terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Organize as suas prioridades / Organize your priorities/ Organice sus prioridades

Imagine que você recebe a notícia de que tem poucos dias de vida. O que você faria para aproveitar ao máximo seus últimos momentos? O problema é que ninguém sabe quanto tempo mais nos resta. A Bíblia diz que a vida é como um sopro, que logo se vai. A principal razão, portanto, para que você organize a sua vida é para que você possa experimentar de forma intensa tudo aquilo que deus tem preparado para você neste tempo.
Era isso que Deus queria que Ezequias compreendesse. “... Ponha a casa em ordem...” (Isaías 38.1). Ele fora acometido de uma enfermidade e pouco tempo lhe restava para cuidar de coisas que eram realmente importantes para a vida. Embora tivesse sido um rei que empreendeu uma grande reforma na vida de Israel, Ezequias precisava cuidar de sua vida pessoal. Havia ainda algo que precisa ser colocado em ordem.
Diz a história bíblica que Deus acrescentou ainda mais 15 anos de vida a Ezequias. O que aconteceu nesse tempo? Ele continuou sendo um rei exemplar, mas cuidou pouco de sua vida pessoal. Durante os 15 anos que viveu após aquele encontro com Deus, Ezequias teve um filho, Manassés, que assumiu o poder em seu lugar ainda adolescente e veio a se tornar um dos piores reis que Israel já havia conhecido.
É importante saber que Deus tem acrescentado um tempo a cada um de nós. É importante fazer desse tempo um tempo de qualidade e aproveitar ao máximo as oportunidades. Para isso, você precisa se organizar.
E, afinal, o que significa se organizar? Donna Smallin, autora do livro Organize-se, explica: “Organizar-se é controlar a própria vida, escolher as prioridades, determinar o que é realmente importante e livrar-se do que é excessivo”. Ela tem cerca de 500 conselhos para que se coloque a vida em ordem.
Como organizar? Toda organização envolve pelo menos três ações. A primeira é planejar. Os especialistas são unânimes em afirmar que, para se organizar, é necessário planejamento. Com tantos estímulos disputando nossa atenção ao mesmo tempo, é muito fácil se dispersar e deixar o caos tomar conta de tudo. Mas, com planejamento, a gente poupa energia, direcionando-a apenas àquilo que é fundamental.
A segunda é estabelecer prioridades. Nessa hora, é importante que você saiba atribuir valor às coisas a serem realizadas. Existem coisas que são mais prioritárias que outras. Com uma visão geral do que é preciso fazer, você consegue estabelecer suas prioridades. Comece da tarefa mais importante até chegar a menos importante. Você vai se impressionar com a quantidade de coisas que é capaz de fazer em um só dia.
Periodicamente, coloque no papel seus objetivos de médio e longo prazo. Esses planos funcionam como uma carta de navegação, que vai ajudá-lo a manter o foco e a não gastar tempo e energia com o que não é fundamental. Com isso em mente, a cada dia você pode dar um passo a mais em direção à sua realização. Para isso você precisa desenvolver duas características pessoais: seja flexível e esteja preparado para fazer os ajustes que serão inevitáveis ao longo do percurso. Lembre-se que planos são apenas para nos auxiliar e não para nos deixar numa camisa de força. A Bíblia nos recomenda que o homem pode fazer planos, mas a direção certa vem do Senhor.
A terceira é a avaliar. Freqüentemente seus planos devem ser atualizados e, no caminho, muitos objetivos e prioridades acabam sendo descartados. Você avalia melhor quando compreende as circunstâncias e faz uma interpretação realista de cada momento vivido.
A grande pergunta então é: por que é preciso se organizar? Alguém já afirmou que uma forte razão para ter a vida organizada é porque ele gosta do ócio. Quanto mais ele se organiza, mais tempo lhe sobra para ficar em ociosidade. A principal razão para nos organizarmos é que todos nós precisamos de um pouco de ordem na vida. Isso é o que torna nossa existência viável. É isso que fará com que você aproveite bem as oportunidades que a vida lhe oferece.

domingo, 20 de janeiro de 2008

Como enfrentar as pressões do dia-a-dia / Facing daily pressures

Como você enfrenta as pressões do dia-a-dia? Segundo uma pesquisa realizada no Brasil pela International Stress Management Association (Isma-Brasil), 83% das pessoas não podem ser consideradas capazes de suportar pressão. Ainda de acordo com o estudo, 80% desses entrevistados têm mais chances de desenvolver problemas emocionais como depressão e ansiedade; 75% de apresentar sintomas físicos como dores de cabeça e musculares, azia e alergias; e 72% de ter desvios comportamentais como agressividade, passividade e dependência química.
Pesquisas à parte, o fato é que diariamente enfrentamos pressões de toda sorte. Quando o apóstolo Paulo resolveu abrir o coração e desabafar um pouco a respeito das coisas que o inquietavam, ele afirmou: “Mas temos esse tesouro em vasos de barro, para mostrar que este poder que a tudo excede provém de Deus e não de nós. De todos os lados somos pressionados, mas não desanimados; ficamos perplexos, mas não desesperados; somos perseguidos, mas não abandonados; abatidos, mas não destruídos” (2 Coríntios 4.7-9).
As pressões do dia-a-dia interferem diretamente em nosso comportamento. Eduardo Carmello, um consultor do mundo corporativo, argumenta que 80% das pessoas têm suas competências diminuídas ou ocultadas quando passam por situações adversas e não conseguem lidar bem com elas.
O que mais pode causar pressão no dia-a-dia? Diariamente nos deparamos com adversidades que envolvem todos os problemas ligados à enfermidades, violência, acidentes naturais e acidentes provocados. Nos relacionamos com pessoas com problemas, Em todos os lugares há pessoas com problemas de ordem psicológica, psiquiátricas e neurológicas. Enfrentamos a rotina que, embora seja necessária, não pode ser entendida como um fim em si mesma. E ainda estamos sujeitos a tentações. Você não escolhe ser tentado, você escolhe a maneira como enfrenta as tentações. Nem mesmo Jesus ficou livre das tentações.
A primeira constatação que podemos fazer é que as pressões no dia-a-dia provocam estresse. Mas, ao contrário do que muitos pensam, o estresse não é de todo ruim. Estresse pode se transformar numa energia potencial para solucionar problemas, resolver conflitos, atingir metas e alcançar a realização pessoal.
De que maneira as pessoas reagem a situações de estresse? Algumas pessoas têm tendência à resignação. Costuma-se dizer que tais pessoas sofrem da "Síndrome da Gabriela" porque afirmam com freqüência: "eu nasci assim, eu cresci assim, sempre fui assim. Gabriela... Sempre Gabriela...". Outras, têm tendência à reação. O ambiente é que comanda sua satisfação pela vida. Suas reações são reclamar e praguejar, sendo que nem ao menos tomam alguma atitude efetiva para a mudança. A revolta é uma das principais características de comportamento dessas pessoas. A verdade é que poucas pessoas são capazes de suportar situações de estresse.
A capacidade de suportar pressões no dia-a-dia tem recebido um nome: resiliência. O que é a capacidade de resiliência? Resiliência, expressão que no dicionário é definida como a capacidade de um objeto de resistir a choques. Transportada para campo das relações humanas, pode ser traduzida como a capacidade de um indivíduo ir de um extremo ao outro dos seus limites, como se fosse um elástico, sem se romper. Se você não possui essa capacidade, precisa começar a desenvolvê-la rapidamente.
Earle E. Cairns, no livro Cristianismo através dos séculos, conta uma impressionante história de capacidade de suportar pressão. Por volta do ano 203, uma mulher jovem de boa posição chamada Perpétua, que amamentava ainda seu filho recém-nascido, foi martirizada por ter se convertido. Seu martírio foi registrado por Tertuliano. Ela morreu em companhia de dois escravos, Felicidade e Revocato, e outros dois jovens cristãos, chamados Saturnino e Secúndulo.
Quando Perpétua e seus companheiros foram presos, seu pai tentou convencê-la a abandonar a fé e assim salvar a sua vida. Mas ela afirmou que, assim como cada coisa tem seu nome e é inúltil tratar de mudá-lo, ela tinha o nome de cristã e não podia mudá-lo. Felicidade estava grávida, o que fez com que o martírio fosse atrasado até que que dessa à luz a uma menina, que foi adotada por uma irmã na fé. Quando era ofendida pelos carcereiros, Felicidade dizia com simplicidade:
- Agora meus sofrimentos são só meus. Mas quando tiver que enfrentar as bestas haverá outro que viverá em mim, e sofrerá por mim, posto que eu estarei sofrendo por ele.
Os rapazes foram sacrificados primeiro. Saturnino e Revocato morreram rapidamente, mas a Secúndulo, nenhuma fera quis atacá-lo. O javali que soltaram, acabou ferindo um dos soldados em vez de atacar o cristão. O urso negou-se a sair ao seu encontro. Por fim, o próprio Secúndulo anunciou ao carcereiro que um leopardo o mataria com uma só dentada, e assim foi.
Quando chegou a vez de Perpétua e Felicidade, anunciaram que haviam preparado uma vaca furiosa que as chifrasse. Pepétua foi chifrada e jogada para o alto, mas conseguiu levantar-se, ajeitar a roupa e o cabelo para retirar o sinal de luto que a colocaram, afirmando que aquele era um momento feliz em sua vida. Logo foi ao encontro da amiga que estava gravemente ferida, abraçou-a e indagou a todos:
- Onde está a famosa vaca?
Finalmente, as duas se reuniram no centro da arena, despediram-se com o ósculo da paz, aguardando a morte por espada. O carrasco que atacou Perpétua tremia e não conseguia feri-la de morte. Ela teve que tomar a mão do carrasco orientando-o a feri-la na garganta. Nesse ponto da narrativa, Tertuliano comenta: "Talvez o demônio a temesse tanto que não se atrevia matá-la sem que ela o quisesse".

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