quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Novos paradigmas para a igreja / New paradigms for church / Nuevos paradigmas para la iglesia

Como a igreja pode se tornar relevante neste tempo? Tomando por base a perspectiva de Paulo, a igreja tem uma natureza tal que lhe permite fazer ajustes para cada circunstância e para cada momento vivido. “Porque assim como em um corpo temos muitos membros, e nem todos os membros têm a mesma operação, assim nós, que somos muitos, somos um só corpo em Cristo, mas individualmente somos membros uns dos outros.” Romanos 12.4-5. É desse modo que ela chegou até aqui.
Sendo assim, a igreja precisa aprender a ser grande e pequena ao mesmo tempo. A principal forma que permitirá esse aprendizado está na comunhão. Em que consiste a comunhão? Em primeiro lugar, a comunhão é uma necessidade. O homem é um ser relacional e precisa viver em comunidade. Em segundo lugar, a comunhão é um problema. Viver em comunhão não é fácil e envolve uma complexidade peculiar. E em terceiro lugar, a comunhão é um desejo. Ninguém quer viver só, todos nós queremos alguém que se importe com a nossa dor e que esteja disposto a chegar junto.
A igreja primitiva aprendeu isso cedo. A Bíblia registra: “Todos os dias, continuavam a reunir-se no pátio do templo. Partiam o pão em suas casas, e juntos participavam das refeições, com alegria e sinceridade de coração.” Atos 2.46
Ao longo da história, a igreja teve que fazer ajustes para dar conta da sua relação com o mundo. Como a igreja isso aconteceu? Costumo usar três metáforas para representar as etapas dos ajustes históricos da igreja. Primeiramente, tornou-se uma pirâmide, com sua estrutura hierarquizada e sua noção de verdade como forma de autoridade. Depois, tornou-se um retângulo, principalmente na reforma protestante, quando a relação entre clérigos e leigos tornou-se mais flexível. Hoje, a igreja precisa descobrir a circularidade, com a contribuição de todas as partes .
A igreja passa por mudanças significativas atualmente. Assistimos a uma época em que o novo toma lugar, mas na qual também o passado fala alto. Embora possamos entender que, para a igreja se tornar relevante para hoje, ela precisa contextualizar a sua estrutura e forma de organização, não podemos esquecer que ela faz parte de um movimento histórico contínuo. O que se pode chamar de pós-cristianismo não é necessariamente o fim da igreja, mas a sua renovação.
Algumas tendências devem ser observadas pela igreja contemporânea. Elas têm a ver com as novas formas com que a humanidade tem tratado o fenômeno religioso: maior esforço com pequenos grupos do que com a grande celebração; mais investimento em pessoas do que em estruturas; maior envolvimento com os de fora do que com os de dentro; maior importância quanto ao caráter do que com a formação acadêmica; maior ênfase ao aspecto carismático do que com o escriturístico; maior valorização do líder servidor do que do líder centralizador.
Essas tendências não são excludentes, nem devem servir de justificativa para o desprezo ao que é essencial. Não há como abrir mão da grande celebração, de uma estruturação funcional e flexível, de capacitação do povo de Deus, de formação acadêmica voltada para a excelência, de fundamentação escriturística e até mesmo de uma liderança mais presente. Mas nada disso tem vida por si só.

Um comentário:

  1. Acredito que uma Igreja Contemporânea não pode esquecer do que foi escrito há longos anos na época do profeta Isaias - "seca-se a erva e caem as flores, mas a palavra de nosso Deus subsiste eternamente". Se fizermos tudo calcados na palavra de Deus ai não tem como errar. Mas acredito tb. que precisamos rever os conceitos hoje vigentes no mundo contemporâneo. Um opúsculo de fácil assimilação é o livro de bolso da Editora Brasiliense - "O Que é Pós-Moderno". Embora escrito na década de 80 ele pode nos dar um perfil do mundo em que vivemos. O ícone desde Mundo que sintetiza todo o pragmatismo que vivemos é o controle remoto. Se determinado canal não nos interessa mudamos rapidamente.
    A mundança e a velocidade são determinantes neste status quo.

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