João Batista testemunhou que “Ninguém jamais viu a Deus, mas o Deus
Unigênito, que está junto do Pai, o tornou conhecido” (João 1.18). Em sua carta aos Colossenses,
Paulo afirmou que “Ele é a imagem do Deus invisível [...]” (Colossenses 1.15). Essa definição está em
sintonia com o que Jesus falou a respeito de si nos evangelhos. Ele disse aos
discípulos: “Se vocês realmente me conhecessem, conheceriam também o meu Pai [...]” (João 14.7). E disse às multidões: “[...] Ninguém
conhece o Filho a não ser o Pai, e ninguém conhece o Pai a não ser o Filho e
aqueles a quem o Filho o quiser revelar” (Mateus 11.27).
O simbólico é a dimensão das representações, a forma como expressamos
o que está em nosso imaginário. De acordo com a gramaticalidade, a ideia de
simbólico vem de symbolos, palavra
formada por dois radicais gregos: o prefixo sym-,
que traz a ideia de síntese, de união, e bolos,
que lembra a ideia de arremessar e de lançar. O simbólico tem a ver com os
sentidos que atribuímos a tudo o que diz respeito à nossa existência, que nos
aproxima do conhecimento e da realidade. Leonardo Boff, no livro A águia e a galinha, lembra que isso
difere do diabólico, que é o que nos afasta. A diferença está no uso do prefixo
dia-, que quer tem a ideia de um
movimento, com o sentido de “através de”. O diabólico tem a ver com o separa,
nos afasta e desagrega.
O simbólico, portanto, confere sentido à nossa existência,
enquanto que o diabólico causa impedimentos à nossa realização, como uma
rejeição, resistência ou negação ao que nos constitui como pessoas. Todos nós
carregamos essa capacidade tanto de construir e agregar valor à nossa
existência quanto de descontruir e de destruir. Temos em nós tanto o sentido da
vida quanto da morte, o que nos dá esperança e o que nos causa medo, o que nos
fortalece e o que nos ameaça. Vagueamos o tempo todo entre o simbólico e o
diabólico.
Jesus desenvolveu atitudes que fortalecem uma compreensão de
Deus que tem a ver com a ideia de um Pai amoroso que se importa com as
condições de vida de toda a criação, que faz justiça aos mais vulneráveis e que
nos interpela a uma vida mais solidária. Ele procurou viver de um modo que fosse
uma expressão do cuidado de Deus por toda a criação, demonstrou a justiça de
Deus, expressou o amor de Deus através de suas atitudes e encorajou a vida de
comunhão entre todos e todas que atraiu para si.
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