Nos dias atuais, assistimos a biodiversidade ser perdida em velocidade nunca vista antes. O futuro de nossas crianças e jovens está ameaçado pelas consequências das mudanças climáticas. É urgente que haja uma mudança de mentalidade a fim de que haja tratamento justo na distribuição de oportunidades entre todas as criaturas. A Justiça nos chama a uma conversão de natureza ecológica. À medida que nos juntarmos a esse rio poderoso de Justiça e Paz criamos esperança de um mundo melhor para todos e todas.
Para reverter o atual cenário da
crise ambiental, as ações individuais não são suficientes, embora
imprescindíveis. Precisamos de um poderoso movimento de Justiça, aliada à Paz,
a fim de cobrar as ações de governos e do setor produtivo por mudanças. Esses são
os principais responsáveis pela emissão dos gases poluentes e de resíduos que
são lançados na natureza, bem como pelas políticas públicas que envolvem a
preservação do meio ambiente.
A Justiça ambiental, que também é
social, climática, hídrica e alimentar, envolve o pagamento de dívidas
históricas. As conferências do clima promovidas pela ONU já reconheceram que,
em nível global, as nações com mais poder e controle da riqueza têm o dever de
lidar de forma justa e honesta em favor das comunidades que mais sofrem com os
fenômenos ambientais e climáticos.
Preservar a biodiversidade,
manter a expectativa de aumento do clima do planeta abaixo de 1,5° C de
aquecimento global, promover responsabilização dos danos ecológicos, garantir
acesso a direitos às comunidades mais afetadas pelos fenômenos climáticos e
ambientais, buscar soluções justas e urgentes para acesso à água e à
alimentação para todos e todas. Essas são ações que reacendem a esperança de um
mundo melhor para todos e todas, para que um rio poderoso de justiça e paz
inunde a vida no planeta.
O profeta Isaías anunciou no
passado que Deus estava realizando uma grande obra de Justiça para toda a humanidade:
“Pois estou prestes a realizar algo novo.
Vejam, já comecei! Não percebem? Abrirei um caminho no meio do deserto, farei
rios na terra seca” (Isaías 43.19). Sua misericórdia, bondade e amor, que
são os Seus modos fazer Justiça, iriam fluir em abundância até nos desertos.
Nos lugares onde há desigualdade e onde os riscos recaem mais sobre os
oprimidos e carentes, ali vai jorrar o manancial de Justiça e de Paz que vêm do
Senhor.
Somos convidados a nos juntarmos
a esse rio de justiça e de paz em favor da criação e fazer convergir todos os
nossos esforços em favor de uma nova mentalidade em que todos e todas tenham
direito à Justiça ambiental, à Justiça climática, à Justiça hídrica e à Justiça
alimentar. Como os afluentes se unem para formar um caudaloso rio, assim
devemos agir juntos para que a Justiça e a paz fluam de forma poderosa.
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