“Portanto, eu lhe digo, os muitos pecados dela
lhe foram perdoados, pelo que ela amou muito. Mas aquele a quem pouco foi
perdoado, pouco ama.” Lucas 7.47
Onde foi parar
aquele Jesus que aceita o perfume de uma prostituta? Essa pergunta nos incomoda
porque expõe a quantidade de preconceitos e moralismos que fazem parte de nossa
compreensão evangélica. Sim, somos herdeiros de uma tradição preconceituosa e
moralista que culpabiliza o outro a partir de valores que escolhemos para nossa
conduta.
Não resta a menor
dúvida de que esses valores são nobres, bíblicos e até necessários para uma vida
mais digna. Porém, o problema está em esperar que aqueles que não professam a
mesma fé e que são diferentes em termos de formação desenvolvam as mesmas
atitudes que acreditamos.
Na ocasião em que
aceitou o perfume de uma prostituta, Jesus estava na casa de um religioso,
cumpria as formalidades da vida social. Tudo parecia normal até que a mulher
pecadora foi ao encontro de Jesus, por trás, e chorou aos seus pés. Suas
lágrimas eram tantas que precisou enxugá-las com seus cabelos. Depois, beijou e
ungiu os pés de Jesus com um perfume caríssimo.
Incompreensível
atitude até para um sábio fariseu. Jesus precisou contar uma história de
pessoas que devem muito. Afinal, só sabe o que é perdão quem tem uma dívida
muito alta. Só sabe o que é ser bem recebido quem já foi muito rejeitado. Só
sabe dar valor a uma pequena conquista quem muito perdeu.
É dessa maneira
que Jesus nos acolhe. E é só compreendendo quem fomos que podemos valorizar o
quanto ele nos ama.
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