O fenômeno religioso é resultado do encontro do homem com o sagrado. Por mais que se tente subestimar o valor do elemento religioso em sua dimensão experiencial, não se pode negar que é próprio do humano ter uma abertura para o transcendente, para algo que está além de si, que se constitui de valores ligados ao que é precioso, inviolável e respeitável. Podemos associar esse campo em que se dá a experiência religiosa como do sagrado, conforme a categoria definida por Rudolf Otto, em O Sagrado, como um elemento ou momento que foge ao racional, sendo algo impronunciável, indizível ou mesmo inefável, na medida em que foge completamente de uma compreensão conceitual, a que chama de “numinoso”. Otto chega a reconhecer que o reformador João Calvino já falava de uma percepção de Deus como uma dimensão santa, uma categoria de interpretação e de valoração que possa abranger esse algo mais e suas derivações.
O que podemos chamar de sagrado, portanto, é aquilo que promove uma ruptura entre o natural e o sobrenatural, que remete a uma potência que gera o espanto, o maravilhoso, o mistério, o desejo e o temor. O sagrado está na dimensão do simbólico e estabelece uma relação de vínculos que podem resultar em simpatia ou repulsa, atração ou rejeição, autoridade ou submissão, devoção ou temor, amor ou ódio.
A religião é fundadora dessa noção de espaço, de tempo e de valores sagrados, a partir dos quais se dá a experiência de encontro, de ligamento e de releitura da realidade circundante. O que se pode ver, com isso, é que a religião é muito mais do que uma questão de escolha pessoal. Trata-se de um sistema complexo e fascinante que tem marcado a história da humanidade desde seus primórdios. É uma experiência humana que se manifesta culturalmente e se atualiza à medida da própria experiência humana. É assim porque temos diante de nós sempre a pergunta pelo sentido da vida, pelo fim último de nossa existência. Se o homem não encontra em Deus o fundamento último de sua existência, tende a adotar outros absolutos e a fazê-lo conforme a sua imagem e semelhança. Do contrário, mergulha no desespero e no vazio existencial.
Voltando à questão simbólica, é no espaço da experiência de liberdade e possibilidade de transcender, de um para além de si mesmo, que o homem pode se realizar. Entretanto, é naquilo que se mostra nas relações da experiência humana que se verifica que toda a liberdade e transcendência são relativas, limitadas e condicionadas. Toda a realização se dá na dimensão da representação simbólica, como um espaço onde se afirma a pretensão do conhecimento da verdade, a consciência do bem e a noção do valor pessoal de si e dos outros. Quando nos damos conta da ambiguidade dessa dinâmica – de um ser marcado pela liberdade, mas também pelo determinismo; pela transcendência, mas também pela contingência; pela eternidade, mas também pela finitude – é que construímos nossas relações. A necessidade de superar suas próprias limitações leva à busca de direção, de um para onde a vida se encaminha, que pode encontrar em Deus o fundamento último de sentido.
Dizer que o fenômeno religioso deixou de existir ou que perdeu a sua força, por conta do secularismo, do desencantamento do mundo e do pluralismo, é algo que precisa ser repensado. Diante da força da indústria cultural, para usar um termo de Adorno e Horkheimer, em Dialética do Esclarecimento. a religião emerge hoje como um negócio e como uma mercadoria, destinada a legitimar uma ideologia que orienta a relação simbólica com o sagrado e a busca de soluções imediatas para o sofrimento humano. Afinal, vivemos a época em que se valoriza a infinita capacidade de realização humana, que alguns têm chamado de pós-modernidade. Uma época em que se rejeita a ideia da tradição religiosa que enfatizava a fraqueza humana, para dar lugar à possibilidade de uma vida de sucesso e de prosperidade, em torno de um dever de consumo contrário ao sentimento pietista de privações e de ideal ascético.
A religião da pós-modernidade proclama que a pessoa pode conseguir essa vida de sucesso e prosperidade e ainda apresenta um resumo de como se deve fazer para consegui-la. E isso porque os homens e mulheres pós-modernos precisam de algo que os ajude a superar o sentimento de incerteza diante de um mundo fragmentado, que lhes rouba a segurança e põe em risco a sua identidade. Precisam do elemento mágico que transforme incerteza em autossegurança, que aponte caminhos para a restauração da personalidade, reelaborado de uma forma que encante, que seduza e que convença de que se está diante da experiência do sagrado. Ficam de lado, com isso, o sentimento de pertença e o sentido de vida em comunidade. Com isso, esse fenômeno continua vivo e presente na vida humana, redefinindo as formas de se relacionar com a religião instituída.
O que podemos chamar de sagrado, portanto, é aquilo que promove uma ruptura entre o natural e o sobrenatural, que remete a uma potência que gera o espanto, o maravilhoso, o mistério, o desejo e o temor. O sagrado está na dimensão do simbólico e estabelece uma relação de vínculos que podem resultar em simpatia ou repulsa, atração ou rejeição, autoridade ou submissão, devoção ou temor, amor ou ódio.
A religião é fundadora dessa noção de espaço, de tempo e de valores sagrados, a partir dos quais se dá a experiência de encontro, de ligamento e de releitura da realidade circundante. O que se pode ver, com isso, é que a religião é muito mais do que uma questão de escolha pessoal. Trata-se de um sistema complexo e fascinante que tem marcado a história da humanidade desde seus primórdios. É uma experiência humana que se manifesta culturalmente e se atualiza à medida da própria experiência humana. É assim porque temos diante de nós sempre a pergunta pelo sentido da vida, pelo fim último de nossa existência. Se o homem não encontra em Deus o fundamento último de sua existência, tende a adotar outros absolutos e a fazê-lo conforme a sua imagem e semelhança. Do contrário, mergulha no desespero e no vazio existencial.
Voltando à questão simbólica, é no espaço da experiência de liberdade e possibilidade de transcender, de um para além de si mesmo, que o homem pode se realizar. Entretanto, é naquilo que se mostra nas relações da experiência humana que se verifica que toda a liberdade e transcendência são relativas, limitadas e condicionadas. Toda a realização se dá na dimensão da representação simbólica, como um espaço onde se afirma a pretensão do conhecimento da verdade, a consciência do bem e a noção do valor pessoal de si e dos outros. Quando nos damos conta da ambiguidade dessa dinâmica – de um ser marcado pela liberdade, mas também pelo determinismo; pela transcendência, mas também pela contingência; pela eternidade, mas também pela finitude – é que construímos nossas relações. A necessidade de superar suas próprias limitações leva à busca de direção, de um para onde a vida se encaminha, que pode encontrar em Deus o fundamento último de sentido.
Dizer que o fenômeno religioso deixou de existir ou que perdeu a sua força, por conta do secularismo, do desencantamento do mundo e do pluralismo, é algo que precisa ser repensado. Diante da força da indústria cultural, para usar um termo de Adorno e Horkheimer, em Dialética do Esclarecimento. a religião emerge hoje como um negócio e como uma mercadoria, destinada a legitimar uma ideologia que orienta a relação simbólica com o sagrado e a busca de soluções imediatas para o sofrimento humano. Afinal, vivemos a época em que se valoriza a infinita capacidade de realização humana, que alguns têm chamado de pós-modernidade. Uma época em que se rejeita a ideia da tradição religiosa que enfatizava a fraqueza humana, para dar lugar à possibilidade de uma vida de sucesso e de prosperidade, em torno de um dever de consumo contrário ao sentimento pietista de privações e de ideal ascético.
A religião da pós-modernidade proclama que a pessoa pode conseguir essa vida de sucesso e prosperidade e ainda apresenta um resumo de como se deve fazer para consegui-la. E isso porque os homens e mulheres pós-modernos precisam de algo que os ajude a superar o sentimento de incerteza diante de um mundo fragmentado, que lhes rouba a segurança e põe em risco a sua identidade. Precisam do elemento mágico que transforme incerteza em autossegurança, que aponte caminhos para a restauração da personalidade, reelaborado de uma forma que encante, que seduza e que convença de que se está diante da experiência do sagrado. Ficam de lado, com isso, o sentimento de pertença e o sentido de vida em comunidade. Com isso, esse fenômeno continua vivo e presente na vida humana, redefinindo as formas de se relacionar com a religião instituída.
Pastor Irenio, graça e paz. Tive o privilegio de participara do encontro de pastores e lideres na igreja batista aqui em João pessoa, onde o Senhor esteve ministrando, gostei muito.Parabéns, Deus continue lhe abençoando, quando possível visite meu blog www.pastorcicero.blogspot.com . Ja encontro-me finalizando a leitura de crescer e aparecer é ótimo.
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