A Rio+20, Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento
Sustentável, já começou prometendo ser um fracasso no que diz respeito à
produção de um acordo para aquilo que tem se chamado de “economia verde”. Seu
grande legado, no entanto, será envolver a sociedade organizada em um leque de
discussões que pode suscitar mudanças de atitude.
O maior problema enfrentado tem a ver com a adequação do modelo
econômico adotado para comportar o princípio da sustentabilidade. Outro
problema grave é a respeito de quem vai pagar a conta da implantação de um novo
paradigma para a economia mundial. O que se prevê é que esse custo represente
cerca de 2% de toda a riqueza produzida no mundo. O custo com material bélico e
até mesmo o custo para cobrir o rombo dos bancos em meio às grandes crises
envolvem somas muito maiores.
Já se chegou à conclusão de que este é o momento para tomada de
decisões a fim de possibilitar os mesmos recursos de que dispomos para a próxima
geração. Caso não sejamos capazes de uma decisão que contenha os avanços do
consumo, as possibilidades de solução diminuem conforme o tempo passa.
Já se chegou à conscientização de que a natureza fornece recursos
para o consumo sustentável para um planeta com até doze bilhões de habitantes.
Entretanto, se cada pessoa consumir como um cidadão norte-americano, serão
necessários três planetas Terra para dar conta.
Uma outra constatação é que o fenômeno do aquecimento global tem
sido questionado cientificamente. Sua principal causa pode não ser a emissão de
gases do efeito estufa. Outros problemas precisam de maior atenção, tais como
as causas do processo de desertificação e o comprometimento dos mananciais de
água para o consumo humano.
Os caminhos para o desenvolvimento sustentável passam, portanto,
por atitudes do tipo:
- erradicação da miséria, proporcionando oportunidade de geração
de renda e a desocupação das áreas de risco;
- repensar o papel das cidades, as formas de organização da vida
urbana e a relação das cidades com as áreas de preservação ambiental;
- mudança do modelo econômico vigente, substituindo a lógica do
lucro pela lógica da parceria, a base monetária por uma preocupação mais social
e o consumismo pela dinâmica do contentamento;
- cuidado com a geração futura, com ênfase no conhecimento e na
formação de valores para o sentido de comunidade e não da competição;
- formação de lideranças participativas, com o combate à corrupção
e a rejeição às lideranças autocentradas a partir de princípios de transparência
no trato do bem comum.
Pensar em sustentabilidade é imaginar um mundo ecologicamente mais
limpo, socialmente mais justo e politicamente mais ético. Embora a Rio+20 possa
resultar em poucas soluções práticas, isso desperta a necessidade de uma nova
espiritualidade. “Noutros tempos, blasfemar contra Deus era a maior das
blasfêmias [...] Agora, o mais espantoso é blasfemar da terra”, disse
Nietzsche. Não resta a menor dúvida que acima das decisões dos governos está o
chamado divino a uma atitude de respeito à vida como resposta de amor ao Deus
da vida.
Olá! Convido-o e a todos os seus leitores para uma leitura diferenciada, ou seja, na contra-mão de tudo que se fala sobre Rio+20 e o aquecimento global, no post intitulado "RIO+20 E A QUESTÃO AMBIENTAL: A VERDADEIRA HISTÓRIA DA PREOCUPAÇÃO COM O AQUECIMENTO GLOBAL", em:
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