não quero aqui polemizar sobre o assunto. A verdade é que a questão do dom de línguas tem a ver com o modo como se desenvolve a espiritualidade. Aqueles que se preocupam em ter uma espiritualidade mais carismática valorizam esse tipo de manifestação, colocando-o como um dos dons espirituais concedidos pelo Espírito Santo para a igreja servir melhor. Até aí tudo bem. O problema está em usar o dom de línguas como uma expressão coletiva e em considerá-lo como um dos mais importante que os demais.
O assunto não é um problema de hoje. Ele dividiu os primeiros cristãos também. Tanto que, na Bíblia, o apóstolo Paulo procurou disciplinar o uso de dons, sem que houvesse qualquer impedimento para a expressão de qualquer um.
Em I Coríntios 14 encontramos algumas diretrizes para entendermos bem esse tipo peculiar de ação do espírito santo na vida daquele que crê. O primeiro esclarecimento é que falar em uma língua faz parte do processo de comunicação entre as pessoas. É uma faculdade humana que favorece a interação e caracteriza a vida em sociedade.
Falar em outras línguas, entretanto, como expressão de espiritualidade está relacionado ao aspecto subjetivo de nossa relação com Deus. Porém, Deus não precisa de uma língua humana para se relacionar com o homem. A linguagem de Deus independe de um conjunto sistêmico conhecido como língua. Por isso que a Bíblia diz que deus fala ao coração, terreno enganoso que só ele entende.
Da mesma forma, nós não precisamos de palavras inteligíveis para expressarmos nossos sentimentos a Deus. Deus se relaciona conosco não somente pela fala, mas muito mais pelo silêncio e pela escuta.
Por isso que a experiência coletiva de falar em outras línguas acaba tendo um aspecto de confusão. Torna-se também um equívoco, e até uma ingenuidade, usar o dom de línguas como marca distintiva de poder e de espiritualidade. Contudo, Deus ainda assim abençoa porque leva em consideração as expressões íntimas de sinceridade e consagração.
Falar em outras línguas (e até mesmo em nossa própria língua natural) na relação uns com os outros exige discernimento e prudência.
Na primeira vez em que o Espírito Santo impulsionou os discípulos a cumprir a ordem de compartilhar a mensagem de forma coletiva, cada um ouvinte a entendeu em sua própria língua, quer dizer, conforme a variação dialetal de sua nação de origem. Os discípulos foram capacitados a pregar a mensagem na linguagem comum dos seus ouvintes, de forma que eles entendessem através das expressões idiomáticas, figuras de linguagem e as variações populares comuns de sua gente.
Seria o mesmo que pregar uma mensagem a um grupo culturalmente distinto do nosso, com suas gírias comuns e suas expressões grupais. Existem tantos grupos assim em nosso meio, divididos por características geográficas, econômicas, sociais, culturais e até religiosas.
Mas, ao contrário dos primeiros discípulos, que se renderam à direção do Espírito Santo, a igreja de hoje acaba falando em uma língua diferente de seus ouvintes. Em alguns casos, desenvolve um dialeto novo, só entendido pelos falantes de nossa “tribo”.
Isso não quer dizer que se deva proibir o falar em línguas. Mas valorizar o dom de usar a língua para a edificação do outro. Quando vejo alguém que ora ou fala em línguas reconheço o quanto essa pessoa pode ser sincera em sua fé para com Deus, mas não vejo qualquer utilidade prática para a sua relação com o próximo. Creio que é um novo exercício de espiritualidade a ser experimentado.
(Tema da aula do dia 25/11/2007 na Classe Bíblica da Igreja Batista da Orla de Niterói)
Não quero aqui polemizar sobre o assunto. A verdade é que a questão do dom de línguas tem a ver com o modo como se desenvolve a espiritualidade. Aqueles que se preocupam em ter uma espiritualidade mais carismática valorizam esse tipo de manifestação, colocando-o como um dos dons espirituais concedidos pelo Espírito Santo para a igreja servir melhor. Até aí tudo bem. O problema está em usar o dom de línguas como uma expressão coletiva e em considerá-lo como um dos mais importante que os demais.
O assunto não é um problema de hoje. Ele dividiu os primeiros cristãos também. Tanto que, na Bíblia, o apóstolo Paulo procurou disciplinar o uso de dons, sem que houvesse qualquer impedimento para a expressão de qualquer um.
Em I Coríntios 14 encontramos algumas diretrizes para entendermos bem esse tipo peculiar de ação do espírito santo na vida daquele que crê. O primeiro esclarecimento é que falar em uma língua faz parte do processo de comunicação entre as pessoas. É uma faculdade humana que favorece a interação e caracteriza a vida em sociedade.
Falar em outras línguas, entretanto, como expressão de espiritualidade está relacionado ao aspecto subjetivo de nossa relação com Deus. Porém, Deus não precisa de uma língua humana para se relacionar com o homem. A linguagem de Deus independe de um conjunto sistêmico conhecido como língua. Por isso que a Bíblia diz que deus fala ao coração, terreno enganoso que só ele entende.
Da mesma forma, nós não precisamos de palavras inteligíveis para expressarmos nossos sentimentos a Deus. Deus se relaciona conosco não somente pela fala, mas muito mais pelo silêncio e pela escuta.
Por isso que a experiência coletiva de falar em outras línguas acaba tendo um aspecto de confusão. Torna-se também um equívoco, e até uma ingenuidade, usar o dom de línguas como marca distintiva de poder e de espiritualidade. Contudo, Deus ainda assim abençoa porque leva em consideração as expressões íntimas de sinceridade e consagração.
Falar em outras línguas (e até mesmo em nossa própria língua natural) na relação uns com os outros exige discernimento e prudência.
Na primeira vez em que o Espírito Santo impulsionou os discípulos a cumprir a ordem de compartilhar a mensagem de forma coletiva, cada um ouvinte a entendeu em sua própria língua, quer dizer, conforme a variação dialetal de sua nação de origem. Os discípulos foram capacitados a pregar a mensagem na linguagem comum dos seus ouvintes, de forma que eles entendessem através das expressões idiomáticas, figuras de linguagem e as variações populares comuns de sua gente.
Seria o mesmo que pregar uma mensagem a um grupo culturalmente distinto do nosso, com suas gírias comuns e suas expressões grupais. Existem tantos grupos assim em nosso meio, divididos por características geográficas, econômicas, sociais, culturais e até religiosas.
Mas, ao contrário dos primeiros discípulos, que se renderam à direção do Espírito Santo, a igreja de hoje acaba falando em uma língua diferente de seus ouvintes. Em alguns casos, desenvolve um dialeto novo, só entendido pelos falantes de nossa “tribo”.
Isso não quer dizer que se deva proibir o falar em línguas. Mas valorizar o dom de usar a língua para a edificação do outro. Quando vejo alguém que ora ou fala em línguas reconheço o quanto essa pessoa pode ser sincera em sua fé para com Deus, mas não vejo qualquer utilidade prática para a sua relação com o próximo. Creio que é um novo exercício de espiritualidade a ser experimentado.
(Tema da aula do dia 25/11/2007 na Classe Bíblica da Igreja Batista da Orla de Niterói)
quanta informação....mas li tudo e captei a vossa mensagem...rsrs
ResponderExcluirbeijos bom final de semana!!