“Pois lhe deste autoridade sobre toda a humanidade, para que conceda a vida eterna a todos os que lhe deste” (João 17.2).
Qual o segredo
do sucesso? O que as pessoas são capazes de fazer para alcançar o sucesso? Não
há respostas prontas para essas perguntas. Os antigos se perguntavam pela vida
boa e entendiam que a conquista do bem estar implica muitas escolhas e
esforços. O sucesso, portanto, sempre esteve atrelado à ética e à nossa conduta
em relação aos outros e o meio em que vivemos.
A palavra “sucesso”
vem do latim succedere, que lembra um
acontecimento passado, embora seja empregada para as nossas aspirações futuras.
Você só saberá se realmente chegou ao sucesso depois que tiver chegado lá.
O sucesso não
tem a ver com o ter, mas com o ser. Tem a ver com a realização pessoal a partir
de uma vida bem-sucedida em todos os aspectos, não só o financeiro. Trata-se de
uma condição resultante de uma jornada de vida que não depende unicamente de
cada um. Quem constrói uma vida bem-sucedida assim encontrou a verdadeira felicidade
e a alegria de viver.
Esse foi o
propósito de Jesus: orientar a humanidade a empreender uma caminhada em busca
da vida bem-sucedida. Ele foi o maior mestre de vida que o mundo já conheceu.
Ele teve autoridade para apontar caminhos para um novo modo de vida marcado
pela dignidade de todos e todas que colocam em prática seus ensinos.
Os discursos
de Jesus sobre plenitude de vida e vida eterna apontam para o fato de que ele
veio trazer novo sentido para a vida. O significado de eterno em grego não quer
dizer uma vida longa, muito menos uma vida sem fim. A palavra ayon traz consigo a ideia de uma época
ou era. A vida eterna é a era dominada para o que está além da temporalidade, da
finitude, das fronteiras que estabelecemos ao longo de nossa existência e que
destroem nossas relações com o outro, com Deus, com a criação e conosco mesmo.
Plenitude,
florescimento e realização pessoal são as marcas de sucesso que estão presentes
nos ensinos de Jesus. É o que ele tem para dar a todos aqueles que o seguem.
Ele garante: “Asseguro-lhes que aquele
que crê tem a vida eterna” (João 6.47). E o discípulo amado testifica: “E este é o testemunho: Deus nos deu a vida
eterna, e essa vida está em seu Filho” (1 João 5.11).
Vida eterna é
vida doada por Jesus como um dom. Ao falar de um novo modo de viver, Jesus não
estava preocupado com a imortalidade ou com a vida além da morte, mas como um
modo de ser que corresponda ao ideal de Deus para toda a criação. Ele não
estava propondo uma espécie de pedra filosofal que proporcionasse
rejuvenescimento ou um estado de iluminação celestial.
Jesus não se
preocupou em descrever o que vem a ser de fato a vida eterna. Apenas afirmou
que ela é uma dádiva a todo o que crê, que concede libertação de todas as
formas de aprisionamento a uma vida distante dos propósitos divinos. Receber
essa dádiva é abrir-se para a vida em sua plenitude: “Eu lhes asseguro: Quem ouve a minha palavra e crê naquele que me
enviou, tem a vida eterna e não será condenado, mas já passou da morte para a
vida” (João 5.24).
Vida eterna é
vida de acolhimento da oferta amorosa do cuidado divino, é vida desfrutada na presença
de Deus, de satisfação, de comunhão, de encorajamento e de santidade. Essa vida
é uma promessa a todos os que creem como uma realidade concreta no mundo. Vida
eterna é, em última instância, a graça divina realizada plenamente na vida
daquele que acolhe o convite amoroso do Senhor, quem diz “sim” ao “vinde a mim”
de Jesus.
Essa é a vida
que vale a pena ser vivida.
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