“Disse-lhe o jovem: ‘A tudo
isso tenho obedecido. O que me falta ainda?’”Mateus 19.20
A pergunta do jovem rico a Jesus é a pergunta de toda a
humanidade: o que eu posso fazer para ter uma vida melhor? Ela contém duas
ideias embutidas: a primeira é a de que por mais que eu conquiste bens na vida,
isso nunca será suficiente para uma vida melhor; a segunda é que por mais que
eu faça o bem, isso do mesmo modo nunca será suficiente.
O conceito de vida que o jovem traz consigo não corresponde
ao aspecto material e circunstancial do viver. Ele pergunta pela vida além da
vida, a que excede o biológico e até o existencial. Refere-se à suspeita de que
todos nós temos de que há um porvir, o que fortalece a hipótese de que não
fomos feitos apenas para uma vida aqui, limitada, entre o nascer e o morrer.
Para essa vida que se abre para o que está além, para o
eterno, a humanidade tem tentado se orientar a partir desses dois princípios: o
da satisfação material e o do merecimento. De um lado, a sede de se realizar
por possuir aquilo que ainda não se tem; de outro, o anseio de fazer o certo para
se conseguir o almejado. Ora o pêndulo aponta para um, ora para outro.
Para o moço rico, esses dois princípios não eram suficientes.
Por mais rico que fosse e por mais que praticasse os dez mandamentos, ainda lhe
faltava alguma coisa. Assim como ele, todos nós temos a ilusão de que a o
bem-estar é resultado unicamente de uma conquista pessoal.
Jesus, porém, aponta para um teste de realização: o jovem
teria que abrir mão de tudo o que lhe dava segurança para seguir a Jesus.
Um grande
desafio. Se você tivesse que escolher hoje deixar tudo o que tem para seguir a
Jesus, qual seria a sua decisão? A maior dificuldade das pessoas em entender
essa proposta é que seguir a Jesus não é uma alternativa: é a única escolha
sensata para uma vida melhor e mais feliz. E a razão dessa minha afirmação é a
vida que se baseia no seguimento de Jesus é a única maneira de se alcançar o
sentido de realização pessoal.
O jovem
rico saiu triste. Possivelmente ainda não estivesse preparado para essa
decisão. Ele é um retrato fiel das escolhas que fazemos. É muito mais fácil
você se ocupar acumulando bens ou cumprindo uma agenda de boas maneiras e boas
atitudes do que fazer os ajustes na vida para seguira a Jesus. Porém, não há
nada que nos realize mais do que viver de acordo com os seus ensinos. Garanto.
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