Na noite do domingo, 26 de fevereiro de 2012, faleceu tragicamente o bispo anglicano Robinson Cavalcanti e sua esposa Mirian, ambos aos 64 anos, em sua casa, na cidade de Olinda, Pernambuco. O autor do crime foi o próprio filho adotivo do casal que desferiu golpes de faca contra seus pais e depois tentou se matar. A notícia é de uma tristeza sem igual, não só pela brutalidade do acontecimento, mas por se tratar de um teólogo e pensador brasileiro dos mais notáveis. Todos que sonham com uma igreja realmente relevante para este tempo, que primam pela luta para a afirmação concreta dos sinais do Reino num mundo que aprendeu a não crer em Deus estamos tomados por um grito de lamento.
Pensando na dor que perdas como essa provocam, o salmista declarou: “Preciosa é à vista do Senhor a morte dos seus santos” (Salmos 116.15, de acordo com a versão revisada de Almeida). Versões mais contemporâneas traduzem a expressão original afirmando que Deus vê com pesar a morte dos seus santos. Eu diria mais: custa caro para Deus a morte de servos como Robinson Cavalcanti. A partida do cientista político, teólogo e religioso custa caro para o cristianismo em geral e para os brasileiros, em particular.
Essa é uma hora de luto, de pranto, de deixar doer. Essa hora de dor nos remete a algumas descobertas que não podem passar despercebidas. A morte do casal nos lembra que anjos e demônios coabitam entre nós e conosco o tempo todo, que não temos o controle sobre isso, nem mesmo a garantia de que seremos capazes de evitar o mal que permeia nossas relações. O jovem que agiu de forma cruel contra quem lhe deu acolhida é o retrato do engano que essa sociedade ajudou a construir, que se baseia na lógica do mais esperto, na defesa de um individualismo inconsequente, que confunde liberdade com arrogância, felicidade com prazer, direito com falta de limites.
Mas a hora da dor nos remete também à necessidade de superação, de se ampliar horizontes, de permitir que o Espírito Consolador nos apascente. Aquele que cuida de nós como filhos amados, por quem Jesus se fez Salvador e Senhor, é o único que pode enxugar lágrimas e apontar caminhos.
O legado de Robinson Cavalcanti é de esperança de que a igreja resgate o seu papel na sociedade, de que o cristianismo restaure a sua autenticidade. Somos devedores a Robinson Cavalcanti de muitos aspectos que envolvem a Teologia da Missão, a afirmação de uma teologia latino-americana, a construção de uma proposta evangelizadora que leve em consideração a vida humana nas formas concretas em que se dá a nossa própria perdição, o surgimento e fortalecimento de entidades como ABU, Fraternidade Teológica Latino-Americana, a igreja anglicana no Brasil. Sem ele, o Congresso de Lausanne em 1974 não seria o mesmo, nem mesmo a igreja evangélica brasileira teria o engajamento que teve até aqui.
São servos do Senhor assim que fazem a diferença. São testemunhos de vida que dizem para nós que vale a pena servir ao Senhor de forma coerente e comprometida com as necessidades humanas, que sonham com a possibilidade de um dia superarmos nossas carências pela força do Evangelho, ainda que isso custe tanto. A vida de Robinson Cavalcanti vai falar por muito tempo, embora hoje silenciada pela maldade de um coração tomado pelo engano.
Pensando na dor que perdas como essa provocam, o salmista declarou: “Preciosa é à vista do Senhor a morte dos seus santos” (Salmos 116.15, de acordo com a versão revisada de Almeida). Versões mais contemporâneas traduzem a expressão original afirmando que Deus vê com pesar a morte dos seus santos. Eu diria mais: custa caro para Deus a morte de servos como Robinson Cavalcanti. A partida do cientista político, teólogo e religioso custa caro para o cristianismo em geral e para os brasileiros, em particular.
Essa é uma hora de luto, de pranto, de deixar doer. Essa hora de dor nos remete a algumas descobertas que não podem passar despercebidas. A morte do casal nos lembra que anjos e demônios coabitam entre nós e conosco o tempo todo, que não temos o controle sobre isso, nem mesmo a garantia de que seremos capazes de evitar o mal que permeia nossas relações. O jovem que agiu de forma cruel contra quem lhe deu acolhida é o retrato do engano que essa sociedade ajudou a construir, que se baseia na lógica do mais esperto, na defesa de um individualismo inconsequente, que confunde liberdade com arrogância, felicidade com prazer, direito com falta de limites.
Mas a hora da dor nos remete também à necessidade de superação, de se ampliar horizontes, de permitir que o Espírito Consolador nos apascente. Aquele que cuida de nós como filhos amados, por quem Jesus se fez Salvador e Senhor, é o único que pode enxugar lágrimas e apontar caminhos.
O legado de Robinson Cavalcanti é de esperança de que a igreja resgate o seu papel na sociedade, de que o cristianismo restaure a sua autenticidade. Somos devedores a Robinson Cavalcanti de muitos aspectos que envolvem a Teologia da Missão, a afirmação de uma teologia latino-americana, a construção de uma proposta evangelizadora que leve em consideração a vida humana nas formas concretas em que se dá a nossa própria perdição, o surgimento e fortalecimento de entidades como ABU, Fraternidade Teológica Latino-Americana, a igreja anglicana no Brasil. Sem ele, o Congresso de Lausanne em 1974 não seria o mesmo, nem mesmo a igreja evangélica brasileira teria o engajamento que teve até aqui.
São servos do Senhor assim que fazem a diferença. São testemunhos de vida que dizem para nós que vale a pena servir ao Senhor de forma coerente e comprometida com as necessidades humanas, que sonham com a possibilidade de um dia superarmos nossas carências pela força do Evangelho, ainda que isso custe tanto. A vida de Robinson Cavalcanti vai falar por muito tempo, embora hoje silenciada pela maldade de um coração tomado pelo engano.
Caro Irenio,
ResponderExcluirTriste e sem palavras,
O menor.