sexta-feira, 28 de novembro de 2008

O que é inteligência espiritual? / QS spiritual quotient / inteligencia espiritual

A inteligência é uma capacidade tremendamente humana que diz respeito á faculdade de solucionar problemas através do pensamento de forma abstrata. Envolve a atividade de aprender, de aplicar o aprendido, de atribuir sentido, de adaptar-se. Inclui procedimentos como memória, raciocínio, seleção de dados, analogia, simbolismo, previsibilidade etc. Enfim, diz respeito à maneira como nos relacionamos com a vida e com o mundo.
Desde o começo do século XX, tem-se procurado um modo científico de tratar a questão da inteligência. No início, o teste de QI era o método científico para se quantificar a inteligência humana. Considerava-se a inteligência analítica através da qual formulamos conceitos e desenvolvemos a mentalidade científica com fundamento em critérios de objetividade. Isso foi alterado na década de 1990 com o surgimento da noção de QE, ou inteligência emocional. Provou-se que a inteligência humana não é regida somente pela razão, mas também pelas paixões. Nesse sentido, somos primordialmente movidos por paixão, empatia e compaixão; só depois disso é que vem a razão. Nossas atitudes são uma combinação de QI com QE e é assim que somos motivados.
Mais recentemente, tem-se desenvolvido a noção de inteligência espiritual – QS, que está relacionada à necessidade humana de se ter propósito e sentido na vida. Ela é responsável pela busca de significado para nossa existência. É o que nos leva a ter noção de valores e crenças que norteiam nossas ações cotidianas. Apesar do termo remeter a um sentimento religioso, ele tem sido utilizado para referir-se a atitudes de ousadia, fé, autoconfiança, convicção, além de desenvolver valores que sensibilizam a sociedade, tais como a generosidade, o senso de justiça, o contentamento. Essas atitudes estão em alta no mercado profissional e determinam o perfil do trabalhador ou empreendedor desejado. Isso porque pessoas com alto índice de inteligência emocional tendem a ser mais comprometidas com projetos, arriscam-se mais e agem com mais entusiasmo.
Inteligência espiritual é, na verdade, um desenvolvimento da maneira como a ciência vem tratando a questão, a partir do estudo do cérebro e de suas múltiplas inteligências. A neurociência e a neurolingüística procuram apresentar evidências da existência desse tipo de inteligência, através da qual captamos fatos, idéias e emoções, como também percebemos os contextos maiores de nossa vida, totalidades significativas, que nos faz sentir inseridos em uma totalidade, que nos torna sensíveis a valores, a questões ligadas à divindade e à transcendência. As experiências científicas realizadas nessa área têm verificado que essa é uma atividade biológica, neurônica, que se origina de oscilações neurais a uma determinada freqüência, especialmente localizada nos lobos temporais. Alguns estudiosos têm batizado essa região dos lobos temporais de “o ponto Deus”. Esse é o instrumento que capacita o ser humano a perceber a presença de Deus, que sempre esteve lá, embora não perceptível conscientemente.
A existência desse “ponto Deus” representa um aspecto da evolução de nossa espécie humana. Ela constitui uma referência de sentido para a nossa vida de tal modo que a espiritualidade pode ser compreendida como parte da condição humana e não uma área de domínio exclusivo das religiões. Ao contrário, as religiões não passam de uma das expressões desse “ponto Deus”.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Espiritualidade e visão / Spirituality and Vision / Espiritualidad y Visión

“Senhor, peço-te que lhe abras os olhos, para que veja” (2 Reis 6.17). Essa foi a oração feita pelo profeta Eliseu em favor do seu assistente. Isso serve para nós como um exemplo de exercício de espiritualidade para hoje. Precisamos clamar a todo instante por maior visão dos recursos que Deus tem colocado à nossa disposição, apesar de todos os problemas que estão à nossa volta.
A nossa visão muitas vezes é limitada, em função do ângulo em que observamos a realidade que nos cerca. Há muitos que estão cegos, nada vendo ao longe, como diz Pedro: “Todavia, se alguém não as tem, está cego, só vê o que está perto, esquecendo-se da purificação dos seus antigos pecados” (2 Pedro 1.9). Um dos sinais dessa cegueira é a falta de compreensão da misericórdia e do perdão que vem de Deus. Ela é provocada pelo pequeno valor que damos à ação de Deus em nossa vida.
A Bíblia nos diz também que o deus deste século cegou o entendimento das pessoas para que não pudessem crer no poder do Deus: “O deus desta era cegou o entendimento dos descrentes, para que não vejam a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus” (2 Coríntios 4.4).
Há outros tantos que estão com uma visão desfocada, longe do alvo principal de nossa fé, que é Jesus. Essa visão fora de foco é provocada pelo aumento do pecado e de comprometimentos com o secularismo desenfreado. Isso pode assolar diretamente a vida de qualquer crente. O remédio é abandonar o pecado e fixar os olhos em Jesus: “tendo os olhos fitos em Jesus, autor e consumador da nossa fé. Ele, pela alegria que lhe fora proposta, suportou a cruz, desprezando a vergonha, e assentou-se à direita do trono de Deus” (Hebreus 12.2).
O problema de Geazi, porém, o assistente de Eliseu, era o estrabismo espiritual: os seus olhos estavam desviados para longe da direção correta de sua visão. Ele precisava olhar para as soluções que vinham de Deus, mas só conseguia ver os problemas.
A solução para todos esses problemas em nossa maneira de ver a questão da espiritualidade é fazer a oração de Eliseu: abra-nos os olhos, para que vejamos. Deus diz para nós ainda hoje: “aconselho-te que de mim compres (...) colírio para ungires os olhos, a fim de que vejas” (Apocalipse 3.18). E já é hora de nos colocarmos diante de Deus em ardente oração nesse sentido.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Deus cuida de nós / God takes care of us / Dios cuida de nosotros

Uma das convicções que podemos ter é a de que Deus cuida de nós. Pode ser até que você duvide ou até mesmo não acredite nisso. Mas isso não muda o fato de que Deus cuida de nós de um modo muito especial. E a Bíblia nos faz esse convite para confiar nisso: “Lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós” (1 Pedro 5.7).
Deus cuida de nós. Todos nós precisamos descobrir isso. Como é bom saber que um Deus supremo, eterno, grande e poderoso se importa conosco, apesar de toda a nossa condição! E mais: Deus tem cuidado de nós com amor imenso, dando-nos o melhor que Ele tem, em termos de bênçãos materiais e espirituais.
Deus tem cuidado de cada um de nós há muito tempo, desde quando fomos formados, desde quando viemos à vida, desde quando tomamos conhecimento do certo e do errado, desde quando escolhemos pecar e nos desviamos de sua glória, desde quando duvidamos de sua graça, poder e amor.
E porque Ele tem cuidado de nós, podemos ter a certeza que Deus será suficientemente capaz de prover para nós o alento, o socorro, o amparo, o perdão, a misericórdia, o acolhimento, o aconchego, o carinho, a palavra de poder, o conforto, a paz, a salvação, o motivo de canto e o motivo de alegria.
Ele tem cuidado de nós porque isso faz parte de sua natureza. É parte de Deus estar com sua mão estendida e com seu ouvido atento. Deus se agrada em oferecer a nós o seu favor e em se achegar àqueles que se achegam a Ele, tem prazer em ouvir as nossas orações com interesse vivo de atender ao nosso clamor.
Deus continuará sempre cuidando de nós. Seu amor e poder nunca acabam, suas misericórdias não têm fim, suas promessas nunca falham, sua graça nunca se esgota. Seu modo de agir reflete a sua eternidade. O Deus eterno tem o tempo sob seu controle e o usa como uma eficaz terapia para as almas aflitas.
Deus quer cuidar particularmente de cada um de nós. Ele quer que nos voltemos para Ele com corações quebrantados, quer ouvir a nossa confissão, nossa declaração de arrependimento, nosso pedido de perdão. Ele está pronto para atender o nosso clamor, ouvir nosso grito de socorro. Lançar sobre Ele toda a nossa ansiedade é um ato de fé, porque Ele tem cuidado de nós é resultado de sua graça. Por isso, não relute mais e renda-se a Ele.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Inteligência espiritual e espiritualidade / Spirituality and spiritual intelligence / La espiritualidad y la inteligencia espiritual

Nilton Bonder define a inteligência espiritual como fonte do bom senso, do equilíbrio, do nível máximo da lucidez no ser humano, como uma forma de percepção que permite compreender que o todo é maior do que a soma das partes. Não se trata de uma faculdade que permita ao ser humano manipular a realidade, exercer autocontrole ou a afirmação da autonomia do sujeito, mas na capacidade de renúncia e de entrega diante de circunstâncias, de tal modo que o que mais importa é a vivência e o estado de maturidade de uma pessoa.
O próprio termo “espiritual” já é carregado de uma multiplicidade de sentidos. Ele é polissêmico e ambíguo, por assim dizer. Inteligência espiritual, na verdade, diz respeito, de um lado, a um conjunto de competências e habilidades associadas à espiritualidade como parte integrante das operações da mente. Por outro lado, tem a ver também com a dinâmica da personalidade humana.
O que o debate sobre a inteligência espiritual proporciona é a constatação de que as estruturas da espiritualidade não desapareceram em função do deslocamento do centro promovido pela modernidade – no caso, Deus foi tirado do centro, para dar lugar ao homem. O tema da espiritualidade tem estado presente seja em um contexto marxista ou neoliberal, ateísta ou secularizado. Trata-se da necessidade de encontrar um propósito para a própria vida e de lidar com problemas existenciais que surgem em momentos de fracasso, de rompimentos e de dor. Desperta o interesse pela busca da felicidade e a capacidade de realização pessoal. É o que, segundo Danah Zohar, leva o ser humano a criar situações novas, a perceber, por exemplo, a necessidade de mudar de rumo, de investir mais em um projeto ou de dedicar mais tempo à família.
Quais as habilidades que a inteligência espiritual permite desenvolver? Uma delas é a habilidade de lidar com a transcendência, assim como: a habilidade de aproximação do sentido do inefável e do sagrado (que leva em consideração a experiência mística como uma atribuição da consciência), a habilidade de tomar atitudes na dimensão da santificação (que tem a ver com a capacidade de tomar decisões e solucionar problemas sem perder a dimensão do sagrado), a habilidade de utilizar recursos espirituais para a solução de problemas, a habilidade de desenvolver virtudes no relacionamento com o outro.
Danah Zohar reconhece que essa capacidade se caracteriza pelos seguintes traços: capacidade de ser flexível, grau elevado de autoconhecimento, capacidade de enfrentar a dor, capacidade de aprender com o sofrimento, capacidade de se inspirar em idéias e valores, relutância em causar danos aos outros, tendência para ver conexões entre realidades distintas, tendência a se questionar sobre suas ações e seus desejos, capacidade de seguir as próprias idéias e ir contra as convenções.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Escolha bem a sua equipe / Choose your team / Elige bien a tu equipo

De que tipo de equipe você gostaria de participar? Como formar bem a sua equipe? Se você fosse contemporâneo de Gideão, de qual time você gostaria de participar? Do primeiro ou do último exército que ele formou?
O primeiro exército era constituído de 99% de pessoas desaprovadas por Deus. Apenas 1% da tropa foi considerada como válida para realizar a obra que Deus tinha para ser feita. Do contingente de rejeitados, dois terços eram medrosos e covardes e um terço não tinha preparo adequado.
O último exército de Gideão era formado por aqueles a quem Deus conhecia. Talvez, porque possuíssem intimidade com Deus. Talvez, porque já tivessem dado provas de fé e confiança no Deus dos impossíveis. Talvez, porque fossem sensíveis e obedientes à voz de Deus. Talvez, porque possuíssem um sentimento de amor a Deus que os levasse à renúncia pessoal.
A Bíblia diz assim: “... Com estes trezentos homens... eu vos livrarei, ... pelo que a outra gente toda que se retire...” (Juízes 7.7).
Se você gostaria de fazer parte do último exército de Gideão, deve observar como está a sua vida com Deus e qual o seu nível de compromisso com os propósitos divinos. Os critérios de seleção que Deus usa incluem aferir o quanto você confia nele e o quanto você está disposto a obedecê-lo. Lembre-se: só os corajosos e aptos ingressam na equipe de Deus.
Deus está alistando pessoas para a linha de frente de sua obra, pois Ele está interessado em levar a efeito um projeto de libertação e restauração do homem perdido. Por isso, Ele examina e avalia aqueles que fazem parte da sua tropa. A realidade do exército de Deus hoje não é muito diferente daquele tempo. Deus continua querendo encorajar e capacitar a sua equipe hoje também.
Só o último exército de Gideão pode experimentar a alegria da vitória, como instrumentos usados por Deus. Os demais só puderam assistir de longe o que Deus estava realizando.
Pergunto agora de um outro modo: de qual equipe você tem participado? Daquela formada pela grande maioria de espectadores, distante dos propósitos de Deus? Ou daquela que, ainda que a minoria, ousa aceitar o desafio de ser usado por Deus para a obra da transformação de vidas e para fazer diferença no mundo?
Aliste-se na equipe formada por aqueles que confiam no Senhor e são sensíveis à sua voz.

sábado, 15 de novembro de 2008

Previsões Frustradas / Forecasts frustrated / Previsiones engañosas

Quantas vezes você quis saber o futuro para ter segurança nas decisões que você precisa tomar? O fato é que não temos controle sobre o futuro e, no máximo, podemos fazer uma estimativa das possíveis conseqüências do que fazemos hoje.
Vejam quantas previsões frustradas já foram feitas, conforme um levantamento feito na revista Veja de 20 de outubro de 1999, quando ainda nos preparávamos para a chegada do século XXI – em que nos encontramos hoje:
- Carros voadores fáceis de pilotar e baratos seriam o sonho de consumo da classe média; mas o número de carros aumentou assustadoramente provocando engarrafamentos, a velocidade média nas grandes cidades na hora do rush é de 6 km por hora, a mesma das carroças do século XIX.
- O ato sexual perderia importância; mas o sexo reina e é praticado cada vez mais cedo na vida dos jovens.
- O mercado mundial teria lugar para apenas 5 computadores, segundo a própria IBM, em 1943; mas já haviam sido fabricados mais de 300 milhões de computadores pessoais no mundo até aquele momento. E a revolução tecnológica continua com equipamentos cada vez menores e com maior capacidade de armazenagem e velocidade de informação
- O Brasil teria uma renda per capta de 506 dólares e um produto interno bruto de 246 bilhões de dólares, menor que a Argentina; mas a renda era de 4.800 dólares e o PIB beirava os 800 bilhões de dólares no começo deste século. Além disso, a Argentina está mergulhada numa crise sem precedentes, considerada como um país de alto risco econômico.
- O comunismo dominaria o mundo; mas a União Soviética acabou em 1991 e o comunismo sobrevive apenas em Cuba e na Coréia do Norte. O governo russo apoiou as ações militares no Afeganistão e o presidente cubano Fidel Castro se solidarizava com os norte-americanos.
- O mundo teria 7 bilhões de habitantes e o Brasil 212 milhões; mas o mundo tinha 6 bilhões de habitantes e o Brasil, 160 milhões, no começo do ano 2000.
- As pessoas só morreriam em acidentes e os mortos seriam congelados para serem tratados mais tarde; mas as doenças continuam matando e a morte é uma realidade cada vez mais dura de se encarar. O risco de uma guerra biológica amedronta a humanidade.
- Haveria mais humanos vivendo no espaço que na Terra; mas continuamos com os pés no chão.
- A família seria substituída por clubes de amigos; mas a vida ainda gira em torno do núcleo familiar.
- A floresta amazônica desapareceria; mas, apesar dos casos de devastação, ainda está no lugar.
O nosso futuro se reveste de um contorno mais sombrio com os alardes da crise econômica, com o aumento da violência. Quem pode garantir como serão os anos subseqüentes desse novo tempo? Tenho por certo que ultimamente vivenciamos acontecimentos que têm mudado a cara do mundo e o rumo da história.
Vivemos, sem qualquer sombra de dúvidas, em meio a incertezas. Porém, o consolo de Jesus Cristo continua vivo, passados dois mil anos de sua estada entre nós: “Não se turbe o vosso coração; credes em Deus crede também em mim. (...) Não vos deixarei órfãos, voltarei para vós. (...) Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou. (...) Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize” (João 14.1, 18, 27).
As aflições têm a facilidade de nos remeter de volta àquele que sempre nos amou e se entregou por nós. Se os contornos do futuro são sombrios para você, deixe que Jesus Cristo delineie a esperança que deve haver em sua vida, a esperança de que, mesmo em meio à tormenta, o Senhor irá te socorrer.

sábado, 8 de novembro de 2008

Mudança / Change / Cambio

A eleição de Barack Obama é mais do que um marco histórico. É uma demonstração inequívoca do rumo das mudanças que ocorrem na contemporaneidade. O processo de mudança é histórico. Ele surge na periferia e se destina ao centro. Ele começa pelos excluídos e desafia as estruturas que os exclui. Ele começa com um sonho e se torna realidade inexorável.
Foi assim com a queda do muro de Berlim. Foi assim com o fim da União Soviética. A mudança está em processo e finalmente chegou ao império norte-americano. Não pense que eu acho que ele seja o redentor de uma geração. Ao contrário. Ele é uma prova de que as mudanças estão em curso e que muito mais está para vir.
A mudança norte-americana começou de fato quando uma humilde costureira do Alabama, em dezembro de 1955, resolveu mudar de atitude de forma corajosa ao negar-se a ceder seu lugar no ônibus para um branco. Aquele gesto desencadeou a luta pelos direitos civis dos negros americanos. Naquela ocasião, Martim Luther King levantou sua voz para marchar com uma multidão e declarar que tinha um sonho. Desde então, o movimento de mudança não parou.
Esse é o sentido da mudança. Ou como o rapper Jay-Z interpretou: “Rosa Parks tomou assento para que Martin Luther King pudesse marchar. Martin Luther King marchou para que Obama pudesse correr. E Obama correu para que pudéssemos voar!”
Obama já tinha anunciado que a hora da mudança já havia chegado. O fato é que a mudança apenas começou. As decisões que serão tomadas daqui por diante vão determinar o ritmo dessa mudança.
Mudar é o processo resultante de vida. Só os vivos mudam. As múmias permanecem intactas por muito tempo. Por favor, me pertmita repetir: os vivos mudam! Heráclito estava certo ao afirmar que só há uma certeza: “tudo muda!” Ele via a mudança como um jogo dos contrários. Mas isso de forma alguma produz o caos. Ela permite a harmonia. A constante transformação de todas as coisas obedece a uma ordem e tentar entendê-la é sofrimento. A vida segue seu fluxo e é isso que lhe dá sentido, que estimula a tomada de decisões.
Pode ser que o mundo acorde em um determinado dia e verifique que a decisão de mudar com Obama não foi a melhor escolha. Mas o mundo já terá sido bem melhor por ter-se permitido mudar.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Crise de confiança no mercado financeiro / Crisis of confidence in financial market / Crisis de confianza en los mercados financieros

A crise que se abateu no mercado financeiro é uma crise de confiança. A confiança que está em questão está relacionada com a idéia ilusória e ingênua que tem sido apresentada, a de que fora do capitalismo não há salvação. Estamos assistindo inertes à agonia de uma ideologia neoliberal que invadiu o mundo corporativo. Uma ideologia que valoriza a aquisição de bens em que ter é representativo de ser, só que em uma perspectiva irracional: adquirir fortuna é mais importante que produzir bens e serviços.
O capital assumiu plenamente seu valor virtual. O problema dessa concepção – e que por isso a torna irracional – é de que se privatiza o lucro ao extremo. Nesse esforço, a política do Estado menor só é interessante para o mercado da iniciativa privada. Este, por sua vez, tem vida própria e precisa de autonomia para progredir e atingir o seu fim principal: o lucro. Esse mercado infalível, autônomo, precisa produzir movimentos especulativos. São as “bolhas” que são insufladas e tendem a estourar e gerar as crises financeiras.
O outro lado desse problema conhecemos agora. Se o lucro foi privatizado, os prejuízos, por sua vez, serão certamente socializados. Nessa hora da fuga de capitais, busca-se o Estado como única salvação. E é nesse momento em que se vê o tamanho do poder político: o Estado, que até então foi incapaz de solucionar os gigantescos problemas sociais, dispõem de recursos, como os que hoje são oferecidos, que seriam capazes de erradicar a fome mundial ou tirar da ignorância uma geração inteira com o incentivo ao ensino.
Somados os valores que cada Banco Central está injetando no mercado, isso equivaleria ao PIB de algumas potências mundiais. Dinheiro que servirá apenas para sustentar a estrutura e funcionamento do mercado formado por acionistas ávidos por lucratividade, não os meios de produção. O custo tende a ser maior porque, como conseqüência da crise, vem a restrição do crédito, que acarreta diminuição do consumo e da produção, que provoca diminuição do emprego formal.
Essas são as contradições culturais do capitalismo. Esse é o tempo do fim de todas as nossas certezas. O fracasso do capitalismo pode ser medido pela desilusão que a crise provoca. O mercado não pode mais ser o árbitro das relações econômicas e sociais, o ideal de ter não pode mais ser regido pelo consumo, os valores humanos não podem mais ser restringidos pelo progresso tecnológico. Não pode haver confiança onde há ênfase no risco.
O preço dessa crise será pago pelos cidadãos comuns. Mais uma vez, a conta da especulação vai se refletir sobre a camada mais pobre. Por isso que o mercado financeiro precisa ser inteiramente revisto. Mais do que isso, o capitalismo precisa ser revisto. Um outro mundo possível precisa ser tentado, aquele mesmo da utopia, que seja economicamente justo e politicamente democrático. Só que hoje com uma utopia a mais: a de ser ecologicamente viável. A dificuldade do mercado financeiro em resgatar o critério principal de sua sustentabilidade – a confiança – é uma prova de sua irracionalidade. Só que essa confiança não voltará. Não do mesmo modo. Virá com perdas dificilmente reparáveis para a camada mais pobre, mas também com o fortalecimento de uma nova mentalidade política que possa oferecer maior segurança. É o que veremos.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

O que é generosidade / Generosity / Generosidad

A generosidade é também uma característica que encontramos na pessoa que exerce influência. Isso tem a ver com aquilo que João fala da "ostentação de bens" (1 João 2.16). A palavra vem do latim generosus que designa o homem ou animal que é de boa raça. Para Descartes, o generoso é antes de tudo aquele que é de raça nobre e, no sentido figurado ou moral, aquele que demonstra grandeza de alma. Assim ele afirmava: “Assim, creio que a verdadeira generosidade, que faz um homem estimar-se a si mesmo no mais alto grau em que pode legitimamente estimar-se, consiste somente, por uma parte, em que ele sabe que não há algo que realmente lhe pertença a não ser essa livre disposição das suas vontades, nem por que ele deva ser louvado ou censurado a não ser porque faz bom ou mau uso dela; e, por outra parte, em que ele sente em si mesmo uma firme e constante resolução de fazer bom uso dela, isto é, de nunca deixar de ter vontade para empreender e executar todas as coisas que julgar serem as melhores. Isso é seguir perfeitamente a virtude”.
A generosidade é um agir em função das exigências do amor, da ética e da solidariedade. O que nos ajuda a identificar se uma pessoa ama de verdade ou se tem compaixão é a sua generosidade. Por isso que a generosidade tem a ver com o caráter de Deus. Ele nos amou tanto e teve tanta compaixão que nos deu um presente maravilhoso. “Mas Deus demonstra seu amor por nós: Cristo morreu em nosso favor quando ainda éramos pecadores”. Romanos 5.8. A generosidade nos torna semelhantes a Deus. Você não pode dizer que é uma pessoa que ama ou que tem compaixão se não for generosa. Comte-Sponville afirma que “a generosidade é o contrário do egoísmo, como a magnanimidade o é da mesquinharia”. E ainda: “a generosidade nos eleva em direção aos outros, poderíamos dizer, e em direção a nós mesmos enquanto libertos de nosso pequeno eu”.
Como se tornar uma pessoa generosa? Comece por Compartilhar o que você tem com outras pessoas. A Bíblia nos ensina: “Cada um exerça o dom que recebeu para servir aos outros, administrando fielmente a graça de Deus em suas múltiplas formas”. 1 Pedro 4.10. Você tem mais a compartilhar do que imagina. Tudo o que temos é uma ”dádiva perfeita” e vem do nosso Pai celestial, que derrama sobre nós todas as bênçãos espirituais nas regiões celestiais porque pertencemos a Cristo.
Faça isso com generosidade porque Deus nos dá generosamente. Diz a Bíblia: “Cada um dê conforme determinou em seu coração, não com pesar ou por obrigação, pois Deus ama ao que dá com alegria”. 2 Coríntios 9.7. Talvez você não tenha muito dinheiro para doar, mas pode dar seu tempo e talentos. Isso representa grande parte da generosidade. Imagine quanta coisa você poderia fazer abençoando outros, se simplesmente fizesse uma faxina em seus armários e passasse adiante sua fartura – dar aos outros aquilo que você não usa.
Isso significa praticar a mordomia como um exercício de fé. Assim Jesus falou: “Dêem, e lhes será dado: uma boa medida, calcada, sacudida e transbordante será dada a vocês. Pois a medida que usarem também será usada para medir vocês”. Lucas 6.38. Quando não dividimos, impedimos a comunidade de crentes a experimentar a bênção completa de Deus, e estamos sendo maus mordomos de tudo o que Deus tem nos dado. Ser generosos uns com os outros intensifica a nossa fé e nos torna generosos com o mundo. Aprenda a viver generosamente. A Bíblia diz: “Há maior felicidade em dar do que em receber”. Atos 20.35b. Lembre-se que tudo pertence a Deus. Você precisa dar com um coração agradecido, nunca contribuir sob pressão. Aprenda a viver generosamente. Você vai ser enriquecido ao final.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Tenha paz / “And peace be unto all that thou hast” / Tenga paz

Como podemos ter paz? A Bíblia conta uma história muito curiosa a respeito da família de Nabal. Em um dos trechos da narrativa, ele recebe o seguinte recado: “E assim direis àquele próspero: Paz tenhas, e que a tua casa tenha paz, e tudo o que tens tenha paz!” (1 Samuel 25.6)
A descrição que a Bíblia faz da casa de Nabal dava conta de um contraste muito grande. Ele era um homem duro e maligno em suas obras, enquanto sua esposa era meiga e compreensível.
Nabal não vivia em paz consigo mesmo. Tinha um sentimento egoísta, falando sempre em primeira pessoa: “meu pão... minha água... minhas rezes... meus tosquiadores” (v. 11). Recebeu mal os visitantes que chegaram à sua casa. Os visitantes eram servos de Davi, o guerreiro que lutava pela integridade nacional e tinha sido ungido para ser o rei.
Abigail, sua mulher, por sua vez, queria a paz de seu lar. Quem dera se os soldados de Davi tivessem vindo a ela primeiro! A história teria sido outra. Mas, mesmo assim, ela correu ao encontro do futuro rei, pediu perdão como se tivesse assumido para si a loucura de seu marido (v. 25), reconheceu que a mão de Deus estava com Davi (v. 28) e consagrou ao serviço do Senhor os bens que trouxera (v. 18 e 19).
Davi queria abençoar aquela família com paz, mas a paz não estava no coração do seu cabeça. Antes, Nabal achava que tinha a situação sob controle, que tudo estava debaixo de suas ordens, sentindo-se como um rei, senhor de tudo e de todos (v. 26). Quando soube do que sua bondosa mulher fizera, o que realmente tinha acontecido à sua volta, o quanto Deus o livrara pela sabedoria e humildade de sua esposa, enquanto se embriagava, ficou literalmente petrificado. Seu coração, que antes era endurecido, ficou como pedra mesmo (v. 37). Um ataque cardíaco tirou sua vida em poucos dias por causa do remorso, misturado com rancor e ressentimento.
Teve a oportunidade de viver em paz consigo mesmo e com os outros, mas lançara fora a chance de ser abençoado por Deus. Fora chamado de próspero, mas tornou-se um fracassado. Não sabia ele que a paz verdadeira está em um coração quebrantado e humilde perante Deus, receptivo em todo o tempo às oportunidades que o Senhor coloca diante de nós.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

O que é humildade / Humility / Humildad

A humildade é uma virtude que mais caracteriza as pessoas que exercem influência na sociedade. Ser humilde, ao contrário do que muitos pensam, não é ser pobre, destituído de bens ou uma pessoa simplória. Ser humilde é o oposto de ser orgulhoso. Isso tem a ver com aquilo que João fala da "cobiça dos olhos" (1 João 2.16).
O pior pecado que uma pessoa pode cometer não é adulterar, matar, mentir ou roubar. A Bíblia diz que o pior pecado é o orgulho. Essa é a raiz de todos os outros problemas na nossa vida. "Quando vem o orgulho, chega a desgraça, mas a sabedoria está com os humildes". Provérbios 11.2.
O conselho bíblico é: “Da mesma forma, jovens, sujeitem-se aos mais velhos. Sejam todos humildes uns para com os outros, porque ‘Deus se opõe aos orgulhosos, mas concede graça aos humildes’”. 1 Pedro 5.5.
A humildade não é: (a) ser fraco, mas reconhecer nossas fraquezas; (b) ter uma baixa auto-estima, mas é pensar menos sobre si mesmo. Humildade simplesmente significa que temos uma avaliação imparcial das nossas forças e fraquezas. Comte-Sponville comenta: “A humildade é esse esforço, pelo qual o eu tenta se libertar das ilusões que tem sobre si mesmo e – porque essas ilusões o constituem – pelo qual ele se dissolve”. Compreendemos nossa maneira de ser e nossas capacidades. Estamos conscientes disso, mas não ficamos nos lamuriando por causa de nossas limitações. Vemos tudo o que temos como dádivas de Deus e sabemos que sem Ele nada seríamos. “Portanto, humilhem-se debaixo da poderosa mão de Deus, para que ele os exalte no tempo devido”. 1 Pedro 5.6.
Humildade é resultado de saber quem você é. Há duas maneiras pelas quais a nossa humildade pode ser verificada: através dos elogios ou através das críticas que recebemos. A maneira como reagimos às críticas e elogios demonstram o quanto somos humildes. A humildade é uma atitude humana que, de tão humana, não se permite a uma depreciação do que somos nem mesmo a uma apreciação falsa de quem somos. "Não é ignorância do que somos, mas, ao contrário, conhecimento, ou reconhecimento, de tudo o que não somos. É seu limite, pois refere-se a um nada", insiste Comte-Sponville.
Como tornar-se humilde? Preste mais atenção nos outros que em você mesmo. Se você quer exercer influência de fato, sua vida irá requerer um certo tipo de humildade, ou a capacidade de esquecer-se de si mesmo o suficiente para prestar ajuda aos outros. Descartes reconheceu que “os mais generosos costumam ser os mais humildes”. O melhor referencial humano de humildade é Jesus Cristo. Devemos desenvolver uma atitude semelhante à de Jesus que, sendo Deus, voluntariamente assumiu a natureza de servo.
Conheça qual é a sua missão de vida. A chave para a humildade é conhecer a si próprio. Quando você compreende quem é, fica à vontade para servir ao próximo, mesmo estando longe dos holofotes. Jesus não se importou de ser confundido como um simples escravo porque sabia qual era a sua missão.
Deixe Deus controlar a sua vida. Nosso primeiro e mais crítico passo em direção ao desenvolvimento da humildade é agarrar firme a grandeza do amor de Deus por nós. Isso é tornar-se semelhante a Jesus. O segundo passo é render nossa vida a Deus. Se você estiver disposto a dar esses primeiros passos, você está se tornando uma pessoa humilde para Deus. Agostinho certa vez afirmou: “Onde está a humildade, está também a caridade”.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Lidere onde estiver / Lead where you are / Si usted es un líder

Você é um líder no lugar em que se encontra. Não importa qual seja sua função ou experiência, você foi colocado por Deus onde está para influenciar e contribuir para transformar sua igreja, sua comunidade e o mundo.
Você pode liderar uma organização inteira ou apenas um pequeno grupo. Você pode ser um líder profissional ou um voluntário. Você pode ser um líder experiente ou ser um iniciante em uma jornada de liderança. Não importa, a mentalidade que o mundo corporativo estimula atualmente é que você deve liderar onde estiver.
Você precisa descobrir como pode se equipar e se preparar para influenciar as pessoas à sua volta a darem um passo decisivo na direção de um nível mais elevado de vida, e para que você também tome decisões que possam mantê-lo em constante processo de maturidade e de aperfeiçoamento da visão a fim de transformar a realidade a sua volta.
Liderança é hoje um dos requisitos para a valorização de profissionais no mercado de trabalho. Tudo o que se precisa é desenvolver a capacidade de tomar iniciativas e de fazer as coisas acontecerem. Com isso, será possível conquistar a admiração e a confiança das pessoas a sua volta.
Para que você exerça sua liderança, independente de estar ocupando a função de líder, você precisa constantemente: a) concentrar esforços na solução de problemas; b) desenvolver a competência de ser um agente participativo em qualquer circunstância; c) reconhecer no outro importantes fontes de conhecimento; d) ser cordial e solidário em qualquer situação.
Os valores que norteiam a nossa conduta podem influenciar a sociedade em que vivemos na expectativa de que mudanças significativas sejam provocadas na vida das pessoas.
Depopis das considerações sobre o perfil do líder servidor, a nova tendência das reflexões do mundo corporativo estão voltadas para compreensão mais subjetiva do papel da liderança. Liderar deixa de ser uma atividade ligada à autoridade e chefia e passar a ter relação com a nossa capacidade de promover ações efetivas de mudança.
Esse tema, porém, não é novo para o cristianismo. Assim como Jesus Cristo tem sido o paradigma para o líder servidor, a maneira como ele escolheu e enviou seus discípulos é uma importantes referência sobre a influência que cada um pode exercer no lugar em que se encontra. Jesus afirmou aos seus discípulos: "vocês são o sal da terra e a luz do mundo". A reforma protestante tentou resgatar essa dimensão do serviço ao desenvolver a noção de sacerdócio universal dos crentes. Isso só reforça o fato de que Deus está interessado em seu poder de influência para que o mundo seja transformado.

domingo, 12 de outubro de 2008

Integridade / Integrity / Integridad

Se você quer exercer influência no lugar em que está, você precisa ter integridade. Isso tem a ver com aquilo que João fala da "cobiça da carne" (1 João 2.16). A integridade está relacionada com o caráter.
A coisa mais importante que uma pessoa tem em relação às demais é a sua credibilidade. Se você não tiver credibilidade, não tem a confiança dos outros. E se você não tiver a confiança dos outros, não pode exercer influência sobre elas. E o que torna uma pessoa confiável é a sua integridade.
O vocábulo “integridade” vem do latim integrare que significa “fazer inteiro, uno, total”. Pode ser traduzido também por santidade. Integrar é combinar as partes em um todo, formar uma totalidade. Ser íntegro é ser inteiro. Ter integridade não significa ser perfeito, mas significa ser inteiro.
Um grande exemplo de integridade na Bíblia foi Noé. “Esta é a história da família de Noé: Noé era homem justo, íntegro entre o povo da sua época; ele andava com Deus”. Gênesis 6.9. Outro grande exemplo foi Jó. “Disse então o Senhor a Satanás: ‘Reparou em meu servo Jó? Não há ninguém na terra como ele, irrepreensível, íntegro, homem que teme a Deus e evita o mal. Ele se mantém íntegro, apesar de você me haver instigado contra ele para arruiná-lo sem motivo’”. Jó 2.3
É interessante notar que as pessoas atualmente são conhecidas muito mais por sua imagem do que por aquilo que elas são de fato. Mas geralmente a imagem tem a ver com aquilo que as pessoas pensam que você é e não com aquilo que de fato você é.
Uma palavra relacionada à integridade é “integração”, que significa “tornar um”. O seu oposto é “desintegração” que corresponde a um estado de não-integridade. Nesta condição, as pessoas se destroem, caem aos pedaços, os relacionamentos desagregam-se, a confiança quebra-se. Sem integridade a vida e os relacionamentos são fragmentados, doentios e incompletos.
A integridade é essencial para que os relacionamentos sejam fortes. Tanto nos negócios, quanto na vida pessoal, integridade é uma das qualidades de caráter mais valorizadas. A pergunta então é: como cultivar integridade? Veja como encontrar respostas bíblicas para se tornar uma pessoa íntegra.
Em primeiro lugar, tome cuidado com as pequenas coisas. “O senhor respondeu: ‘Muito bem, servo bom e fiel! Você foi fiel no pouco, eu o porei sobre o muito. Venha e participe da alegria do seu senhor!’” Mateus 25.21.
Em segundo lugar, não separe o público do privado em questões éticas. “Em tudo seja você mesmo um exemplo para eles, fazendo boas obras. Em seu ensino, mostre integridade e seriedade”. Tito 2.7. Para manter relacionamentos íntegros você precisa seguir o conselho: “Você, porém, homem de Deus, fuja de tudo isso e busque a justiça, a piedade, a fé, o amor, a perseverança e a mansidão”. 1 Timóteo 6.11.
E em terceiro lugar, mantenha sua consciência limpa. “Por isso procuro sempre conservar minha consciência limpa diante de Deus e dos homens”. Atos 24.16.

sábado, 11 de outubro de 2008

Liderar é influenciar / Leadership is influence / El liderazgo es influencia

O principal aspecto relacionado à liderança está no fato de que todos nós somos chamados a tomar parte dela. Todas as pessoas exercem algum tipo de liderança ao longo de sua vida. Isso é assim porque liderança tem a ver com influência.
Rick Warren afirmou certa vez que há muitas características que são importantes para se encontrar em um líder, mas nenhuma delas era mais importante que estas três: integridade, humildade e generosidade. Estas características estão muito relacionadas ao que João disse a respeito das cobiças a que estamos sujeitos: "a cobiça da carne (tem a ver com a integridade), a cobiça dos olhos (tem a ver com a humildade) e a ostentação dos bens (tem a ver com a generosidade)".
Repare o que a Bíblia diz sobre isso: "Não amem o mundo nem o que nele há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Pois tudo o que há no mundo - a cobiça da carne, a cobiça dos olhos e a ostentação dos bens - não provém do Pai, mas do mundo. O mundo e a sua cobiça passam, mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre". 1 João 2.15-17.
Você também é um líder porque liderar é o mesmo que influenciar. Constantemente podemos exercer influência sobre familiares, vizinhos, amigos, colegas, clientes. A primeira descoberta, então, é que você é um líder no lugar em que você se encontra.
Embora precisemos de um líder para governar ou legislar a nossa cidade, as pessoas que escolhemos para esses cargos têm a ver com a maneira como entendemos a nossa própria atuação. A maneira como escolhemos nossas lideranças está diretamente relacionada com a consciência que temos sobre a nossa responsabilidade como participantes da vida social.
Como podemos cuidar da influência que exercemos? Acredite. Você não está aqui por acaso. Você foi feito para cumprir os propósitos divinos. A Bíblia diz: “Vocês, porém, são geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus, para anunciar as grandezas daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz”. 1 Pedro 2.9.
Portanto, exerça influência positivamente. A liderança eficaz é aquela que faz as coisas acontecerem. Ser líder não é o mesmo que ser chefe, mas é o que atua em parcerias. A Bíblia também diz: “Para que venham a tornar-se puros e irrepreensíveis, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração corrompida e depravada, na qual vocês brilham como estrelas no universo”. Filipenses 2.15.
Mas também reconheça suas limitações. O único que pode tudo é Deus, que nos convida a entregarmos tudo o que nos aflige em suas mãos. “Lancem sobre ele toda a sua ansiedade, porque ele tem cuidado de vocês”. 1 Pedro 5.7.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Pânico, euforia e crise financeira / Panic in financial market / Pánico en los mercados financieros

O mundo mudou, e tudo indica que foi para pior. Há um temor por trás do atual colapso nos mercados financeiros. Esse temor é tão exagerado quanto a ganância que o provocou. O chamado “efeito manada” dos mercados de capitais é provocado por um pânico que tem causado devastação da capacidade financeira de bancos, empresas, nações.
A raiz do problema está na relação entre o investidor e o modo de gestão e financiamento de setores empreendedores. Como se sabe, um investidor adquire ações de uma empresa com o objetivo de ter participação nos seus ganhos. Ele não é o empresário, o empreendedor. Ele compra ações ou participações acionárias em uma decisão tanto racional quanto emotiva, em função de informações sobre o desempenho de determinada empresa. Mas ele mesmo não é o administrador e, por isso mesmo, não se ocupa da atividade da empresa, dos meios de produção e de rentabilidade. Ele não tem um compromisso com a prescrição de uma estratégia ou de uma determinada conduta comercial. Ele não decide acerca de investimentos, reorganização, política de pessoal, marketing e outras ações de gestão.
Em outras palavras, como mero investidor, ele deposita confiança na estratégia, nos conteúdos, nos objetivos e nas potencialidades de um capital produtivo e em sua administração. Essa confiança é o seu risco. Essa é a lógica racional do capitalismo.
Desde o início, o capitalismo enfatizou um modo de produção baseado numa concepção funcional abstrata do capital. Se no passado estava em jogo a produção e o consumo de bens concretos, reais, a confiança era depositada tanto na seriedade dos métodos administrativos quanto na qualidade e boa aceitação do produto. Hoje, a velocidade dos mercados financeiros e de suas rendas ditam o desempenho econômico. As decisões estão mais ligadas a aspectos subjetivos em face de uma limitação interna de valorização real do capital, que diminuiu a importância dos valores do trabalho humano. O capital se tornou um bem virtual e volátil.
A pergunta que hoje é levantada é: a reação do mercado a cada nova notícia é racional ou emocional? É preciso entender o que se passa na cabeça dos investidores em momentos de crise como o atual. Essa, porém, é uma tarefa complexa, pois não se trata de uma ciência exata, uma vez que a forma como as pessoas lidam com dinheiro varia muito. Faz-se necessário identificar alguns comportamentos comuns à maioria dos investidores.
Em recente entrevista à revista Exame, o estrategista de Investimentos Pessoais do ABN Amro Real Asset Management, Aquiles Mosca, explicou: “O ser humano tem a necessidade de fazer parte de um grupo. Se todos estão tomando determinada decisão, ele tende a agir da mesma maneira. Ninguém quer ser o último a sair da bolsa quando o mercado começa a cair”.
O “efeito manada” consiste nesse comportamento do investidor, que vai do pânico à euforia numa velocidade enorme. O investidor, nessa hora, age de forma inconsciente levado pela avalanche de informações veiculadas pela mídia. Se um determinado índice cai e isso provoca um comentário alarmante, a tendência é que esse comportamento de queda se perdure. Portanto, ganha mais quem resolve estar na contra-mão do “efeito manada” e sobrevive.
O pânico e a euforia diante dos índices das bolsas de valores são duas faces de uma mesma atitude, a expectativa de lucratividade com a virtualidade do capital. É possível ir de um polo ao outro com muita facilidade. E é isso que dá a dimensão da crise do mercado financeiro.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Como entender o homem contemporâneo / How understand the contemporary man / ¿Cómo entender el hombre contemporáneo?

A humanidade mudou seus paradigmas. O desenvolvimento tecnológico a que se chegou cria uma falsa idéia de progresso e de melhoria da vida humana. Na verdade, convivemos com quadros que são antagônicos: ao mesmo tempo em que temos equipamentos com tecnologias avançadas, assistimos ao aperfeiçoamento das máquinas de guerra; ao mesmo tempo que a humanidade avança na pesquisa científica sobre a origem da vida, não encontra solução para os graves problemas que a afligem, como a fome, a aids; temos uma concentração de poder econômico e político, mas que não são capazes de evitar catástrofes provocadas pelas forças da natureza de sempre, como maremotos, furacões; desenvolvemos a capacidade de pesquisar o espaço e manipular a vida, mas não somos capazes de controlar a violência, a criminalidade, a corrupção.
Isso tudo aponta para o fato de que o progresso que a humanidade tem experimentado não tem sido suficiente para mudar o coração humano. O que verificamos é o desenvolvimento de uma ambigüidade em que, ao mesmo tempo em que afirmamos nossa autonomia, descobrimos que há algo que falta para nos afirmamos como pessoas.
Assistimos à fragmentação e à descontinuidade de toda a forma de consciência: a consciência nacional dá lugar à globalização; a consciência de sujeito autônomo cede lugar para a desconstrução da individualidade. A experiência humana se reduz ao instante vivido, à cultura do fast-food, do self-service, sem sentido de continuidade e de memória histórica. Perderam-se os referenciais de valores e crenças. O impacto do instantâneo ocupou o lugar do profundo, o apego ao descartável permite que identidades sejam adotadas ou rejeitadas como uma troca de roupa. Uma ideologia de consumo domina a realidade de tal modo que o que mais importa é a imagem pública que se tem de si mesmo. A busca de gratificação, prazer e realização individual é o ideal supremo. A opinião pública substitui a interpretação religiosa e a ética com informações precisas, instantâneas, diretas e objetivas. O que tem aparência real está acima do bem e do mal.
As regras que prevalecem têm a ver com o bem-estar e não mais as que apontam para a necessidade de sacrificar os próprios interesses por causa do outro.
Essa maneira de pensar, em vez de considerar a fraqueza humana, pressupõe a capacidade infinita de realização, atribuindo valor extremo a uma vida de prosperidade e sucesso organizada em torno de padrões de consumo.
Não há mais lugar para uma devoção pietista, voltada para a reconciliação do pecador e da promoção de uma vida de privações e de ideais ascéticos. Os exemplos de santos e profetas não estão mais em piedosos religiosos, mas naqueles que conseguiram transformar a vida numa grande acumulação e intensificação do consumo. Essa contradição dá lugar a uma resposta radical, contrária a essa tendência da sociedade de consumo. O fundamentalismo religioso se levanta como uma voz possível diante da fragmentação e da diversidade.
Essa condição que a humanidade se encontra exige clama por um cristianismo adulto, que possa assumir a ausência de Deus e viver, ao mesmo tempo, a fé em Jesus Cristo que participa do sofrimento de Deus no mundo. Se a crença em Deus perdeu sentido, não cabe aos cristãos tentarem frear o processo de maturidade do mundo. Antes, precisamos viver a realidade do homem contemporâneo sem perder o núcleo original de nossa fé, o testemunho de Jesus Cristo, constantemente reinterpretado à luz das condições históricas.
A decisão que a igreja precisa tomar hoje é de ser portadora da nova de que Deus não está ausente da vida humana, mas que é um sujeito que nos vê, de forma silenciosa e discreta, face a face. A mensagem da igreja deve ser capaz de despertar ainda o desejo de Deus, que reafirme o testemunho de Jesus Cristo, o Deus impregnado do humano, que tem compaixão desse homem que vive uma situação histórica que se atualiza constantemente. A pergunta deve ser: de que maneira a mensagem de Cristo se faz relevante hoje? A resposta tem a ver com o modo como Cristo toma forma no mundo, na vida e na comunhão da igreja, fundada em uma fé comprometida com Cristo e com o mundo, sem se mostrar arrogante, e que aponta o caminho viável.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Espiritualidade e mundanidade / Spirituality and mundaneness / Espiritualidad y mundanas

Bonhoeffer certa vez afirmou: “A comunidade cristã está no lugar em que o mundo todo deveria estar; neste sentido, ela serve representativamente ao mundo e existe em função dele”. Isso seria o mesmo que dizer que o lugar do cristianismo verdadeiro é o mundo. A comunidade cristã tem o dever de estar a serviço do mundo.
O cristão não é um fim em si mesmo nem está além do humano, mas é o ser humano que pode e deve viver diante de Deus como ser humano, assim como, por meio da crucificação de Jesus, o mundo foi liberto para viver em autêntica mundanidade. Isto significa o fim da tensão entre “cristão” e “mundano” e que todos estão convocados para um modo de vida simples cujo paradigma é Jesus Cristo. A conceito de autêntica mundanidade só existe com base na pregação da cruz de Jesus Cristo, que é o Senhor vivo, a quem foi dado todos os poderes do mundo.
A idéia de mundanidade está relacionada à “mudanidade” de Martin Heidegger, em Ser e tempo, que caracteriza o próprio modo de ser do mundo, previamente constituído, para onde o homem é lançado, a partir do qual sua experiência adquire sentido e em relação ao qual deve estabelecer sua identidade.
É por essa razão que podemos afirmar que a nossa espiritualidade é marcada por uma determinação divina a cumprir: estar orientada para o mundo e estar orientada para a vida dessa comunidade como lugar de presença de Jesus Cristo. Nossa espiritualidade precisa ser mundana.

terça-feira, 15 de julho de 2008

Onde estão os santos? / Where are the saints?

Tomei a liberdade de tomar emprestado algumas palavras de João Pereira Coutinho, em sua coluna do jornal Folha de São Paulo. Trata-se de uma interessante reflexão para hoje, de como a dimensão de santidade tem assumido contornos ambígüos, como tudo o que caracteriza esse tempo pós-moderno.
"(...) A religião não é apenas um conjunto de dogmas e ritos destinados a celebrar a transcendência; a religião é, como diria Durkheim, um fato social. Ela permite "ligar" uma comunidade de estranhos num propósito comum.
(...) A comunidade cristã pode estar em declínio nas nossas sociedades; o número de fiéis diminui drasticamente no Ocidente "rico" e "pós-moderno"; e, para sermos honestos, quem observa as recomendações do Vaticano em matéria sexual?
Mas o recuo da comunidade cristã, com seus dogmas e ritos, não aboliu a necessidade de crença: a necessidade que temos de acreditar em algo que é maior do que nós e que redime a nossa precária condição.
E se as pessoas já não adoram figuras de madeira ou pedra, como em Fátima ou Lourdes, são os grandes mitos pop, na música ou no cinema, que servem a esse propósito: eles congregam "romarias", inspiram momentos de "transcendência", permitem que o "crente", convertido em "fã", possa assim encontrar um caminho e um exemplo.
Os santos morreram. Mas ninguém sobrevive sem o seu.
Para os ingleses, a santa era Diana. Para o mundo de hoje, a santa é Angelina Jolie. Mas quem é Angelina Jolie?
Atriz, sim. Atriz mediana, sem dúvida. Mas Angelina, com inteligência imaculada, entendeu o ar do seu tempo e agiu em conformidade: antigamente, os diamantes eram os melhores amigos das mulheres. Mas hoje, num mundo democratizado, em que qualquer milionário anônimo pode entrar em loja da Quinta Avenida e torrar uma pequena fortuna em joalheria fina, a verdadeira marca distintiva não é mais material; é espiritual.
Um diamante é fácil. Um órfão cambojano não é fácil, nem está à venda na Quinta Avenida: exige esforço, disponibilidade e, finalmente, o triunfo pio que a estrela de Hollywood gosta de exibir perante as lentes fotográficas. O caçador e o seu troféu.
Angelina não tem jóias para mostrar. Mas tem um filho cambojano, um vietnamita e uma etíope, além de uma biológica. E, agora, o Altíssimo concedeu a santa Angelina não mais um filho, e sim dois: um par de gêmeos nascidos em hospital francês, em clima de sacralidade absoluta. Cá fora, hordas de jornalistas e alienados procuravam uma imagem do milagre. Ver, sentir e eventualmente tocar os ungidos sempre consolou os crentes.
O milagre será mostrado, sim, mas por meio de revista americana que já conseguiu os direitos da "revelação" por US$ 11 milhões. A cifra será distribuída por obras de caridade.
E se os leitores ficam impressionados com os contornos religiosos do fenômeno, aviso que estamos apenas no início. Com o fim das religiões tradicionais, as celebridades pop ocuparão o lugar dos velhos santos, espalhando a palavra redentora e, quem sabe, curando os cegos, os loucos e os paralíticos. (...)" (jornal Folha de São Paulo, 15 jul 2008)

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Não a minha vontade / Not my will

Devemos aprender a oração de Henry Martyn: "Senhor, não permitas que eu tenha nenhuma vontade que seja propriamente minha, ou que considere a minha verdadeira felicidade como dependente, no mínimo grau, de qualquer coisa que me sobrevenha exteriormente, mas como consistindo inteiramente na confirmação com a Tua vontade".
Reconhecer que não temos uma vontade autônoma, que somos limitados em nossa capacidade de entendimento, que somos dependentes de um relacionamento com Deus é o primeiro passo para a espiritualidade. Pensar assim é o mais nobre ato de nossa humanidade: descobrir que somos humanos. Isso nos impões dois princípios: o de que somos criaturas e o de que somos aprendizes.
Como criaturas, seguimos um modelo criado para um fim específico. Como aprendizes, descobrimos que o que nos torna verdadeiramente humanos é o processo de aprendizagem a que estamos inseridos. Fomos criados para um propósito e só chegaremos lá por meio de um processo de aprendizagem.
O fato de ter sido criado como ser humano não é suficiente, por si só, para nos garantir o sentido da vida. Estamos sempre insatisfeitos, queremos sempre mais e melhor. Ânsiamos por um mundo melhor, estamos sempre em busca da felicidade. Esse caminho entre o que fomos criados e o que precisamos ser é que se constitui naquilo que podemos chamar de espiritualidade. Tanto é que o que mais importa não é o que você realiza, mas aquilo em que você está se tornando. Isso é um exercício, em que você precisa abrir mão daquilo que você acha que é para tornar-se aquilo para o qual você foi criado.

quarta-feira, 30 de abril de 2008

Lançamento / New Book

Adquira e leia o livro: Você tem as sementes nas mãos, de Neuber Lourenço, Joelma Mota e Irenio Chaves. O livro é uma reflexão sobre a tarefa missionária na perspectiva da responsabilidade pessoal. A pergunta que se faz é: Afinal, para que estamos aqui? Você poderá entender como a sua vida tem utilidade para Deus e como você pode aplicar os propósitos divinos na tarefa de alcançar e influenciar outras pessoas para terem uma experiência de fé em Cristo.
As sementes estão em suas mãos. Isto faz todo o sentido e justifica o fato de que Deus continua interessado em nos abençoar e nos permitir em viver aqui. Quando fazemos a pergunta: “afinal, para que estamos aqui?”, a resposta é: estamos aqui para alcançar pessoas, influenciá-las e caminhar junto com elas a fim de cumprirmos os propósitos divinos. Você poderá entender melhor isso a partir da leitura deste livro.
Deus deixou orientações muito claras na Bíblia, a sua Palavra, a respeito dos seus propósitos. Este livro ajudará você a descobrir isso, bem como a entender de que maneira a vida possa fazer sentido. Afinal, você está aqui para adorar a Deus, para viver em comunhão, para crescer espiritualmente, para servir e para alcançar pessoas. Você não consegue fazer isso sozinho. Você precisa compartilhar com elas todos os propósitos de Deus para a sua vida.
O livro está estruturado para ser lido durante quarenta dias, com uma meditação pra cada dia. Ao lê-las, você poderá refletir sobre os ajustes que podem ser feitos em sua vida a fim de experimentar a alegria de atrair pessoas e conduzi-las a um conhecimento genuíno de Jesus Cristo. Nós partimos da compreensão de que foi em Jesus Cristo que se realizou todos os propósitos de Deus para a humanidade. Por meio da fé em Jesus Cristo, de uma forma prática, podemos hoje vivenciar tudo aquilo que Deus planejou para nós desde o começo de tudo.
Para adquirir um exemplar, mande um e-mail para ireniochaves@uol.com.br ou entre contato com o site http://www.orla.org.br/.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Organize as suas prioridades / Organize your priorities/ Organice sus prioridades

Imagine que você recebe a notícia de que tem poucos dias de vida. O que você faria para aproveitar ao máximo seus últimos momentos? O problema é que ninguém sabe quanto tempo mais nos resta. A Bíblia diz que a vida é como um sopro, que logo se vai. A principal razão, portanto, para que você organize a sua vida é para que você possa experimentar de forma intensa tudo aquilo que deus tem preparado para você neste tempo.
Era isso que Deus queria que Ezequias compreendesse. “... Ponha a casa em ordem...” (Isaías 38.1). Ele fora acometido de uma enfermidade e pouco tempo lhe restava para cuidar de coisas que eram realmente importantes para a vida. Embora tivesse sido um rei que empreendeu uma grande reforma na vida de Israel, Ezequias precisava cuidar de sua vida pessoal. Havia ainda algo que precisa ser colocado em ordem.
Diz a história bíblica que Deus acrescentou ainda mais 15 anos de vida a Ezequias. O que aconteceu nesse tempo? Ele continuou sendo um rei exemplar, mas cuidou pouco de sua vida pessoal. Durante os 15 anos que viveu após aquele encontro com Deus, Ezequias teve um filho, Manassés, que assumiu o poder em seu lugar ainda adolescente e veio a se tornar um dos piores reis que Israel já havia conhecido.
É importante saber que Deus tem acrescentado um tempo a cada um de nós. É importante fazer desse tempo um tempo de qualidade e aproveitar ao máximo as oportunidades. Para isso, você precisa se organizar.
E, afinal, o que significa se organizar? Donna Smallin, autora do livro Organize-se, explica: “Organizar-se é controlar a própria vida, escolher as prioridades, determinar o que é realmente importante e livrar-se do que é excessivo”. Ela tem cerca de 500 conselhos para que se coloque a vida em ordem.
Como organizar? Toda organização envolve pelo menos três ações. A primeira é planejar. Os especialistas são unânimes em afirmar que, para se organizar, é necessário planejamento. Com tantos estímulos disputando nossa atenção ao mesmo tempo, é muito fácil se dispersar e deixar o caos tomar conta de tudo. Mas, com planejamento, a gente poupa energia, direcionando-a apenas àquilo que é fundamental.
A segunda é estabelecer prioridades. Nessa hora, é importante que você saiba atribuir valor às coisas a serem realizadas. Existem coisas que são mais prioritárias que outras. Com uma visão geral do que é preciso fazer, você consegue estabelecer suas prioridades. Comece da tarefa mais importante até chegar a menos importante. Você vai se impressionar com a quantidade de coisas que é capaz de fazer em um só dia.
Periodicamente, coloque no papel seus objetivos de médio e longo prazo. Esses planos funcionam como uma carta de navegação, que vai ajudá-lo a manter o foco e a não gastar tempo e energia com o que não é fundamental. Com isso em mente, a cada dia você pode dar um passo a mais em direção à sua realização. Para isso você precisa desenvolver duas características pessoais: seja flexível e esteja preparado para fazer os ajustes que serão inevitáveis ao longo do percurso. Lembre-se que planos são apenas para nos auxiliar e não para nos deixar numa camisa de força. A Bíblia nos recomenda que o homem pode fazer planos, mas a direção certa vem do Senhor.
A terceira é a avaliar. Freqüentemente seus planos devem ser atualizados e, no caminho, muitos objetivos e prioridades acabam sendo descartados. Você avalia melhor quando compreende as circunstâncias e faz uma interpretação realista de cada momento vivido.
A grande pergunta então é: por que é preciso se organizar? Alguém já afirmou que uma forte razão para ter a vida organizada é porque ele gosta do ócio. Quanto mais ele se organiza, mais tempo lhe sobra para ficar em ociosidade. A principal razão para nos organizarmos é que todos nós precisamos de um pouco de ordem na vida. Isso é o que torna nossa existência viável. É isso que fará com que você aproveite bem as oportunidades que a vida lhe oferece.

domingo, 20 de janeiro de 2008

Como enfrentar as pressões do dia-a-dia / Facing daily pressures

Como você enfrenta as pressões do dia-a-dia? Segundo uma pesquisa realizada no Brasil pela International Stress Management Association (Isma-Brasil), 83% das pessoas não podem ser consideradas capazes de suportar pressão. Ainda de acordo com o estudo, 80% desses entrevistados têm mais chances de desenvolver problemas emocionais como depressão e ansiedade; 75% de apresentar sintomas físicos como dores de cabeça e musculares, azia e alergias; e 72% de ter desvios comportamentais como agressividade, passividade e dependência química.
Pesquisas à parte, o fato é que diariamente enfrentamos pressões de toda sorte. Quando o apóstolo Paulo resolveu abrir o coração e desabafar um pouco a respeito das coisas que o inquietavam, ele afirmou: “Mas temos esse tesouro em vasos de barro, para mostrar que este poder que a tudo excede provém de Deus e não de nós. De todos os lados somos pressionados, mas não desanimados; ficamos perplexos, mas não desesperados; somos perseguidos, mas não abandonados; abatidos, mas não destruídos” (2 Coríntios 4.7-9).
As pressões do dia-a-dia interferem diretamente em nosso comportamento. Eduardo Carmello, um consultor do mundo corporativo, argumenta que 80% das pessoas têm suas competências diminuídas ou ocultadas quando passam por situações adversas e não conseguem lidar bem com elas.
O que mais pode causar pressão no dia-a-dia? Diariamente nos deparamos com adversidades que envolvem todos os problemas ligados à enfermidades, violência, acidentes naturais e acidentes provocados. Nos relacionamos com pessoas com problemas, Em todos os lugares há pessoas com problemas de ordem psicológica, psiquiátricas e neurológicas. Enfrentamos a rotina que, embora seja necessária, não pode ser entendida como um fim em si mesma. E ainda estamos sujeitos a tentações. Você não escolhe ser tentado, você escolhe a maneira como enfrenta as tentações. Nem mesmo Jesus ficou livre das tentações.
A primeira constatação que podemos fazer é que as pressões no dia-a-dia provocam estresse. Mas, ao contrário do que muitos pensam, o estresse não é de todo ruim. Estresse pode se transformar numa energia potencial para solucionar problemas, resolver conflitos, atingir metas e alcançar a realização pessoal.
De que maneira as pessoas reagem a situações de estresse? Algumas pessoas têm tendência à resignação. Costuma-se dizer que tais pessoas sofrem da "Síndrome da Gabriela" porque afirmam com freqüência: "eu nasci assim, eu cresci assim, sempre fui assim. Gabriela... Sempre Gabriela...". Outras, têm tendência à reação. O ambiente é que comanda sua satisfação pela vida. Suas reações são reclamar e praguejar, sendo que nem ao menos tomam alguma atitude efetiva para a mudança. A revolta é uma das principais características de comportamento dessas pessoas. A verdade é que poucas pessoas são capazes de suportar situações de estresse.
A capacidade de suportar pressões no dia-a-dia tem recebido um nome: resiliência. O que é a capacidade de resiliência? Resiliência, expressão que no dicionário é definida como a capacidade de um objeto de resistir a choques. Transportada para campo das relações humanas, pode ser traduzida como a capacidade de um indivíduo ir de um extremo ao outro dos seus limites, como se fosse um elástico, sem se romper. Se você não possui essa capacidade, precisa começar a desenvolvê-la rapidamente.
Earle E. Cairns, no livro Cristianismo através dos séculos, conta uma impressionante história de capacidade de suportar pressão. Por volta do ano 203, uma mulher jovem de boa posição chamada Perpétua, que amamentava ainda seu filho recém-nascido, foi martirizada por ter se convertido. Seu martírio foi registrado por Tertuliano. Ela morreu em companhia de dois escravos, Felicidade e Revocato, e outros dois jovens cristãos, chamados Saturnino e Secúndulo.
Quando Perpétua e seus companheiros foram presos, seu pai tentou convencê-la a abandonar a fé e assim salvar a sua vida. Mas ela afirmou que, assim como cada coisa tem seu nome e é inúltil tratar de mudá-lo, ela tinha o nome de cristã e não podia mudá-lo. Felicidade estava grávida, o que fez com que o martírio fosse atrasado até que que dessa à luz a uma menina, que foi adotada por uma irmã na fé. Quando era ofendida pelos carcereiros, Felicidade dizia com simplicidade:
- Agora meus sofrimentos são só meus. Mas quando tiver que enfrentar as bestas haverá outro que viverá em mim, e sofrerá por mim, posto que eu estarei sofrendo por ele.
Os rapazes foram sacrificados primeiro. Saturnino e Revocato morreram rapidamente, mas a Secúndulo, nenhuma fera quis atacá-lo. O javali que soltaram, acabou ferindo um dos soldados em vez de atacar o cristão. O urso negou-se a sair ao seu encontro. Por fim, o próprio Secúndulo anunciou ao carcereiro que um leopardo o mataria com uma só dentada, e assim foi.
Quando chegou a vez de Perpétua e Felicidade, anunciaram que haviam preparado uma vaca furiosa que as chifrasse. Pepétua foi chifrada e jogada para o alto, mas conseguiu levantar-se, ajeitar a roupa e o cabelo para retirar o sinal de luto que a colocaram, afirmando que aquele era um momento feliz em sua vida. Logo foi ao encontro da amiga que estava gravemente ferida, abraçou-a e indagou a todos:
- Onde está a famosa vaca?
Finalmente, as duas se reuniram no centro da arena, despediram-se com o ósculo da paz, aguardando a morte por espada. O carrasco que atacou Perpétua tremia e não conseguia feri-la de morte. Ela teve que tomar a mão do carrasco orientando-o a feri-la na garganta. Nesse ponto da narrativa, Tertuliano comenta: "Talvez o demônio a temesse tanto que não se atrevia matá-la sem que ela o quisesse".

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