O conceito de líder autêntico tem sido associado ao perfil estabelecido pelo mundo corporativo para aqueles que influenciam o mercado produtivo. São pessoas que, mesmo que não possuam as marcas que tradicionalmente são atribuídas ao líder, sabem aprender com suas próprias experiências a partir de uma reflexão realista de sua condição pessoal e encarar corajosamente suas próprias contradições. O líder autêntico se dá conta de suas limitações e as enfrentas na busca de superação.
A tentação de Jesus pode ser vista como exercício de superação das barreiras que impedem a liderança autêntica ou, dito de outro modo, a nossa afirmação como pessoa. As maiores barreiras estão relacionadas à própria condição de sujeito do desejo, que comporta tanto a inclinação para o erro e o equívoco como a aspiração de realização e de afirmação de si. Isso tem a ver com o fato de que há obstáculos que todo líder enfrenta: o desejo de ter; o desejo de poder e o desejo de aprovação. São desejos legítimos, mas que se inserem na dimensão da ambiguidade que caracteriza a nossa própria humanização.
A tentação de Jesus se dá em três modos visando um só fato: a realização do desejo não na acolhida do cuidado e do propósito de Deus, mas na realização humana. A tentação do líder implica a realização do desejo de autonomia e de autogoverno, de ser autossuficiente. Isso afeta líderes em todas as esferas da ação humana, inclusive as relacionadas à fé. Note o que Lucas diz: “Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e foi levado pelo Espírito ao deserto, onde, durante quarenta dias, foi tentado pelo diabo [...]” (Lucas 4.1-2). Líderes cristãos também podem ser tentados e isso não tem nada a ver com moralismo.
A tentação de Jesus revela o ambiente para a tentação: nossas carências. Revela também a força da tentação: nossos desejos. O objetivo é nos afastar do caminho do serviço e da solidariedade. Depois de passar pelo deserto por quarenta dias, Jesus teve fome. Não há nada de errado em ser tentado. O problema está na maneira como se constrói um caminho para a solução dos problemas. A pergunta, então, é: como superar as barreiras para o exercício de uma liderança autêntica?
Em primeiro lugar, superando o desejo de ter. A primeira tentação de Jesus lembra o engano da capacidade de realização humana. É a tentação de ter o poder que Deus tem. “Se você é o Filho de Deus, mande que essas pedras se transformem em pão.” Lucas 4.3. Ter é uma armadilha. Comporta a ambição e a ostentação. Jesus foi tentado a criar mecanismos para se apoderar do divino. A ideia é de se tentar manipular Deus através da magia e da alienação.
Em segundo lugar, superando o desejo de poder. A segunda tentação envolve o engano das manipulações humanas. É a tentação de usar o poder de Deus para fins próprios. Satanás mostrou a Jesus todos os domínios do mundo e disse: “Eu lhe darei toda a autoridade sobre eles e todo o seu esplendor, porque me foram dados e posso dá-los a quem eu quiser. Então, se você me adorar, tudo será seu.” Lucas 4.6-7. Jesus foi tentado com a crença de que o homem é um sujeito autônomo, a fazer aquilo que Deus faz. A ideia é de ser como Deus, através da projeção infantil de um Deus paternalista que atende a todos os nossos desejos, bastando pedir do modo certo.
Em terceiro lugar, superando o desejo de reconhecimento. A terceira tentação lembra o engano das aparências, inclusive religiosas, baseadas em critérios de retribuição e merecimento. A tentação de ser Deus. A Bíblia diz que Satanás levou Jesus até Jerusalém, colocou-o na parte mais alta do templo e lhe disse: “Se você é o Filho de Deus, jogue-se daqui para baixo. Pois está escrito: ‘Ele dará ordens a seus anjos a seu respeito, para lhe guardarem’, com as mãos eles os segurarão, para que você não tropece em alguma pedra.” Lucas 4.9-11. Jesus foi tentado a colocar Deus à prova. Ele foi induzido a crer que a razão humana tem o controle de tudo como se nele mesmo, enquanto humano, houvesse a capacidade de exercer decisões sobre o futuro. A ideia é de se substituir Deus na vida, através da ilusão de ter todo o controle e de se exercer o poder dominador.
O quadro da tentação de Jesus nos ajuda a compreender as dimensões da liderança autêntica, principalmente no que diz respeito ao exercício do ministério: a) ele é humano: se realiza em meio ao desejo e ao deserto; b) ele é divino: se realiza em meio ao cuidado divino e ao assédio do diabo. A tentação de Jesus é representativa da tentação humana de realização de seus desejos através de meios próprios e não na acolhida da graça na vida.
Jesus torna-se o paradigma da escolha que precisa ser feita. Ele realiza o seu ministério em meio à fragilidade humana e a confiança no cuidado divino. O evangelho de Lucas diz que Jesus saiu do lugar da tentação e foi para a Galileia, onde iniciou seu ministério “no poder do Espírito”. Sua primeira mensagem na sinagoga de Nazaré lembrou a profecia de Isaías 61:“O Espírito do Senhor está sobre mim...” (Lucas 4.18)
A tentação de Jesus pode ser vista como exercício de superação das barreiras que impedem a liderança autêntica ou, dito de outro modo, a nossa afirmação como pessoa. As maiores barreiras estão relacionadas à própria condição de sujeito do desejo, que comporta tanto a inclinação para o erro e o equívoco como a aspiração de realização e de afirmação de si. Isso tem a ver com o fato de que há obstáculos que todo líder enfrenta: o desejo de ter; o desejo de poder e o desejo de aprovação. São desejos legítimos, mas que se inserem na dimensão da ambiguidade que caracteriza a nossa própria humanização.
A tentação de Jesus se dá em três modos visando um só fato: a realização do desejo não na acolhida do cuidado e do propósito de Deus, mas na realização humana. A tentação do líder implica a realização do desejo de autonomia e de autogoverno, de ser autossuficiente. Isso afeta líderes em todas as esferas da ação humana, inclusive as relacionadas à fé. Note o que Lucas diz: “Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e foi levado pelo Espírito ao deserto, onde, durante quarenta dias, foi tentado pelo diabo [...]” (Lucas 4.1-2). Líderes cristãos também podem ser tentados e isso não tem nada a ver com moralismo.
A tentação de Jesus revela o ambiente para a tentação: nossas carências. Revela também a força da tentação: nossos desejos. O objetivo é nos afastar do caminho do serviço e da solidariedade. Depois de passar pelo deserto por quarenta dias, Jesus teve fome. Não há nada de errado em ser tentado. O problema está na maneira como se constrói um caminho para a solução dos problemas. A pergunta, então, é: como superar as barreiras para o exercício de uma liderança autêntica?
Em primeiro lugar, superando o desejo de ter. A primeira tentação de Jesus lembra o engano da capacidade de realização humana. É a tentação de ter o poder que Deus tem. “Se você é o Filho de Deus, mande que essas pedras se transformem em pão.” Lucas 4.3. Ter é uma armadilha. Comporta a ambição e a ostentação. Jesus foi tentado a criar mecanismos para se apoderar do divino. A ideia é de se tentar manipular Deus através da magia e da alienação.
Em segundo lugar, superando o desejo de poder. A segunda tentação envolve o engano das manipulações humanas. É a tentação de usar o poder de Deus para fins próprios. Satanás mostrou a Jesus todos os domínios do mundo e disse: “Eu lhe darei toda a autoridade sobre eles e todo o seu esplendor, porque me foram dados e posso dá-los a quem eu quiser. Então, se você me adorar, tudo será seu.” Lucas 4.6-7. Jesus foi tentado com a crença de que o homem é um sujeito autônomo, a fazer aquilo que Deus faz. A ideia é de ser como Deus, através da projeção infantil de um Deus paternalista que atende a todos os nossos desejos, bastando pedir do modo certo.
Em terceiro lugar, superando o desejo de reconhecimento. A terceira tentação lembra o engano das aparências, inclusive religiosas, baseadas em critérios de retribuição e merecimento. A tentação de ser Deus. A Bíblia diz que Satanás levou Jesus até Jerusalém, colocou-o na parte mais alta do templo e lhe disse: “Se você é o Filho de Deus, jogue-se daqui para baixo. Pois está escrito: ‘Ele dará ordens a seus anjos a seu respeito, para lhe guardarem’, com as mãos eles os segurarão, para que você não tropece em alguma pedra.” Lucas 4.9-11. Jesus foi tentado a colocar Deus à prova. Ele foi induzido a crer que a razão humana tem o controle de tudo como se nele mesmo, enquanto humano, houvesse a capacidade de exercer decisões sobre o futuro. A ideia é de se substituir Deus na vida, através da ilusão de ter todo o controle e de se exercer o poder dominador.
O quadro da tentação de Jesus nos ajuda a compreender as dimensões da liderança autêntica, principalmente no que diz respeito ao exercício do ministério: a) ele é humano: se realiza em meio ao desejo e ao deserto; b) ele é divino: se realiza em meio ao cuidado divino e ao assédio do diabo. A tentação de Jesus é representativa da tentação humana de realização de seus desejos através de meios próprios e não na acolhida da graça na vida.
Jesus torna-se o paradigma da escolha que precisa ser feita. Ele realiza o seu ministério em meio à fragilidade humana e a confiança no cuidado divino. O evangelho de Lucas diz que Jesus saiu do lugar da tentação e foi para a Galileia, onde iniciou seu ministério “no poder do Espírito”. Sua primeira mensagem na sinagoga de Nazaré lembrou a profecia de Isaías 61:“O Espírito do Senhor está sobre mim...” (Lucas 4.18)
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