Há dez anos atrás, o mundo foi surpreendido com o ataque às torres gêmeas do World Trade Center, em Nova York, atribuído à rede terrorista Al-qaeda, de ideologia fundamentalista muçulmana. Estava chegando ao Seminário do Sul na manhã daquele dia, quando assisti estarrecido na TV da cantina ao incêndio que acontecia na primeira torre. O primeiro avião acabara de colidir com ela. Fiquei ali petrificado vendo aquelas imagens que chocaram o mundo. Logo outro avião atingiu a segunda torre e o que se viu foi uma cena de pânico e horror que tomava conta dos cidadãos que viviam ali. Não demorou muito, a torres começaram a ruir, uma após a outra, deixando um vazio no cenário daquela cidade e do mundo. O resultado foi de muitas vidas sacrificadas, atos de heroísmo e humanidade dos bombeiros e um rastro de guerras contra o terror.
Uma pergunta ficou no ar, que até então não foi respondida: o que levou pessoas a cometerem tal ato? Eles invadiram o território de um país, sequestraram quatro aeronaves de grande porte, pilotaram as mesmas com habilidade de quem foi treinado minuciosamente para direcioná-las a seus alvos. Seria uma reação contra o poder imperialista norte-americano simplesmente? Teria por detrás uma questão religiosa para afirmação de obediência à divindade? Seria resultado de um comportamento psicopata dos líderes da rede terrorista?
O fato é que o 11 de setembro marcou a história do começo do século XXI. Um novo contorno das relações de poder começou a ser instaurado, em que ficou claro que: o imperialismo norte-americano não poderia mais ser o mesmo; as relações econômicas começariam a dar lugar a novas nações emergentes que se despontam no cenário mundial; o paradigma do petróleo precisava ser substituído por uma outra matriz energética, gerando a busca de novas tecnologias; a segurança mundial em risco clamava por novas forças que a tornem viável; o ocidente precisava abrir o diálogo com as formas de pensar vindas do oriente.
Na semana daquele ataque, publiquei no boletim da igreja uma reflexão sobre o tema. Acredito que ainda valem aquelas considerações. Passados dez anos, o Iraque e o Afeganistão continuam sob domínio dos Estados Unidos e forças da Europa; Saddam Husseim, tido como protetor dos terroristas e uma ameaça ao mundo por ter armas de extermínio em massa, foi preso, julgado e morto; Bin Laden foi capturado e morto, mas nada disso fez o mundo mais seguro ou melhor de se viver. Veja o texto que escrevi na época, com o título “Que mundo é esse”:
“Este é o primeiro ano do século XXI, o século posterior ao período considerado mais violento da história da humanidade. Catástrofes como a que aconteceu no dia 11 de setembro de 2001 em Nova Iorque e Washington desencadearam conflitos maiores no século XX. Em 1914, um atentado na região de Sarajevo desencadeou a Primeira Grande Guerra Mundial, resultado da ação de um terrorista sérvio que acentuava a rivalidade entre as nações mais poderosas do mundo. Em 1941, o ataque japonês a Pearl Harbor, marcado pela participação de pilotos suicidas, define a participação da grande potência norte-americana na Segunda Guerra Mundial.
Mais uma vez, um composto de terrorismo e ataques suicidas coloca em cheque a fragilidade do sistema de defesa da maior potência do mundo. Os alvos foram as suas fontes principais de poder: a sede de seu poder militar (o Pentágono) e a sede de seu poder econômico (representado pelas torres gêmeas do World Trade Center, símbolo do capitalismo moderno). Um terceiro alvo poderia ter sido atingido, certamente alguma outra instituição maior representativa da força daquela nação agredida.
A razão de ataques como esses está no ódio existente nos corações. Ódio que gera intolerância e rivalidade. Ódio que nasce da opressão e resulta na violência. O terrorismo é a forma mais hedionda de expressar um sentimento de mágoa e rancor diante do fracasso e da opressão. Os povos e grupos muçulmanos que ainda não encontraram êxito em suas milícias continuam gerando filhos do ódio. Afinal, são dez séculos de ressentimentos desde os tempos das cruzadas. E hoje não podemos negar que a polaridade das questões bélicas está na rivalidade entre Ocidente (predominantemente cristão) e Oriente (predominantemente muçulmano).
Atacar os símbolos americanos de poder, derrubar as estátuas milenares de Buda ou mesmo a perseguição, morte e aprisionamento de cristãos nos países do Oriente Médio são partes de um mesmo universo, de uma mesma guerra santa, cujo objetivo é lavar a honra de povos feridos e ultrajados de diversas formas ao longo do tempo.
Que mundo é esse em que nós vivemos? Um mundo sem Jesus e, por conseguinte, sem paz e sem esperança. É hora de cristãos se unirem em todo o mundo em favor de uma solução divina. A solução humana? Ah, essa, com certeza será buscada a qualquer custo. A mesma potência que não deixou em branco Pearl Harbor, detonando duas bombas atômicas sobre cidades japonesas quatro anos depois, não descansará enquanto não responder seus agressores à altura.
A nós, que assistimos a tudo perplexos, só nos resta clamarmos pela misericórdia divina, para que a compaixão e a capacidade de perdoar exceda esse sentimento de terror que há em tantos corações.”
Uma pergunta ficou no ar, que até então não foi respondida: o que levou pessoas a cometerem tal ato? Eles invadiram o território de um país, sequestraram quatro aeronaves de grande porte, pilotaram as mesmas com habilidade de quem foi treinado minuciosamente para direcioná-las a seus alvos. Seria uma reação contra o poder imperialista norte-americano simplesmente? Teria por detrás uma questão religiosa para afirmação de obediência à divindade? Seria resultado de um comportamento psicopata dos líderes da rede terrorista?
O fato é que o 11 de setembro marcou a história do começo do século XXI. Um novo contorno das relações de poder começou a ser instaurado, em que ficou claro que: o imperialismo norte-americano não poderia mais ser o mesmo; as relações econômicas começariam a dar lugar a novas nações emergentes que se despontam no cenário mundial; o paradigma do petróleo precisava ser substituído por uma outra matriz energética, gerando a busca de novas tecnologias; a segurança mundial em risco clamava por novas forças que a tornem viável; o ocidente precisava abrir o diálogo com as formas de pensar vindas do oriente.
Na semana daquele ataque, publiquei no boletim da igreja uma reflexão sobre o tema. Acredito que ainda valem aquelas considerações. Passados dez anos, o Iraque e o Afeganistão continuam sob domínio dos Estados Unidos e forças da Europa; Saddam Husseim, tido como protetor dos terroristas e uma ameaça ao mundo por ter armas de extermínio em massa, foi preso, julgado e morto; Bin Laden foi capturado e morto, mas nada disso fez o mundo mais seguro ou melhor de se viver. Veja o texto que escrevi na época, com o título “Que mundo é esse”:
“Este é o primeiro ano do século XXI, o século posterior ao período considerado mais violento da história da humanidade. Catástrofes como a que aconteceu no dia 11 de setembro de 2001 em Nova Iorque e Washington desencadearam conflitos maiores no século XX. Em 1914, um atentado na região de Sarajevo desencadeou a Primeira Grande Guerra Mundial, resultado da ação de um terrorista sérvio que acentuava a rivalidade entre as nações mais poderosas do mundo. Em 1941, o ataque japonês a Pearl Harbor, marcado pela participação de pilotos suicidas, define a participação da grande potência norte-americana na Segunda Guerra Mundial.
Mais uma vez, um composto de terrorismo e ataques suicidas coloca em cheque a fragilidade do sistema de defesa da maior potência do mundo. Os alvos foram as suas fontes principais de poder: a sede de seu poder militar (o Pentágono) e a sede de seu poder econômico (representado pelas torres gêmeas do World Trade Center, símbolo do capitalismo moderno). Um terceiro alvo poderia ter sido atingido, certamente alguma outra instituição maior representativa da força daquela nação agredida.
A razão de ataques como esses está no ódio existente nos corações. Ódio que gera intolerância e rivalidade. Ódio que nasce da opressão e resulta na violência. O terrorismo é a forma mais hedionda de expressar um sentimento de mágoa e rancor diante do fracasso e da opressão. Os povos e grupos muçulmanos que ainda não encontraram êxito em suas milícias continuam gerando filhos do ódio. Afinal, são dez séculos de ressentimentos desde os tempos das cruzadas. E hoje não podemos negar que a polaridade das questões bélicas está na rivalidade entre Ocidente (predominantemente cristão) e Oriente (predominantemente muçulmano).
Atacar os símbolos americanos de poder, derrubar as estátuas milenares de Buda ou mesmo a perseguição, morte e aprisionamento de cristãos nos países do Oriente Médio são partes de um mesmo universo, de uma mesma guerra santa, cujo objetivo é lavar a honra de povos feridos e ultrajados de diversas formas ao longo do tempo.
Que mundo é esse em que nós vivemos? Um mundo sem Jesus e, por conseguinte, sem paz e sem esperança. É hora de cristãos se unirem em todo o mundo em favor de uma solução divina. A solução humana? Ah, essa, com certeza será buscada a qualquer custo. A mesma potência que não deixou em branco Pearl Harbor, detonando duas bombas atômicas sobre cidades japonesas quatro anos depois, não descansará enquanto não responder seus agressores à altura.
A nós, que assistimos a tudo perplexos, só nos resta clamarmos pela misericórdia divina, para que a compaixão e a capacidade de perdoar exceda esse sentimento de terror que há em tantos corações.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário