A morte
de Marielle Franco, vereadora de um partido de esquerda, militante da favela da
Maré, ativista em defesa de Direitos Humanos e relatora da comissão especial
que acompanha a intervenção federal no Estado do Rio de Janeiro foi uma
execução. Junto com ela, morreu também o trabalhador desempregado que lhe
servia como motorista Anderson Pedro Gomes. O veículo recebeu 9 tiros. Foram 9
tiros! Todos disparados de dentro de um carro que perseguiu a vítima com a
precisão de um endereço certo.
A morte
de Marielle está inserida em um momento histórico vivido pelo Brasil, que
assiste ao crescimento de uma mentalidade fascista, dominada por uma forte
segregação social contra negros, mulheres, pobres e de esquerda. Todo discurso
que é nutrido por movimentos de direita, por grupos parlamentares favoráveis ao
armamento, por políticos ávidos pelo poder acabam criando um clima que favorece
práticas dessa natureza.
As vozes
que se levantam em favor do direito das minorias vão sendo hostilizadas ao
ponto destas se tornarem vulneráveis em meio ao clima de violência que graça
por todo lado. Há um ódio alimentado contra pensadores, ativistas,
simpatizantes e até de quem se mostra um pouco sensibilizado com o evidente retrocesso
socioeconômico que o Brasil enfrenta desde que o golpe de 2016 foi urdido e
colocado em prática. Esse mesmo golpe que entregou o governo nas mãos de um
grupo sem escrúpulos, que se torna manchete diária por tentar escapar das investigações
de seus maus feitos.
A morte
de Marielle acontece em meio a um contexto: trabalhadores são agredidos em São
Paulo por lutarem por seus direitos, índios se levantam em luta pela defesa de
suas terras. O sangue jorra pelo país. O golpe deixou o país em trevas. A execução de Marielle é simbólica do momento que o
país vive. E o mais triste é que essa mentalidade fascista dominante ainda vai
fazer muitas vítimas. Mas não vão nos calar. Marielle, presente!
Anderson, presente!
Minha
admiração pela militância dessa mulher, negra, mãe, socióloga e mestre, que
sempre se posicionou em defesa dos mais frágeis. Minha indignação pela sua
morte de forma tão brutal, que escancara o grau de impunidade e insegurança em
que vivemos. Meus respeitos pelo seu legado. Uma grande perda, sem dúvida. Que
outras vozes se levantem.
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