quinta-feira, 31 de maio de 2012

O princípio para compartilhar / Sharing principle / Principio de compartir

Há uma antiga história que conta que Deus um dia convidou um rabino para conhecer o céu e o inferno. Ao abrirem a porta do inferno, viram uma sala em cujo centro havia um caldeirão no qual se cozinhava uma suculenta sopa. Em volta dele, estavam sentadas pessoas famintas e desesperadas. Cada uma delas segurava uma colher de cabo tão comprido que lhe permitia alcançar o caldeirão, mas não suas próprias bocas. O sofrimento era imenso. Em seguida, Deus levou o rabino para conhecer o céu. Entraram em uma sala idêntica à primeira, havia o mesmo caldeirão, as pessoas em volta, as colheres de cabo comprido. A diferença é que todos estavam saciados. “Eu não compreendo”, disse o Rabino, “por que aqui as pessoas estão felizes, enquanto na outra sala morrem de aflição, se é tudo igual?” Deus sorri e responde: “Você não percebeu? É porque aqui eles aprenderam a compartilhar.”
Compartilhar significa participar junto com o outro, dividir o mesmo espaço, desfrutar do mesmo direito. A mentalidade consumista substituiu a ideia de compartilhar pelo ato de dar. A diferença é grande. A ideia de dar tem em si mesma a noção de propriedade. Você dá do que tem, de acordo com o seu critério de administração dos seus bens. Tem o sentido de caridade ou gratidão. E isso é um conceito falso quando o que está em jogo é a vida do outro.
Jesus ensinou isso aos seus discípulos: “Vocês receberam de graça; deem também de graça.” Mateus 10.8. Esse é o princípio do compartilhamento. Jesus enviou seus discípulos a fim de que estes levassem a pessoas perdidas uma mensagem de encorajamento e esperança. Jesus estava certo de que as pessoas precisam de outros meios para superarem sua própria aflição, que não podem ser comprados ou adquiridos para servirem como nossa propriedade exclusiva. A mídia tenta nos mostrar que, para nos sentirmos realizados, precisamos emagrecer, cuidar da pele, trocar de carro, mudar a mobília da casa ou consumir determinados produtos. Jesus, porém, nos convida a descobrir que nós precisamos de algo maior para nossa realização que não tem nada a ver com uma mentalidade consumista e pode ser compartilhado por todos aqueles que desfrutam de sua graça. Isso tem a ver com os valores, o conhecimento, a esperança e a fé com que orientamos a nossa vida.
Precisamos compartilhar valores como a melhor maneira de superar a intolerância e o preconceito. Os valores estão relacionados com a maneira como construímos a felicidade. Ter uma noção clara de valores é saber de fato quem você é. Você compartilha seus valores quando se abre para um relacionamento com o outro.
Precisamos compartilhar conhecimento como a melhor maneira de superar a ignorância. O conhecimento tem a ver com a memória. É com o conhecimento que armazenamos um conjunto de informações e modelos que nos auxiliam na hora de fazer escolhas. O conhecimento de que necessitamos vem mais da vivência do que de um programa sistemático de ensino. Ele deve visar o desenvolvimento de competências e habilidades. Você compartilha conhecimento quando abre a sua mente para novas possibilidades de compreender a realidade.
Precisamos compartilhar a esperança como a melhor maneira de superar a dor. A esperança nos dá sentido para a vida, nos aponta um caminho a seguir mesmo quando tudo parece impossível. Pessoas que têm esperança não desistem de seus sonhos e consegue realizar projetos até o fim. Você compartilha esperança quando encoraja outros a também não desistirem de seus sonhos e os estimula a seguir adiante.
Precisamos compartilhar a fé como a melhor maneira de superar angústia. A fé nos ajuda a entender que a vida como está pode se tornar melhor, que Deus sempre tem um plano melhor. Ter uma vida de fé é mais do que desenvolver uma experiência religiosa. Embora religião e fé estejam inter-relacionadas, precisamos aprender a distinguir o que é a essência da fé e a expressão da fé. Você compartilha a fé quando oferece a sua própria história de vida como um exemplo de mudança.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Liderar igreja na contemporaneidade

No dia 8 de maio, a partir das 19h30, estarei realizando um Workshop para Pastores e Líderes na Primeira Igreja Evangélica Congregacional de Icaraí, em Niterói. O evento é aberto para todos os interessados no tema: liderar igreja na contemporaneidade. Você pode se increver deixando um comentário neste post, informando seu telefone e e-mail. O objetivo é saber o número de participantes para prepararmos o material necessário. A inscrição é gratuita. Aí é só aparecer.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Restaurando lares feridos / Restoring homes injured / Restauración de hogares heridos

Uma das metáforas mais curiosas encontradas na Bíblia para tratar da vida em família é a que se encontra em Cânticos 4.13-16 que retrata um pomar. A vida, como um todo e também a vida conjugal e familiar, é como um jardim com uma variedade de plantas. A família comporta uma diversidade de situações, uma diversidade de funções e uma diversidade de relevâncias de tal modo que a beleza está em dar vida a esse universo que se constitui como o espaço em que a vida acontece em sua maior intensidade.
A diversidade em família é complexa e envolve muitas situações de tensão. O que está em jogo é uma batalha que tem a ver com identidade. A vida em família não é apenas uma opção ou um estilo de vida. Ela é resultado de um esforço contínuo e sincero de estabelecer relacionamentos e vínculos que só pode ter sido pensado a partir de uma mente brilhante, como a mente divina. O problema é a mente humana conseguir compreender isso.
A diversidade atual remete a uma perda de identidade de tal modo que a família se perdeu como um centro de referência da sexualidade. Em meio à discussão sobre diversidade sexual e de gênero, falta um indicador que encoraje as pessoas a uma sexualidade baseada na relação homem e mulher no contexto do casamento, que é a ênfase bíblica. Esse princípio está comprometido por tendências machistas e feministas que despertam atitudes equivocadas sobre papéis e comportamentos que acabam se tornando verdadeiras violências à nossa condição humana.
Quem pode se levantar para promover a família como esse ambiente em que a vida humana acontece? Para mim, a igreja é a única instituição que ainda tem condições de levantar a sua voz e se tornar como um centro para a capacitação da família a fim de que ela seja o espaço para a nossa humanização. A razão disso está no fato de que é no contexto de um relacionamento profundo com Deus que as escolhas e os pactos celebrados podem ter mais validade. É preciso desenvolver ações significativas que tornem possível a confiança e promova uma restauração onde a convivência saiu do controle.
A família representa a maior necessidade não atendida em toda a civilização ocidental. Em lares a beira do desespero, o amor é a única base para a edificação de uma família nessas condições. É preciso se dar conta de que a família é o mais profundo relacionamento humano. Quando a questão envolve lares feridos, é possível descobrir que não há problema que possa impedir a realização de um relacionamento firmado no amor. A restauração de lares feridos passa pela restauração de pessoas feridas.
Ë preciso haver sinceridade na avaliação de nós mesmos a respeito daquilo que tem provocado feridas nos relacionamentos. A decisão de mudar um relacionamento ferido muitas vezes deve partir de nós mesmos. Até que ponto somos capazes de perdoar e até que ponto estamos dispostos a uma renúncia a fim de permitir a restauração de feridas que ainda estão abertas? Embora não tenhamos garantias que uma mudança venha acontecer no outro, é urgente que a mudança de atitude necessária aconteça primeiramente em nossa própria vida.

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