A vida na pós-modernidade é marcada pela
diversidade de oportunidades e de relações de consumo. Somos confrontados o
tempo todo diante de coisas que se oferecem para nos realizar e nos conferir
identidade. Recebemos o apelo constante para dar vazão a nossos desejos. Somos
intimados a experimentar o gozo a qualquer custo, a viver o instante como um
fim em si mesmo.
Essa onda, porém, tem produzido um
estado de ânimo que conduz a uma atitude mesquinha, superficial e cheia de
ressentimentos. Corremos o risco permanentemente de nos entregarmos a uma
sequência de queixas, de desencantamentos, de perda da fé e da esperança
naquilo que pode redimir a vida humana de sua própria maldade.
Essa não é a vida que Deus sonhou para nós
quando criou o homem a sua imagem e semelhança. Afinal, ele não é um Deus
ranheta, carrancudo e mal-humorado. Nem é o tipo de vida que o Espírito de Deus
nos encoraja a viver em tempos como esse.
A vida debaixo da graça é um constante
convite à alegria. Aquele que experimenta a graça e acolhe o convite amoroso
para ser um participante do Reino de Deus adentra em um caminho de muitas
alegrias. Ela brota do coração daquele que crê, jorra de dentro daquele que é
fiel e sincero de um modo tal que contagia outros e inunda o ambiente que o
cerca. A
alegria de tomar parte do Reino contagia e se manifesta como missão.
Jesus disse que a nossa tristeza será
transformada em alegria (João 16.20). E a alegria há de ser tanta que ninguém
será capaz de tirá-la (João 16.22). Por onde Jesus passou, houve alegria. Por
onde os discípulos passaram, houve alegria. Onde a graça reina, há alegria.
A promessa divina é que todo pranto será
transformado em canto de alegria. E a missão profética consiste em levar essa
nova de tanta alegria conde a tristeza impera.
É interessante notar que toda situação
de afastamento, de desânimo, de fraqueza, de tentação e até de pecado começa
com uma atitude de reclamação, de murmúrio, de queixa. A proposta do evangelho
é de uma vida que desafia a nossa conformação e nos encoraja a viver de tal
modo que lance fora toda a tristeza.
O chamado do evangelho é um convite à
adoção de um novo paradigma, uma nova cultura que nos chame a um envolvimento
de vida que supere aquilo que tem atuado como raiz de amargura. Precisamos
desenvolver uma atitude que expulse os ladrões de alegria de nossa vida e nos
restitua o prazer de viver de acordo com os propósitos divinos.
Viver o evangelho é viver a alegria de
ter encontrado a salvação. Esse é o caminho que conduz à vida plena. É uma vida
que não vive para si mesmo, mas que se abre para o outro e que faz toda a
diferença por onde passa. Uma vida que só dá para ser experimentada quando a
gente se envolve por inteiro e partilha com outros aquilo que nos proporciona a
alegria de viver.
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