segunda-feira, 16 de março de 2015

Juntos na caminhada / Together in walking / Juntos en la caminata

“Um ao outro ajudou, e ao seu companheiro disse: Esforça-te.” Isaías 41.6 
Tem coisas que só dá pra fazer quando estamos juntos. Em tempos de supervalorização do individualismo e de escolhas centradas no eu, não custa lembrar que somos pessoas criadas para viver em comunidade.
O ser humano é o único ser vivo que depende do outro para viver. Várias espécies animais já nascem andando e lutando pelo seu alimento. As plantas nascem, crescem e morrem no solo sem que precise de qualquer intervenção humana. Mas nós precisamos da ajuda do outro durante a vida inteira para existirmos. Isso acontece desde o nascimento até a morte.
No século XIII, o imperador Frederico, da Germânia, achava que seria muito útil para os homens saberem qual teria sido o primeiro idioma dos homens: Hebraico? Grego? Latim? Intrigado, Frederico mandou que se fizesse a seguinte experiência: vários bebês seriam isolados de qualquer convívio com os demais seres humanos. Argumentava que, sem nenhum contato com os idiomas falados, tais bebês se expressariam naquilo que teria sido o idioma original dos homens. A alimentação dos bebês foi confiada a amas de leite, cuja única função seria amamentá-los. Mas antes tiveram que fazer o juramento de que jamais produziriam qualquer som junto desses bebês. Assim, em completo silêncio, faziam elas o seu trabalho. Desde o instante do nascimento, os bebês jamais ouviram qualquer palavra ou som de um ser humano. Um ano depois, divulgou-se o resultado da experiência: todos os bebês haviam morrido.
Viver em comunhão estimula o nosso sentido de existência e nos mobiliza a ações que fazem com que a vida ganhe novos significados. É interessante observar que a racionalidade humana foi capaz de criar muitas tecnologias para facilitar a vida, mas fez muito pouco para aperfeiçoar nossas relações em comunidade. Conforme o conhecimento científico veio avançando, desenvolvemos a capacidade de nos isolar e alimentar a ilusão de que podemos viver sozinhos.
O resultado disso é que a mesma razão que inventa e cria novas tecnologias para proporcionar bem-estar é capaz de usá-las para destruir e aniquilar o outro. Chegamos ao ponto em que a humanidade se encontra, sob ameaça real de extinção. Entretanto, para superarmos essa tendência, encontra-se a nossa capacidade de encorajarmos uns aos outros.
A Bíblia estimula essa capacidade e nos chama a uma relação baseada na ação de uns para com os outros. Viver em comunhão é parte do propósito divino desde a criação. Este propósito se concretiza na pessoa de Jesus, que convoca a todos a que se voltem para tomar parte do projeto de restauração do sentido de humanidade. Crer em Jesus e segui-lo é resgatar o que há de mais humano em nós e nos abrirmos a uma relação em que o outro está implicado.

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