Estamos
diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a
humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez
mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes
perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no
meio da uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma
família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar
forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela
natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura
da paz.
Não temos o direito de ficar omissos diante do último
Relatório sobre o Estado do Clima, divulgado em março de 2024 pela Organização
Mundial do Clima, que aponta que o ano de 2023 foi o ano mais quente nos
últimos dois séculos, ultrapassando em 1,45°C a temperatura de 1860, que serve
de base referencial para a medição das mudanças climáticas. Essa informação
acende o alerta vermelho em todo o planeta, pois antecipa a meta prevista de
1,5°C prevista pelo acordo de Paris para 2050.
Isso me leva a pensar que talvez sejamos uma das últimas
gerações a desfrutar da vida nas condições atuais. A penúltima, para ser mais
exato, segundo Mário Prata, escritor e dramaturgo brasileiro. Em uma crônica
publicada em 21 de setembro de 2024 no jornal A Folha de São Paulo, Mário Prata analisou as projeções para o
aumento da temperatura do planeta até o fim do século XXI.
Segundo o principal climatologista do Brasil Carlos Afonso
Nobre, em recente artigo publicado na Internet, se ultrapassar os 2,5°C de
temperatura até o final do século, o Pantanal e a Amazônia desaparecerão, a
camada polar do Ártico se derreterá e uma grande quantidade de gases do efeito
estufa será emitida, inviabilizando a vida nos grandes biomas. Se não formos
capazes de refrear a atual escalada do aquecimento global, o mundo entrará em
colapso. O artigo foi publicado em 13 de setembro de 2024, no canal Ecoa, do
portal de notícias Uol.
O sentido de urgência também deve chegar à Teologia, a fim
de apresentar caminhos para ação cristã no mundo em cooperação com as muitas
outras linhas de ação para se tentar reverter essa tendência. Quando Paulo diz
que a criação geme, isso inclui o nosso próprio gemido e também o gemido do
Espírito Santo que nos interpela a nos tornarmos agentes de transformação da
mentalidade do mundo com a mensagem do evangelho. Como cristãos e cristãs,
somos aqueles que podem fazer algo nesse sentido, sensíveis à voz do Espírito e
às muitas vozes da Criação e das principais vítimas das mudanças climáticas.
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