“Pois, quando chegamos à Macedônia, não tivemos nenhum
descanso, mas fomos atribulados de toda forma: conflitos externos, temores
internos.” 2 Coríntios 7.5
O conflito é contingente. Ele é
inerente à nossa própria condição humana e está presente em todas as nossas
relações como forças antagônicas que perturbam o processo de tomada de
decisões.
Para Freud, o conflito é constitutivo
do sujeito, que consiste em uma oposição de exigências internas contrárias,
como o desejo e a censura, os sistemas e as instâncias, o querer e o poder, o
prazer e a realidade, o inconsciente e o consciente.
Para Kurt Lewin, toda variação do
comportamento humano é condicionada pela tensão entre as percepções que temos
do mundo e o contexto psicológico em que estamos inseridos. O que está em jogo
no conflito é uma convergência de forças quando se está diante de dois valores
opostos.
O apóstolo Paulo falava de uma
lei interior que atua na hora de fazer escolhas: “Quando quero fazer o bem, o mal está junto a mim.” Romanos
7.21. Portanto, o conflito é algo tão humanamente inevitável que até a Bíblia
se preocupa com ele.
Por
essa razão, precisamos partir do pressuposto de que enfrentar conflitos é parte
de nossa realidade. Além de ser inevitável, é necessário. Os conflitos são
sinais de vitalidade. Eles:
a) ajudam a organizar as ideias e a
percepção da realidade;
b)
apontam para o problema;
c) mobilizam
recursos e pessoas para a busca de solução;
d) encorajam a que
sejamos mais criativos; e
e) acabam com a
preguiça.
Devemos olhar para o conflito de forma realista.
Isso quer dizer que não devemos ser otimistas demais nem pessimistas em
demasia. “O otimista é um tolo. O pessimista, um chato. Bom mesmo é um realista
esperançoso”, disse certa vez Ariano Suassuna.
Teóricos da Administração têm desenvolvido
uma maneira de lidar com conflitos que inclui dois estilos: um que está ligado
à consideração e outro, à confrontação. No eixo das considerações – ao analisar
o conflito –, você pode escolher entre a fuga e a acomodação, mas também pode
optar entre dominar ou colaborar. No eixo da confrontação, você pode escolher
entre evitar o conflito ou partir para a competição, ou pode escolher entre se
render a ele ou cooperar.
O que determina o resultado
positivo ao enfrentar conflitos é a sabedoria em analisar cada circunstâncias,
valorizar as pessoas envolvidas e aplicar a dose certa de iniciativa própria.
Nem sempre a melhor decisão é aquela que tomamos no calor da hora, mas aquela
que tomamos na hora certa, no lugar certo, pelas razões certas. Muitas vezes,
menos é mais. E isso demanda um exercício constante de aprendizado.
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