sexta-feira, 28 de outubro de 2022

O Brasil que desejamos: democracia, justiça social e direitos garantidos / The Brazil we desire: democracy, social justice and guaranteed rights / El Brasil que queremos: democracia, justicia social y derechos garantizados

 

A eleição de 2022 é atípica. Não é uma questão de escrutínio apenas, com a defesa de bandeiras partidárias. É a luta pela sobrevivência do que restou de nação no sentimento dos brasileiros depois do golpe de 2016, quando foi tirada do cargo uma Presidente democraticamente eleita. Como se isso fosse pouco, ainda prenderam o principal candidato de 2018 em um processo fraudado para que a extrema-direita vencesse aquela eleição.

O resultado está aí. Em quatro anos de governo e os quase dois anos que sucederam o golpe, o Brasil retrocedeu em todos os aspectos. Tornamo-nos uma terra sem lei, dominada pelo ódio, pelo medo e pela mentira. Nesse tempo, o país voltou ao mapa da fome, tornou-se um pária internacional e de alto risco de investimento. O que contribuiu para isso? Na esteira de causas, estão: os cortes de verbas em pesquisa, ciência e educação, a redução dos gastos em programas sociais de distribuição de renda e diminuição dos incentivos à produção. Não podemos esquecer da redução dos gastos com saúde, da diminuição dos direitos previdenciários, do corte dos direitos trabalhistas, da proteção aos abusos de patrões contra o direito de seus empregados, das ameaças aos territórios indígenas, da degradação do meio ambiente.

São tantos retrocessos que nos levam a crer que o Brasil adoeceu de uma enfermidade que contaminou sua população: a doença da falta de esperança em um país melhor, com direito e dignidade para todas e todos. Para piorar a situação, sofremos os efeitos de uma pandemia e de uma guerra com ares de guerra mundial. Podemos dizer que os últimos quase seis anos foram perdidos. Uma geração inteira não teve a chance de sequer aprender o que é lutar por justiça e igualdade, que se acostumou a normalizar a barbárie e a conviver com ideias que flertam com o fascismo e ameaçam a nossa frágil democracia.

No dia 30 de outubro de 2022, os brasileiros voltam às urnas para decidir o seu futuro. Dois candidatos representam ideias completamente antagônicas. De um lado, um que representa o que há de pior em termos de civilidade, que se beneficiou de toda trama golpista que resultou em tantas perdas e retrocessos, que nutre o clima de ódio disseminando mentiras, ameaças e medo como quem dá rajadas de 50 tiros e lança 3 granadas sobre a nação. De outro, temos aquele que chama o brasileiro a sonhar, a renovar a esperança, a defender a democracia a lutar pelos direitos mínimos de acesso à comida, trabalho saúde e educação.

Qualquer analista, por mais raso que seja, dirá que não é uma escolha difícil. Mas a doença que atinge o brasileiro cega o entendimento, cria uma sensação de insegurança e aponta para incertezas. O retrocesso tem sido tanto que o Brasil que temos hoje não se parece em nada com aquele que aprendemos a conviver na primeira década desse século. Aquele Brasil do pleno emprego, dos aeroportos lotados, da produção industrial em larga escala, das universidades cheias de pessoas oriundas de famílias pobres, da produção de alimentos pela agricultura familiar, enfim, o Brasil sonhado desapareceu. No seu lugar foi colocado um país controlado por pessoas sem escrúpulos, quer seja no parlamento, no executivo ou no judiciário, que saíram dos lugares mais obscuros de nossa história.

Entretanto, o sonho não acabou. Ele precisa ser restaurado. É preciso acreditar que podemos juntos construir um Brasil melhor, com democracia, justiça social e direitos garantidos para todas e todos. E tudo começa com o voto que será depositado na urna nesse segundo turno.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails