A humanidade mudou seus paradigmas. O desenvolvimento tecnológico a que se chegou cria uma falsa idéia de progresso e de melhoria da vida humana. Na verdade, convivemos com quadros que são antagônicos: ao mesmo tempo em que temos equipamentos com tecnologias avançadas, assistimos ao aperfeiçoamento das máquinas de guerra; ao mesmo tempo que a humanidade avança na pesquisa científica sobre a origem da vida, não encontra solução para os graves problemas que a afligem, como a fome, a aids; temos uma concentração de poder econômico e político, mas que não são capazes de evitar catástrofes provocadas pelas forças da natureza de sempre, como maremotos, furacões; desenvolvemos a capacidade de pesquisar o espaço e manipular a vida, mas não somos capazes de controlar a violência, a criminalidade, a corrupção.
Isso tudo aponta para o fato de que o progresso que a humanidade tem experimentado não tem sido suficiente para mudar o coração humano. O que verificamos é o desenvolvimento de uma ambigüidade em que, ao mesmo tempo em que afirmamos nossa autonomia, descobrimos que há algo que falta para nos afirmamos como pessoas.
Assistimos à fragmentação e à descontinuidade de toda a forma de consciência: a consciência nacional dá lugar à globalização; a consciência de sujeito autônomo cede lugar para a desconstrução da individualidade. A experiência humana se reduz ao instante vivido, à cultura do fast-food, do self-service, sem sentido de continuidade e de memória histórica. Perderam-se os referenciais de valores e crenças. O impacto do instantâneo ocupou o lugar do profundo, o apego ao descartável permite que identidades sejam adotadas ou rejeitadas como uma troca de roupa. Uma ideologia de consumo domina a realidade de tal modo que o que mais importa é a imagem pública que se tem de si mesmo. A busca de gratificação, prazer e realização individual é o ideal supremo. A opinião pública substitui a interpretação religiosa e a ética com informações precisas, instantâneas, diretas e objetivas. O que tem aparência real está acima do bem e do mal.
As regras que prevalecem têm a ver com o bem-estar e não mais as que apontam para a necessidade de sacrificar os próprios interesses por causa do outro.
Essa maneira de pensar, em vez de considerar a fraqueza humana, pressupõe a capacidade infinita de realização, atribuindo valor extremo a uma vida de prosperidade e sucesso organizada em torno de padrões de consumo.
Não há mais lugar para uma devoção pietista, voltada para a reconciliação do pecador e da promoção de uma vida de privações e de ideais ascéticos. Os exemplos de santos e profetas não estão mais em piedosos religiosos, mas naqueles que conseguiram transformar a vida numa grande acumulação e intensificação do consumo. Essa contradição dá lugar a uma resposta radical, contrária a essa tendência da sociedade de consumo. O fundamentalismo religioso se levanta como uma voz possível diante da fragmentação e da diversidade.
Essa condição que a humanidade se encontra exige clama por um cristianismo adulto, que possa assumir a ausência de Deus e viver, ao mesmo tempo, a fé em Jesus Cristo que participa do sofrimento de Deus no mundo. Se a crença em Deus perdeu sentido, não cabe aos cristãos tentarem frear o processo de maturidade do mundo. Antes, precisamos viver a realidade do homem contemporâneo sem perder o núcleo original de nossa fé, o testemunho de Jesus Cristo, constantemente reinterpretado à luz das condições históricas.
A decisão que a igreja precisa tomar hoje é de ser portadora da nova de que Deus não está ausente da vida humana, mas que é um sujeito que nos vê, de forma silenciosa e discreta, face a face. A mensagem da igreja deve ser capaz de despertar ainda o desejo de Deus, que reafirme o testemunho de Jesus Cristo, o Deus impregnado do humano, que tem compaixão desse homem que vive uma situação histórica que se atualiza constantemente. A pergunta deve ser: de que maneira a mensagem de Cristo se faz relevante hoje? A resposta tem a ver com o modo como Cristo toma forma no mundo, na vida e na comunhão da igreja, fundada em uma fé comprometida com Cristo e com o mundo, sem se mostrar arrogante, e que aponta o caminho viável.
Assistimos à fragmentação e à descontinuidade de toda a forma de consciência: a consciência nacional dá lugar à globalização; a consciência de sujeito autônomo cede lugar para a desconstrução da individualidade. A experiência humana se reduz ao instante vivido, à cultura do fast-food, do self-service, sem sentido de continuidade e de memória histórica. Perderam-se os referenciais de valores e crenças. O impacto do instantâneo ocupou o lugar do profundo, o apego ao descartável permite que identidades sejam adotadas ou rejeitadas como uma troca de roupa. Uma ideologia de consumo domina a realidade de tal modo que o que mais importa é a imagem pública que se tem de si mesmo. A busca de gratificação, prazer e realização individual é o ideal supremo. A opinião pública substitui a interpretação religiosa e a ética com informações precisas, instantâneas, diretas e objetivas. O que tem aparência real está acima do bem e do mal.
As regras que prevalecem têm a ver com o bem-estar e não mais as que apontam para a necessidade de sacrificar os próprios interesses por causa do outro.
Essa maneira de pensar, em vez de considerar a fraqueza humana, pressupõe a capacidade infinita de realização, atribuindo valor extremo a uma vida de prosperidade e sucesso organizada em torno de padrões de consumo.
Não há mais lugar para uma devoção pietista, voltada para a reconciliação do pecador e da promoção de uma vida de privações e de ideais ascéticos. Os exemplos de santos e profetas não estão mais em piedosos religiosos, mas naqueles que conseguiram transformar a vida numa grande acumulação e intensificação do consumo. Essa contradição dá lugar a uma resposta radical, contrária a essa tendência da sociedade de consumo. O fundamentalismo religioso se levanta como uma voz possível diante da fragmentação e da diversidade.
Essa condição que a humanidade se encontra exige clama por um cristianismo adulto, que possa assumir a ausência de Deus e viver, ao mesmo tempo, a fé em Jesus Cristo que participa do sofrimento de Deus no mundo. Se a crença em Deus perdeu sentido, não cabe aos cristãos tentarem frear o processo de maturidade do mundo. Antes, precisamos viver a realidade do homem contemporâneo sem perder o núcleo original de nossa fé, o testemunho de Jesus Cristo, constantemente reinterpretado à luz das condições históricas.
A decisão que a igreja precisa tomar hoje é de ser portadora da nova de que Deus não está ausente da vida humana, mas que é um sujeito que nos vê, de forma silenciosa e discreta, face a face. A mensagem da igreja deve ser capaz de despertar ainda o desejo de Deus, que reafirme o testemunho de Jesus Cristo, o Deus impregnado do humano, que tem compaixão desse homem que vive uma situação histórica que se atualiza constantemente. A pergunta deve ser: de que maneira a mensagem de Cristo se faz relevante hoje? A resposta tem a ver com o modo como Cristo toma forma no mundo, na vida e na comunhão da igreja, fundada em uma fé comprometida com Cristo e com o mundo, sem se mostrar arrogante, e que aponta o caminho viável.
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