“E aquele que não carrega sua cruz e não me segue
não pode ser meu discípulo.” Lucas
14.27
Quando Jesus começou o seu
ministério, disse para um grupo de pessoas rudes e humildes “segue-me”. Aqueles
que atenderam ao seu chamado inicial provocaram uma revolução no mundo com uma
mensagem viva de transformação e de libertação. Eles se tornaram conhecidos por
serem seguidores de Jesus.
Esse mesmo chamado ecoa nos dias
atuais. Jesus continua a chamar pessoas para segui-lo. O problema é que a ideia
de seguir a Jesus hoje está diretamente vinculada a um sistema religioso que se
construiu a partir da necessidade de se adotar um modo de vida que cristaliza algumas
práticas de espiritualidade como formadoras de identidade. Seguir a Jesus se transformou
em sinônimo de seguir a uma religião, ou até mesmo a uma expressão dela. Desse
modo, não basta dizer-se cristão para afirmar o seguimento de Jesus, é preciso
também estar ligado a um grupo religioso específico que se autointitula
defensor de um determinado modelo de espiritualidade. Soa estranho, mas é muito
comum ouvir testemunhos do tipo: “antes eu era católico, agora sigo a Jesus”. Isso
lembra o fato de que, num mundo de tanta diversidade, até mesmo o seguimento de
Jesus encontra-se fragmentado.
Daí a pergunta inicial: a quem você
segue quando diz que segue a Jesus? Para responder a essa pergunta, algumas
implicações nos chamam a atenção:
a) Como afirmar que seguimos a
Jesus diante dos conflitos inerentes à nossa condição de pessoa?
d) Que caminhos podemos percorrer
para seguir a Jesus em meio a um mundo fragmentado e globalizado?
e) Como viver de forma autêntica a
proposta de libertação independente das amarras criadas pela mentalidade
religiosa que se construiu em torno do seguimento de Jesus?
A primeira constatação é que seguir
a Jesus não tem nada a ver com seguir uma religião. O fato de pertencer a uma
religião cristã não faz de ninguém um seguidor de Jesus. Porém, só dá para ser
cristão seguindo a Jesus. Se não há um comprometimento com o chamado de
segui-lo, não há também possibilidade de tomar parte das transformações
históricas e da ação libertadora que a fé cristã promove.
Não somos chamados a seguir uma
doutrina, uma instituição ou um sistema. Somos chamados a seguir uma pessoa que
viveu historicamente, que deixou ensinos significativos sobre a vida humana e
que sinalizou as ações que podem fazer deste mundo um espaço de realização
humana.
Uma segunda constatação está relacionada
à cultura de mercado, em que nos acostumamos a associar todas as nossas
condutas como se estivéssemos em um supermercado, em que eu tenho uma suposta
capacidade de escolha diante de uma infinidade de produtos em oferta. Não dá
para transformar o seguimento de Jesus em um produto e a nossa relação com ele em
um consumo.
Seguir a Jesus é uma decisão que
envolve viver a fé em meio a um conflito: o de colocar em prática os ensinos de
Jesus e de imitar o seu caráter diante das situações concretas de
desigualdades, carências e fragilidades que há no mundo. Significa se
constituir em uma nova imagem de Cristo para aqueles que se encontram perdidos
ao longo da caminhada que é a vida.
Seguir a Jesus traz consequências
para a nossa vida. Se isso não faz de você uma pessoa melhor, precisa
urgentemente descobrir a quem está seguindo.
Para mim a tarefa mais difícil nos dias atuais.... Seguir Jesus e imitá-lo.....
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