“Todos
os dízimos da terra, seja dos cereais, seja das frutas das árvores, pertencem
ao Senhor; são consagrados ao Senhor.” Levítico 27.30
O dízimo tem em si um mistério que somente
aqueles que o praticam conseguem experimentar. Não conheço nem nunca ouvi falar
de dizimistas enfrentando crise em suas finanças pessoais, ainda que sejam
pessoas de poucos recursos. E digo mais: os maiores dizimistas que conheci não
eram pessoas com renda elevada. Em toda a minha vida pastoral tenho visto que
entre os dizimistas mais fiéis encontram-se os mais pobres. Como o sábio um dia
afirmou: “Há
quem dê generosamente, e vê aumentar suas riquezas; outros retêm o que deveriam
dar, e caem na pobreza” (Provérbios
11.24).
O dízimo não é barganha, não é prestação, não é
voto e não é pagamento de promessa. Ser um dizimista é reconhecer que tudo
pertence ao Senhor e que nós temos o privilégio de sermos administradores do
que é dele, para a glória dele e para a consumação dos propósitos dele. É a partir dessa afirmação que entendo que o dízimo tem quatro perspectivas.
A primeira é que dízimo é mandamento. Foi uma ordem dada por Deus para que o serviço
religioso tivesse sustento. Alguns podem até argumentar que era uma lei para um
povo e uma cultura, em um tempo passado. Porém, é bom lembrar que Jesus não
condenou essa prática. Antes, a elogiou e recomendou a sua observância como
modelo para as práticas de misericórdia.
A segundo é que dízimo é dívida. Porém, não é para ser cobrada como uma fatura vencida. Pessoas
que não entregam o dízimo estão fraudando a administração dos recursos de que
dispõe. Quem não consegue administrar o pouco não pode esperar o muito. Quem
não consegue destinar uma parte do pouco para aquilo que acredita, jamais se
contentará com o muito.
A terceira é que dízimo é simbólico. Ele é representativo de nossa confiança no cuidado
divino. Pessoas dizimistas são fiéis. A entrega do dízimo é um ato de
fidelidade. Por isso que ele é voluntário, pois cada um sabe de sua capacidade
e qual é a sua necessidade. Ninguém deve entregar o dízimo por constrangimento
ou por barganha, mas confiar nas promessas divinas.
E a quarta é que dízimo é princípio. Deus espera mais de nós do que a fidelidade. Ele espera
também generosidade. Pessoas generosas são capazes de ofertar além do dízimo.
Pessoas que são dizimistas, embora seja até elogiável, podem agir como
legalistas e usarem sua prática para oprimir e manipular seus semelhantes.
Quem acha que o dízimo é para enriquecer
religiosos engana-se e esconde com esse discurso o seu próprio egoísmo. Pense
nisso.
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