quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Alegria de viver: envolva-se / Rejoice / Regocijarse

A vida na pós-modernidade é marcada pela diversidade de oportunidades e de relações de consumo. Somos confrontados o tempo todo diante de coisas que se oferecem para nos realizar e nos conferir identidade. Recebemos o apelo constante para dar vazão a nossos desejos. Somos intimados a experimentar o gozo a qualquer custo, a viver o instante como um fim em si mesmo.
Essa onda, porém, tem produzido um estado de ânimo que conduz a uma atitude mesquinha, superficial e cheia de ressentimentos. Corremos o risco permanentemente de nos entregarmos a uma sequência de queixas, de desencantamentos, de perda da fé e da esperança naquilo que pode redimir a vida humana de sua própria maldade.
Essa não é a vida que Deus sonhou para nós quando criou o homem a sua imagem e semelhança. Afinal, ele não é um Deus ranheta, carrancudo e mal-humorado. Nem é o tipo de vida que o Espírito de Deus nos encoraja a viver em tempos como esse.
A vida debaixo da graça é um constante convite à alegria. Aquele que experimenta a graça e acolhe o convite amoroso para ser um participante do Reino de Deus adentra em um caminho de muitas alegrias. Ela brota do coração daquele que crê, jorra de dentro daquele que é fiel e sincero de um modo tal que contagia outros e inunda o ambiente que o cerca. A alegria de tomar parte do Reino contagia e se manifesta como missão.
Jesus disse que a nossa tristeza será transformada em alegria (João 16.20). E a alegria há de ser tanta que ninguém será capaz de tirá-la (João 16.22). Por onde Jesus passou, houve alegria. Por onde os discípulos passaram, houve alegria. Onde a graça reina, há alegria.
A promessa divina é que todo pranto será transformado em canto de alegria. E a missão profética consiste em levar essa nova de tanta alegria conde a tristeza impera.
É interessante notar que toda situação de afastamento, de desânimo, de fraqueza, de tentação e até de pecado começa com uma atitude de reclamação, de murmúrio, de queixa. A proposta do evangelho é de uma vida que desafia a nossa conformação e nos encoraja a viver de tal modo que lance fora toda a tristeza.
O chamado do evangelho é um convite à adoção de um novo paradigma, uma nova cultura que nos chame a um envolvimento de vida que supere aquilo que tem atuado como raiz de amargura. Precisamos desenvolver uma atitude que expulse os ladrões de alegria de nossa vida e nos restitua o prazer de viver de acordo com os propósitos divinos.

Viver o evangelho é viver a alegria de ter encontrado a salvação. Esse é o caminho que conduz à vida plena. É uma vida que não vive para si mesmo, mas que se abre para o outro e que faz toda a diferença por onde passa. Uma vida que só dá para ser experimentada quando a gente se envolve por inteiro e partilha com outros aquilo que nos proporciona a alegria de viver.

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