O diálogo inter-religioso é um tema que invade a Teologia e demanda a emergência de uma reflexão crítica sobre os caminhos que ela seguirá nos próximos anos. A teologia que nos foi transmitida como legado nos exige a uma mudança de atitude tendo em vista a abertura para esse diálogo. Ela oferece uma imagem distorcida de Deus, como que pertencente a uma determinada cultura e como sendo domínio de um determinado povo, tendo em vista o atendimento a determinados interesses e necessidades de grupos, mesmo que sob a forma de uma aparente piedade religiosa.
Além da questão da compreensão de Deus, a tradição cristã acabou por formular uma teologia da salvação, por exemplo, voltada tão somente para a vida futura, sendo a igreja detentora da obra da redenção. A missão cristã acabou resultando em uma mensagem que promove uma noção de Deus equivocada, bem como na proclamação de uma relação entre Deus e a humanidade distante da ideia do Deus amoroso e justo que afirmamos.
A reformulação da abordagem teológica tendo em vista o diálogo inter-religioso passa pela necessidade de se assumir que a mente humana não pode compreender Deus em sua totalidade, a não ser a partir das relações concretas observadas na vida daqueles que professam a fé nesse Deus. O que se é urgente repensar tem a ver com a necessidade de resgatar o núcleo central da mensagem de Jesus que é fundamentada totalmente em Deus, com ênfase no amor na relação com Deus como “Abba” e na dinâmica do Reino de Deus. Isso levaria a Teologia a reafirmar a necessidade de tratar a conversão como autêntica mudança de vida e não como adesão, tendo em vista o resgate da dignidade humana e a busca de realização como pessoa.
Está claro que o objetivo é defender uma mudança no modo de se fazer Teologia. Entretanto, alguns aspectos precisam ser discutidos, tais como: de que maneira é possível compreender as demais religiões como portadoras de meios de salvação? Como aceitar outros meios de salvação que não passam pela mediação de Jesus Cristo? É possível continuar afirmando a ideia de igreja como uma comunidade que caracteriza e dá forma ao “povo especial de Deus, zeloso de boas obras” (Tt 2.14) diante da noção de um Deus que não tem preferências? Quando se defende uma salvação que se dá nas formas concretas de vida, tendo em vista a realização humana, a justiça e a felicidade, como desenvolver a partir daí uma escatologia que dê conta dessas inquietações?
O que se vê é que estamos diante de novas implicações para o fazer teológico. Isso também tem a ver com o modo pelo qual a missão cristã deve ser realizada a partir de uma atitude aberta e de diálogo com as outras religiões e os movimentos humanos. E isso definirá os rumos do cristianismo e da Teologia cristã. O cristão do futuro deverá ser alguém que dialoga mais do que nunca em toda a história.
Entretanto, isso não significa abrir mão do arcabouço de saberes construídos ao longo da história nem daquilo que caracteriza a identidade cristã como essência. Acredito que o caminho está na renovação de uma espiritualidade no sentido de levar mais a sério a mensagem de amor de Jesus, tendo em vista as necessidades vividas pelas pessoas em suas próprias circunstâncias. Isso implica considerar também o cristão como pessoa inserida no mesmo contexto das demais, o que exige uma ação e um discurso de respeito, tolerância, de solidariedade e de busca do bem comum, ainda que isso resulte em confrontação com o sistema vigente e a rejeição radical de valores que até aqui têm sido considerados como superiores.
Além da questão da compreensão de Deus, a tradição cristã acabou por formular uma teologia da salvação, por exemplo, voltada tão somente para a vida futura, sendo a igreja detentora da obra da redenção. A missão cristã acabou resultando em uma mensagem que promove uma noção de Deus equivocada, bem como na proclamação de uma relação entre Deus e a humanidade distante da ideia do Deus amoroso e justo que afirmamos.
A reformulação da abordagem teológica tendo em vista o diálogo inter-religioso passa pela necessidade de se assumir que a mente humana não pode compreender Deus em sua totalidade, a não ser a partir das relações concretas observadas na vida daqueles que professam a fé nesse Deus. O que se é urgente repensar tem a ver com a necessidade de resgatar o núcleo central da mensagem de Jesus que é fundamentada totalmente em Deus, com ênfase no amor na relação com Deus como “Abba” e na dinâmica do Reino de Deus. Isso levaria a Teologia a reafirmar a necessidade de tratar a conversão como autêntica mudança de vida e não como adesão, tendo em vista o resgate da dignidade humana e a busca de realização como pessoa.
Está claro que o objetivo é defender uma mudança no modo de se fazer Teologia. Entretanto, alguns aspectos precisam ser discutidos, tais como: de que maneira é possível compreender as demais religiões como portadoras de meios de salvação? Como aceitar outros meios de salvação que não passam pela mediação de Jesus Cristo? É possível continuar afirmando a ideia de igreja como uma comunidade que caracteriza e dá forma ao “povo especial de Deus, zeloso de boas obras” (Tt 2.14) diante da noção de um Deus que não tem preferências? Quando se defende uma salvação que se dá nas formas concretas de vida, tendo em vista a realização humana, a justiça e a felicidade, como desenvolver a partir daí uma escatologia que dê conta dessas inquietações?
O que se vê é que estamos diante de novas implicações para o fazer teológico. Isso também tem a ver com o modo pelo qual a missão cristã deve ser realizada a partir de uma atitude aberta e de diálogo com as outras religiões e os movimentos humanos. E isso definirá os rumos do cristianismo e da Teologia cristã. O cristão do futuro deverá ser alguém que dialoga mais do que nunca em toda a história.
Entretanto, isso não significa abrir mão do arcabouço de saberes construídos ao longo da história nem daquilo que caracteriza a identidade cristã como essência. Acredito que o caminho está na renovação de uma espiritualidade no sentido de levar mais a sério a mensagem de amor de Jesus, tendo em vista as necessidades vividas pelas pessoas em suas próprias circunstâncias. Isso implica considerar também o cristão como pessoa inserida no mesmo contexto das demais, o que exige uma ação e um discurso de respeito, tolerância, de solidariedade e de busca do bem comum, ainda que isso resulte em confrontação com o sistema vigente e a rejeição radical de valores que até aqui têm sido considerados como superiores.
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