Os protestos contra a indicação do
pastor evangélico Marco Feliciano à presidência da Comissão de Direitos Humanos
da Câmara dos Deputados traz à tona a discussão em torno de um tema que envolve
a relação com as liberdades individuais: questão dos direitos das minorias. A
própria indicação em si já é resultado de uma manobra que está longe de
interessar a quem luta pelos direitos universais do homem, quanto mais às
minorias. Acho até que haverá muita dificuldade para encontrar um nome de
consenso dentro da própria comissão – e da composição atual do
parlamento brasileiro – para estar à frente da pasta.
Pelo fato de ser pastor e estar à frente
de um movimento oriundo no seio do protestantismo, Marco Feliciano supostamente
teria tudo para responder ao cargo. Afinal, a função pastoral é de ajudar as
pessoas a governarem bem a sua vida de tal maneira que encontrem sua realização
plena. Além disso, a luta pelos direitos humanos, pela tolerância e pela
liberdade de expressão nasceu em um contexto peculiar ao movimento da reforma
protestante e se tornou sua bandeira de luta na Modernidade. Há também que se
falar no apelo cristão e evangélico – do Evangelho mesmo – à liberdade, ao
respeito aos valores humanos e à fraternidade.
O que se vê, no entanto, é que o pastor
Marco Feliciano carrega consigo um rastro de preconceitos e intolerâncias que
estão completamente em oposição à história da igreja evangélica no mundo e ao
cerne da mensagem cristã. E o pior disso tudo é que não há como ele se dar
conta disso, pois está inserido no contexto de uma teologia triunfalista e
ufanista, herdeira de uma cultura de culpabilização, que constitui hoje a
teologia evangélica praticada no Brasil, notadamente a que faz uso dos meios de
comunicação de massa e arrasta multidões aos seus templos.
O resultado é um desastre: as minorias
lideradas por um patrulhamento ideológico, consequência da intolerância e
preconceito, combatem a pessoa de Marco Feliciano com mais intolerância e
preconceito. Não, ele não é inocente e nem é a pessoa indicada para o cargo.
Sua indicação é prova do fracasso da sociedade politicamente organizada que não
dispõe de melhores exemplos de luta pela defesa dos direitos humanos. Essa luta
é que não é pessoal. Ele é de toda a sociedade. Não basta que celebridades
midiáticas chamem o pastor de “monstro”. Monstruoso é ver que chegamos a um ponto
de saturação da tolerância em que não dá mais para se tolerar, pois aqueles que
tinham o dever de fazê-lo são os mais intolerantes.
Isso abre um caminho perigoso: não dá
para aceitar o pastor intolerante e preconceituoso na Comissão de Direitos
Humanos, mas dá para se silenciar diante da nomeação de um acusado de corrupção
para a Comissão de Finanças, um acusado de fraude na Comissão de Justiça e um acusado
de desmatamento na Comissão de Meio Ambiente. O caminho dessa nova moralidade é
que é perigoso, que diz o que pode e o que não pode na vida pública como se
isso fosse numa troca, que permite que alguns erros sejam intoleráveis e outros
aceitos com mais passividade. E como se faz essa distinção? Pela intensidade do
grito, pelo patrulhamento e pela execração da figura pública nas redes sociais,
abaixo-assinados e outros.
A indicação de Marco Feliciano para a
Comissão de Direitos Humanos é um absurdo. Por trás disso está a figura de um
pastor que deveria ser um exemplo e testemunha do amor de Jesus a todas as
criaturas. Está também o retrato de uma sociedade errante que não tem quem a
guie como um pastor. Quando a sociedade começa a questionar com razão aqueles
que têm o dever de guiá-la, é hora de chorar. Fracassamos na nossa missão.
TENHO LIDO VARIOS ARTIGOS SOBRE ESSA ASSUNTO QUE É MUITO SERIO PARA NÓS QUE SOMOS SERVOS DE DEUS NESSE PAIS INCREDULO. OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO JÁ ESTÃO DETONANDO O PASTOR MARCO. COM CERTEZA O O PASTOR MENOS PRECISA NO MOMENTO É QUE O SEGUIMENTO EVANGELICO DO QUAL ELE PERTENCE FIZESSE TAMBEM O MESMO. VEJO COMO IMPRUDENTE NÃO APOIA-LO NA HORA EM QUE ELE MAIS PRECISA. ELE PODE TER COMETIDO ALGUMAS FALHAS. COM CERTEZA MAIS SERÁ MOTIVOS DOS PROPRIOS PARES DETONA-LO COMO FAZEM OS IMPIOS. VEJO NO PASTOR MESMO DISCORDANDO EM ALGUNS PONTO DELE, UMA VOZ A FAVOR DA PALAVRA DE DEUS NAQUELE LUGAR ONDE O PECADO SUPERABUNDOU. SERÁ QUE SÓ ISSO NÃO SERIA MOTIVO DOS CRISTÃOS ESTAREM ORANDO PARA QUE SUA VOZ IMPEDISSE O CRESCIMENTO DAQUELES QUE DESEJAM BOTAR EM NOSSA GUELA ABAIXO QUE CASAMENTO DO MESMO SEXO É ALGO NORMAL. QUEM SABE DEUS ESTÁ USANDO A VOZ DO PASTOR MARCO PARA CALAR A VOZ DOS IMPIOS.
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