Um dos fatos que tem chamado a atenção de pesquisadores é o aumento vertiginoso do uso dos sites de relacionamento social, as redes sociais como orkut, facebook e twitter. Para muitos, isso é resultado de uma busca natural por relacionamentos. O ser humano é, por natureza, um animal social, como reconheceu Aristóteles. O problema é que o relacionamento virtual pode até solucionar a necessidade de se fazer conexões com outras pessoas, mas não supre a necessidade de relacionamentos profundos e sinceros. O resultado é que vivemos num mundo em que há bilhões de pessoas que sofrem de solidão. Cada vez mais, as pessoas precisam permanecer plugadas para diminuírem os efeitos nocivos da solidão em que estão imersas.
A solidão é um estado emocional provocado pelo sentimento de ausência e abandono, relacionado a uma diversidade de fatores que envolvem valores, experiências e sentimentos que a pessoa carrega consigo, que acaba por orientar a sua percepção acerca do seu mundo exterior. É diferente do que se pode chamar de “solitude”, a experiência de silêncio e reclusão, muitas vezes encontrada na vida religiosa ou nas atividades criativas. Muitas das grandes realizações humanas – na poesia, nas artes, nas ciências – aconteceram em meio a momentos de quietude e isolamento.
A solidão é a principal causa de infelicidade para cerca de 20% das pessoas em geral. Uma em cada cinco pessoas sofre de solidão. Isso pode ser a causa de muitos problemas de saúde, como hipertensão, problemas cardiológicos, obesidade e baixa imunidade. A solidão pode provocar também um vazio existencial, em que a vida não faz mais sentido. O fato é que passamos 80% de nossa vida em companhia de pessoas. Fazer parte de um grupo social, ter amigos, viver em comunidade é uma necessidade humana, de tal modo que a solidão se constitui em um alerta para que evitemos o isolamento. Mesmo assim, muitos estão solitários em suas próprias casas ou até cercados por uma multidão de pessoas no trabalho, na escola, nas ruas, e até na igreja. O que provoca a solidão são mecanismos de defesa relacionados a uma atitude narcisista, à projeção que nos leva a remeter aquilo que não desejamos para o outro e até mesmo à crença de que precisamos de alguém para nos completar. Ou seja, tem mais a ver com a nossa personalidade do que com a forma como somos tratados.
O melhor remédio contra a solidão é a comunhão. A origem da palavra vem do latim communio, aqueles que têm o mesmo munus, a mesma tarefa, a mesma responsabilidade, o mesmo empenho de cuidar uns dos outros. Os primeiros seguidores de Jesus levaram a comunhão tão a sério que todos tinham tudo em comum. O Novo Testamento, ao descrever a comunhão dos primeiros cristãos, usa a palavra grega koinonia, que se refere a um relacionamento mútuo, que pode ser entendido como companheirismo.
Dietrich Bonhoeffer lembra, no seu livro Vida em comunhão, alguns aspectos que envolvem a relação entre comunhão e solidão. Para ele, é na solidão que se descobre o valor da comunhão. E alerta: “Àquele que não consegue ficar sozinho, que tome cuidado com a comunidade... Àquele que não está na comunidade, que tome cuidado ao ficar sozinho... Cada situação apresenta ciladas e riscos profundos. Aquele que deseja comunhão sem solitude mergulha num vazio de palavras e sentimentos e aquele que procura a solitude sem a comunhão perece no abismo da vaidade, do narcisismo e do desespero.”
Para Bonheffer, “é preciso destronar os ídolos da comunidade que criamos a partir de nossa memória ou teoria”. Toda pessoa traz consigo uma ideia bem definida de como deve ser a comunhão e se empenha por colocá-la em prática. Porém, para que a comunhão autêntica seja realizada, é preciso deixar de lado todo tipo de ideia pré-concebida e toda a fantasia para dar lugar ao princípio cristão da comunhão. Ele diz ainda em uma das cartas da prisão, ao experimentar o abandono e o desprezo dos campos de concentração: “Corre-se o perigo de esquecer que a comunhão dos irmãos crentes é um presente gracioso de Deus, presente esse que nos pode ser tirado a qualquer hora.”
Num tempo em que as pessoas se tornaram indiferentes à mensagem cristã, a comunhão possui uma riqueza de possibilidades que não podem ser desprezadas. Jesus entendeu que o melhor espaço para se viver em comunhão é a comunidade daqueles que vivenciam na prática os seus ensinos. Esse é o conceito bíblico de ser igreja. A vida em comunhão remete à noção de comunidade. A igreja é o lugar em que as pessoas têm o compromisso de se empenhar para viver em comunhão, com todos os riscos que isso implica. Nem sempre é assim. Afinal, não existe a igreja perfeita. Estamos todos em processo de construção. Rick Warren afirmou: “Quanto mais rápido renunciarmos à ilusão de que uma igreja deve ser perfeita para que a amemos, mais rápido deixaremos de fingir e admitiremos que somos todos imperfeitos e precisamos da graça. Esse é o início da verdadeira comunidade! Toda igreja deveria afixar uma placa: ‘Pessoas perfeitas não precisam entrar. Este lugar é somente para os que admitem ser pecadores...’”
A solidão é um estado emocional provocado pelo sentimento de ausência e abandono, relacionado a uma diversidade de fatores que envolvem valores, experiências e sentimentos que a pessoa carrega consigo, que acaba por orientar a sua percepção acerca do seu mundo exterior. É diferente do que se pode chamar de “solitude”, a experiência de silêncio e reclusão, muitas vezes encontrada na vida religiosa ou nas atividades criativas. Muitas das grandes realizações humanas – na poesia, nas artes, nas ciências – aconteceram em meio a momentos de quietude e isolamento.
A solidão é a principal causa de infelicidade para cerca de 20% das pessoas em geral. Uma em cada cinco pessoas sofre de solidão. Isso pode ser a causa de muitos problemas de saúde, como hipertensão, problemas cardiológicos, obesidade e baixa imunidade. A solidão pode provocar também um vazio existencial, em que a vida não faz mais sentido. O fato é que passamos 80% de nossa vida em companhia de pessoas. Fazer parte de um grupo social, ter amigos, viver em comunidade é uma necessidade humana, de tal modo que a solidão se constitui em um alerta para que evitemos o isolamento. Mesmo assim, muitos estão solitários em suas próprias casas ou até cercados por uma multidão de pessoas no trabalho, na escola, nas ruas, e até na igreja. O que provoca a solidão são mecanismos de defesa relacionados a uma atitude narcisista, à projeção que nos leva a remeter aquilo que não desejamos para o outro e até mesmo à crença de que precisamos de alguém para nos completar. Ou seja, tem mais a ver com a nossa personalidade do que com a forma como somos tratados.
O melhor remédio contra a solidão é a comunhão. A origem da palavra vem do latim communio, aqueles que têm o mesmo munus, a mesma tarefa, a mesma responsabilidade, o mesmo empenho de cuidar uns dos outros. Os primeiros seguidores de Jesus levaram a comunhão tão a sério que todos tinham tudo em comum. O Novo Testamento, ao descrever a comunhão dos primeiros cristãos, usa a palavra grega koinonia, que se refere a um relacionamento mútuo, que pode ser entendido como companheirismo.
Dietrich Bonhoeffer lembra, no seu livro Vida em comunhão, alguns aspectos que envolvem a relação entre comunhão e solidão. Para ele, é na solidão que se descobre o valor da comunhão. E alerta: “Àquele que não consegue ficar sozinho, que tome cuidado com a comunidade... Àquele que não está na comunidade, que tome cuidado ao ficar sozinho... Cada situação apresenta ciladas e riscos profundos. Aquele que deseja comunhão sem solitude mergulha num vazio de palavras e sentimentos e aquele que procura a solitude sem a comunhão perece no abismo da vaidade, do narcisismo e do desespero.”
Para Bonheffer, “é preciso destronar os ídolos da comunidade que criamos a partir de nossa memória ou teoria”. Toda pessoa traz consigo uma ideia bem definida de como deve ser a comunhão e se empenha por colocá-la em prática. Porém, para que a comunhão autêntica seja realizada, é preciso deixar de lado todo tipo de ideia pré-concebida e toda a fantasia para dar lugar ao princípio cristão da comunhão. Ele diz ainda em uma das cartas da prisão, ao experimentar o abandono e o desprezo dos campos de concentração: “Corre-se o perigo de esquecer que a comunhão dos irmãos crentes é um presente gracioso de Deus, presente esse que nos pode ser tirado a qualquer hora.”
Num tempo em que as pessoas se tornaram indiferentes à mensagem cristã, a comunhão possui uma riqueza de possibilidades que não podem ser desprezadas. Jesus entendeu que o melhor espaço para se viver em comunhão é a comunidade daqueles que vivenciam na prática os seus ensinos. Esse é o conceito bíblico de ser igreja. A vida em comunhão remete à noção de comunidade. A igreja é o lugar em que as pessoas têm o compromisso de se empenhar para viver em comunhão, com todos os riscos que isso implica. Nem sempre é assim. Afinal, não existe a igreja perfeita. Estamos todos em processo de construção. Rick Warren afirmou: “Quanto mais rápido renunciarmos à ilusão de que uma igreja deve ser perfeita para que a amemos, mais rápido deixaremos de fingir e admitiremos que somos todos imperfeitos e precisamos da graça. Esse é o início da verdadeira comunidade! Toda igreja deveria afixar uma placa: ‘Pessoas perfeitas não precisam entrar. Este lugar é somente para os que admitem ser pecadores...’”
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