“Até os cabelos da cabeça de vocês estão todos
contados.” Mateus 10.30
Há muitas pessoas que creem que
Deus comanda o universo como se tivesse um joystick
em suas mãos, apertando botões que determinam quando um nasce e outro morre,
quando o mundo passa por calmaria ou quando enfrenta calamidade.
Há muitas dificuldades em tal
concepção. A maior delas é a questão do mal: por que esse Deus que tem o
controle de tudo não age em favor dos homens, sendo tão amoroso como diz ser?
Ninguém tem essa resposta, nem a Bíblia aponta uma explicação racional para
isso.
Deus é soberano, não resta a menor
dúvida. Ele é o criador e sustentador de todas as coisas. O problema está na
maneira como interpretamos a nossa relação com ele. Podemos entender a nossa
relação com Deus a partir de um ponto de vista determinista ou de uma
compreensão da liberdade.
Os deterministas afirmam que Deus
controla tudo: quem nasce, quem adoece, quem morre, quem governa, quem mata.
Isso inclui também o tempo, as catástrofes, a riqueza e a pobreza. Um Deus
assim está mais para um tirano cruel do que para um ser amoroso.
Já a compreensão da liberdade
entende que Deus é soberano o suficiente para amar. No seu poder criador, estabeleceu leis e princípios universais para a vida em dimensões cósmicas, que
não é marcada por destinos, mas por uma complexa conjunção de liberdades.
Alguém que ama é capaz de sofrer, chorar, se arrepender, ceder, tudo para ver o
outro livre. Isso não impede que tenha uma vontade. A liberdade do outro é um
valor mais caro. E nisso investe todo seu poder.
O que faz, então, acreditar que
Deus está no controle? Isso não seria o mesmo que dizer que Deus é impotente e
fraco diante de nossas circunstâncias? Ao contrário, compreender a ação de Deus
a partir da liberdade nos conduz a descobrir que ele não é responsável por
nossas dores, mas que está comprometido com tudo aquilo que envolve a nossa
existência, em meio à nossa história. Nesse contexto, isso nos dá força para
seguir adiante em meio às dificuldades. Ele nos fortalece e nos encoraja porque
sabe quem somos e nos conhece profundamente. E por estar no controle, ele nos
acompanha e nos guia para sabermos como lidar tanto com a tragédia quanto com a
vitória
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