quinta-feira, 15 de março de 2018

Marielle: ativista de Direitos Humanos executada / Human rights activist executed / Activista de Derechos Humanos ejecutada


A morte de Marielle Franco, vereadora de um partido de esquerda, militante da favela da Maré, ativista em defesa de Direitos Humanos e relatora da comissão especial que acompanha a intervenção federal no Estado do Rio de Janeiro foi uma execução. Junto com ela, morreu também o trabalhador desempregado que lhe servia como motorista Anderson Pedro Gomes. O veículo recebeu 9 tiros. Foram 9 tiros! Todos disparados de dentro de um carro que perseguiu a vítima com a precisão de um endereço certo.
A morte de Marielle está inserida em um momento histórico vivido pelo Brasil, que assiste ao crescimento de uma mentalidade fascista, dominada por uma forte segregação social contra negros, mulheres, pobres e de esquerda. Todo discurso que é nutrido por movimentos de direita, por grupos parlamentares favoráveis ao armamento, por políticos ávidos pelo poder acabam criando um clima que favorece práticas dessa natureza.
As vozes que se levantam em favor do direito das minorias vão sendo hostilizadas ao ponto destas se tornarem vulneráveis em meio ao clima de violência que graça por todo lado. Há um ódio alimentado contra pensadores, ativistas, simpatizantes e até de quem se mostra um pouco sensibilizado com o evidente retrocesso socioeconômico que o Brasil enfrenta desde que o golpe de 2016 foi urdido e colocado em prática. Esse mesmo golpe que entregou o governo nas mãos de um grupo sem escrúpulos, que se torna manchete diária por tentar escapar das investigações de seus maus feitos.
A morte de Marielle acontece em meio a um contexto: trabalhadores são agredidos em São Paulo por lutarem por seus direitos, índios se levantam em luta pela defesa de suas terras. O sangue jorra pelo país. O golpe deixou o país em trevas. A execução de Marielle é simbólica do momento que o país vive. E o mais triste é que essa mentalidade fascista dominante ainda vai fazer muitas vítimas. Mas não vão nos calar. Marielle, presente! Anderson, presente!
Minha admiração pela militância dessa mulher, negra, mãe, socióloga e mestre, que sempre se posicionou em defesa dos mais frágeis. Minha indignação pela sua morte de forma tão brutal, que escancara o grau de impunidade e insegurança em que vivemos. Meus respeitos pelo seu legado. Uma grande perda, sem dúvida. Que outras vozes se levantem.

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