quinta-feira, 18 de abril de 2019

O banquete de Jesus na Páscoa / The feast of Jesus at Easter/ El banquete de Jesús en la Pascua


Durante o banquete da última Páscoa de Jesus entre nós, ele reuniu seus discípulos para deixar uma mensagem de vida e de encorajamento. A Páscoa é uma festa judaica que o cristianismo adotou como uma de suas datas mais expressivas. Por ocasião dela, os discursos em torno da compaixão, do perdão, da fraternidade e da esperança se renovam. Quando Jesus pediu que seus discípulos preparassem a última ceia de Páscoa, ele não queria só um banquete, mas chamar seus discípulos a um novo modo de entender sua ação no mundo. E tudo começava a partir da presença de todos em torno da mesa.
O cardápio da última ceia foi certamente comum a uma comunidade de pobres e peregrinos. Não havia tempo para o preparo nem recursos para adquirir muita coisa. Mas foi quando eles estavam em torno dessa mesa simples e pobre que tudo começou a ganhar sentido. Os alimentos eram representativos da condição que viviam. E em meio ao que havia na mesa, Jesus escolheu o pão e o vinho para dizer que eram símbolos de sua vida e missão.
Outro fato que chama a atenção no último banquete de Jesus foi a presença dos comensais. O critério de escolha dos participantes da mesa foi o da inclusão. Ninguém ficou de fora, nem mesmo o traidor. A mesa de Jesus é um espaço de acolhimento em que todos têm lugar. Os que se tornam mais íntimos têm o privilégio de poder recostar sua cabeça nos ombros de Jesus. Já os que carregam consigo a culpa, qualquer palavra lhe soa como acusatória.
O gesto que marcou a preparação para o banquete foi o da humildade do anfitrião. Jesus lavou os pés dos seus discípulos como demonstração do seu amor, um amor que o colocava a serviço do outro. Seu gesto deveria ser visto como sinal de que ele mesmo está pronto a nos atender em nossas necessidades, mas principalmente deveria servir como exemplo para que coloquemos a nossa vida a serviço do próximo. Aquele que nos chama para sua mesa nos intima a servirmos a mesa para um mundo que precisa de afeto e acolhida.
Houve também um discurso naquele banquete. A mensagem ficou marcada pela afirmação do mandamento do amor. Era um novo mandamento, o amor que tem em Jesus seu maior praticante. Amar uns aos outros não é amar a quem nos ama, mas amar como Jesus nos amou.
Mas na última ceia houve também um apelo em favor dos lugares vazios naquela sala. Jesus lembrou que seu sangue seria derramado por muitos para perdão dos pecados. Jesus lembrou-se dos excluídos, dos desprezados do mundo, daqueles que estão de fora. Há muitos que precisam ser convidados ao banquete de Jesus, para tomar parte de sua comunhão e receber a dádiva de sua obra redentora.
A mesa de Jesus não tinha só pão e vinho. Tinha também solidariedade, disposição de servir, acolhida e justiça. Jesus à mesa com seus discípulos representa um chamado a um deslocamento para o lugar do outro. A ceia, portanto, é um dos símbolos da Páscoa de Jesus, tão grande quanto a sua morte de cruz e sua ressurreição. Foi aquele banquete de Jesus com seus discípulos que deu início a toda sequência dos episódios pascais lembrados pelos cristãos. Se quisermos comemorar a Páscoa de Jesus dignamente, lembremos que estar em torno da mesa tem um sentido missional, de fazermos um deslocamento para o lugar daqueles que necessitam desse amor que serve.

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