O ano de 2012 foi consagrado pelo cinema como o ano do fim do mundo. Entretanto, todas as probabilidades apontam para o fato de que pode ser que isso não aconteça neste ano, não da forma que foi imaginada pelo filme que aborda esse tema. Mas o fato é que a vida tem se tornado cada vez mais difícil, com ondas de crise que afetam setores da economia e até os relacionamentos. Além disso, o noticiário dá conta de catástrofes e fenômenos naturais de proporções nunca vistas anteriormente.
Alguns historiadores e até físicos afirmam que vivemos um novo fenômeno: o da aceleração do tempo. Não é só a impressão de que a vida passa mais depressa. Algo na contagem da temporalidade parece que está em desalinho. Isso tudo faz a gente pensar que estamos realmente próximos do fim de algo que tem orientado as nossas ações e a maneira de entender a vida como ela é.
A ideia da proximidade do fim aponta para uma leitura da Bíblia que pode apresentar equívocos. A associação imediata com a segunda vinda de Cristo, então, é inevitável. Não resta menor dúvida de que o evento escatológico relacionado à revelação de Deus em Cristo é uma promessa bíblica que está para se cumprir, do ponto de vista teológico. Mas particularmente não creio que isso seja motivo para alarme ou pavor. Jesus mesmo alertou para o fato de que é necessário estar preparado em qualquer tempo.
Nesse contexto, surge o Apocalipse, uma mensagem escrita na época em que a comunidade cristã enfrentou uma forte e dura perseguição. Numa primeira leitura, o Apocalipse fala das coisas relacionadas ao fim. Na verdade, todas as lições que encontramos ali apontam para a nossa esperança pelo fim de tudo aquilo que nos corrompe, nos oprime, nos exclui e nos explora.
A palavra Apocalipse vem do grego, que quer dizer “descobrimento”, o mesmo que “tirar o véu”. O livro pertence a um gênero literário especial que surgiu entre os judeus no período do cativeiro babilônico (século IV a.C.) até o século I da era cristã. Era uma literatura marcada por uma acentuada linguagem simbólica, cujo sentido deveria ser buscado diligentemente. Quando se descobria o método e os significados empregados pelo autor, então o sentido se tornava claro. Um dos exemplos dessa literatura é o livro do profeta Daniel, no Antigo Testamento.
A literatura apocalíptica foi característica de um tempo de grande luta para o povo judeu, tanto no cativeiro quanto na luta para se firmar na terra. Um período marcado por provações, sofrimentos e tristeza que se constituíram em um terreno fértil para uma espécie de literatura que salientava a virtude da lealdade, a necessidade da perseverança e a fé na derrota final do inimigo e a consequente vitória do poder de Deus.
O Apocalipse bíblico não deixa de ter essa mesma característica. Era uma literatura para tempos difíceis. Seu autor, o apóstolo João, estava exilado na ilha de Patmos por conta da perseguição empreendida pelo então imperador romano Domiciano, na década de 90 da era cristã. Essa perseguição produziu os mais cruéis cenários de intolerância religiosa que já se pode ter notícia contra cristãos. João, portanto, direciona o livro para as comunidades sobre as quais exercia liderança, todas localizadas na Ásia Menor (hoje Turquia)
O Apocalipse nos convida ao exercício da imaginação. Muitas coisas não conseguimos compreender a respeito da realidade que nos cerca. E provavelmente leve muito tempo para termos uma resposta sobre algumas dúvidas que temos. Em meio ao cenário em que vivia, as visões que João teve durante suas orações servem para nutrir a esperança por um tempo de vitória e o fim de toda a angústia que ele e todo o povo de Deus passavam. Suas visões alimentam sua imaginação e dão sentido à sua vida.
As circunstâncias diziam para João que o poder estava em Roma, mas suas visões apontavam para Jesus. As circunstâncias diziam para João que as ações políticas impedem a ação da igreja, mas suas orações lembravam que o Reino de Deus será consumado. As circunstâncias impediam que João fizesse algo, mas em sua visão ele não estava só.
A interpretação literal é uma grande ameaça à compreensão da mensagem bíblica. A leitura e o estudo do Apocalipse não deve se basear na pergunta: “o que isso significa?” Ele não é um livro para ser decifrado, como se tivesse um código secreto, mas para ser compreendido como uma metáfora. A Bíblia toda nos chama para uma reflexão em que o imaginário, o poético, o lúdico e o simbólico têm papel fundamental. Deve-se estar voltado para a necessidade de se descobrir novas possibilidades para o exercício da esperança e da fé. É possível descobrir que as escrituras existem para nos encorajar a viver conforme os propósitos divinos. Confiar em Deus hoje tem resultados em nosso futuro.
Alguns historiadores e até físicos afirmam que vivemos um novo fenômeno: o da aceleração do tempo. Não é só a impressão de que a vida passa mais depressa. Algo na contagem da temporalidade parece que está em desalinho. Isso tudo faz a gente pensar que estamos realmente próximos do fim de algo que tem orientado as nossas ações e a maneira de entender a vida como ela é.
A ideia da proximidade do fim aponta para uma leitura da Bíblia que pode apresentar equívocos. A associação imediata com a segunda vinda de Cristo, então, é inevitável. Não resta menor dúvida de que o evento escatológico relacionado à revelação de Deus em Cristo é uma promessa bíblica que está para se cumprir, do ponto de vista teológico. Mas particularmente não creio que isso seja motivo para alarme ou pavor. Jesus mesmo alertou para o fato de que é necessário estar preparado em qualquer tempo.
Nesse contexto, surge o Apocalipse, uma mensagem escrita na época em que a comunidade cristã enfrentou uma forte e dura perseguição. Numa primeira leitura, o Apocalipse fala das coisas relacionadas ao fim. Na verdade, todas as lições que encontramos ali apontam para a nossa esperança pelo fim de tudo aquilo que nos corrompe, nos oprime, nos exclui e nos explora.
A palavra Apocalipse vem do grego, que quer dizer “descobrimento”, o mesmo que “tirar o véu”. O livro pertence a um gênero literário especial que surgiu entre os judeus no período do cativeiro babilônico (século IV a.C.) até o século I da era cristã. Era uma literatura marcada por uma acentuada linguagem simbólica, cujo sentido deveria ser buscado diligentemente. Quando se descobria o método e os significados empregados pelo autor, então o sentido se tornava claro. Um dos exemplos dessa literatura é o livro do profeta Daniel, no Antigo Testamento.
A literatura apocalíptica foi característica de um tempo de grande luta para o povo judeu, tanto no cativeiro quanto na luta para se firmar na terra. Um período marcado por provações, sofrimentos e tristeza que se constituíram em um terreno fértil para uma espécie de literatura que salientava a virtude da lealdade, a necessidade da perseverança e a fé na derrota final do inimigo e a consequente vitória do poder de Deus.
O Apocalipse bíblico não deixa de ter essa mesma característica. Era uma literatura para tempos difíceis. Seu autor, o apóstolo João, estava exilado na ilha de Patmos por conta da perseguição empreendida pelo então imperador romano Domiciano, na década de 90 da era cristã. Essa perseguição produziu os mais cruéis cenários de intolerância religiosa que já se pode ter notícia contra cristãos. João, portanto, direciona o livro para as comunidades sobre as quais exercia liderança, todas localizadas na Ásia Menor (hoje Turquia)
O Apocalipse nos convida ao exercício da imaginação. Muitas coisas não conseguimos compreender a respeito da realidade que nos cerca. E provavelmente leve muito tempo para termos uma resposta sobre algumas dúvidas que temos. Em meio ao cenário em que vivia, as visões que João teve durante suas orações servem para nutrir a esperança por um tempo de vitória e o fim de toda a angústia que ele e todo o povo de Deus passavam. Suas visões alimentam sua imaginação e dão sentido à sua vida.
As circunstâncias diziam para João que o poder estava em Roma, mas suas visões apontavam para Jesus. As circunstâncias diziam para João que as ações políticas impedem a ação da igreja, mas suas orações lembravam que o Reino de Deus será consumado. As circunstâncias impediam que João fizesse algo, mas em sua visão ele não estava só.
A interpretação literal é uma grande ameaça à compreensão da mensagem bíblica. A leitura e o estudo do Apocalipse não deve se basear na pergunta: “o que isso significa?” Ele não é um livro para ser decifrado, como se tivesse um código secreto, mas para ser compreendido como uma metáfora. A Bíblia toda nos chama para uma reflexão em que o imaginário, o poético, o lúdico e o simbólico têm papel fundamental. Deve-se estar voltado para a necessidade de se descobrir novas possibilidades para o exercício da esperança e da fé. É possível descobrir que as escrituras existem para nos encorajar a viver conforme os propósitos divinos. Confiar em Deus hoje tem resultados em nosso futuro.
Essa paranoia de buscar calcular o fim do mundo é uma tolice. Mais real é entender que em nossa vida passamos por muitas experiências que parecem "o fim do mundo".
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