Essa experiência
dos povos originários, que se apresenta em diferentes modalidades, ressalta a
importância da casa como lugar de acolhimento. Parte do dia, os moradores realizam
suas atividades fora da oca, recolhendo-se no interior da mesma para o descanso,
a alimentação e o cuidado uns com os outros. No interior das casas, cada família
convive com as demais de forma harmoniosa e colaborativa. Esse sentido da casa
comum serve como inspiração para repensarmos a maneira como vivemos no planeta.
O papa
Francisco tem feito constantes apelos ao cuidado do planeta como nossa a casa
comum. Já na encíclica Laudato Si,
ele lançou o desafio de unir toda a família humana na busca de um
desenvolvimento sustentável e integral para o bem da vida no planeta. “A
humanidade possui ainda a capacidade de colaborar na construção da nossa casa
comum” (FRANCISCO. 2015, § 13). Deixar de cuidar dela é um pecado grave que põe em
risco toda forma de vida. Portanto, é preciso cuidar-se, cuidar uns dos outros
e deixar-se ser cuidado.
De que forma
podemos cometer um pecado grave em relação à nossa casa comum? Tornando-se
indiferente aos mais vulneráveis, explorando a natureza indiscriminadamente e desenvolvendo
uma mentalidade gananciosa e acumuladora. Precisamos aprender de forma solidária,
participativa e preocupada com a sustentabilidade. A isso poderíamos chamar de
a grande revolução do cuidado.
Há um ditado
popular espanhol que diz: “Deus perdoa sempre; nós perdoamos às vezes; a
natureza não perdoa nunca”. Estamos vivendo um momento único na história da
humanidade em que temos a chance de lutar para reverter o avanço da crise
ambiental, agindo pelo cuidado da casa comum. É urgente que cada um assuma a
responsabilidade de tomar a iniciativa para fazer algo em favor da criação e da
preservação de todas as formas de vida existentes no planeta. O nosso grande
alvo deve ser o de, juntos, desenvolvermos as condições para um planeta sustentável e acolhedor para
todas as criaturas.
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