Platão, certa vez, comentou sobre Tales de Mileto, considerado como o primeiro a desenvolver uma atitude filosófica. Tales tinha o costume de refletir sobre o significado dos astros para a existência olhando fixamente para o céu estrelado. Em certa ocasião, sem se dar conta por onde pisava, acabou caindo num buraco. Uma empregada doméstica que viu aquilo riu e zombou de Tales:
– Aquele ali se preocupa tanto com o que se passa no céu, mas não tem olhos para ver o que tem diante do nariz e debaixo dos pés.
O pensamento é isso, essa atitude curiosa que parece que nos permite sair de nós mesmos, como uma viagem ou um voo sem sair do lugar. Não foi à toa que os gregos antigos definiram o pensamento como um passeio da alma. Pensar é parte essencial de nossa natureza humana, exprime nossa existência e é o que nos dá a condição de tomar decisões, fazer escolhas, estabelecer princípios e normas e até atribuir o que vem a ser verdade. Relacionadas com o pensamento estão a consciência e a inteligência, a primeira como a nossa capacidade de percepção da realidade e a segunda como a nossa capacidade de solucionar problemas, atribuir significados e de encontrar novos caminhos, o mesmo que ter entendimento.
A capacidade humana de pensar é o que lhe dá abertura para procurar e encontrar aquilo que é possível, compreensível, adequado. O homem é de fato um animal em busca de significados, como abertura para o novo, destinados à procura constante e interminável. Descartes afirmou que pensar é “tudo o que acontece em nós de modo que nós o percebamos imediatamente por nós mesmos; por isso não só entender, querer e imaginar, mas também sentir é a mesma coisa que pensar”.
Por que agimos assim? Dizer que é porque somos animais racionais não resolve o problema. A grande verdade é que nós não nascemos prontos. É um engano pensar que envelhecemos à medida que vivemos. Na verdade, esse negócio de envelhecimento acontece com as coisas, não com o ser humano. Digo isso para a alegria dos que já passaram de uma certa idade. Quem envelhece é geladeira, fogão, televisão. Meu carro, quando saiu de fábrica, já estava pronto. À medida que o tempo passa, ele envelhece e se deteriora. Eu, porém, conforme vivo, me aperfeiçoo, aprendo, melhoro, cresço, mudo. E isso acontece em meio à atividade do pensamento, que permeia as minhas descobertas e me estimula a novas experiências.
Em tempos de diversidade e de fragmentação, a capacidade humana de pensar envolve dois aspectos: um ligado às estratégias – a necessidade de pensar e agir globalmente, de estar envolvido em grandes sistemas, de ultrapassar fronteiras – e outro relacionado ao “como fazer” – a questão operacional e tática de agir localmente, criando mecanismos de sobrevivência. A ênfase é pensar globalmente e agir localmente, o lema difundido por ambientalistas no mundo inteiro. Isso pode ser sentido em várias circunstâncias na vida profissional e no campo das artes. Há uma demanda cada vez maior por uma combinação entre ação e reflexão, instrumentalidade e capacidade crítica.
Edgar Morin, em A cabeça bem-feita, fala da necessidade de uma reforma no modo de pensar. Ele destaca o fato de que vivemos num tempo em que acontece o fenômeno da hiperespecialização, essa tendência de se valorizar a máxima especialização que impede de ver o global e o essencial. É o caso do mecânico que é especialista em injeção eletrônica de última geração, mas não consegue entender como funciona o sistema de arrefecimento do carro, quanto mais o que envolve a mecânica automotora. Para Morin, “quanto mais os problemas se tornam multidimensionais, maior a incapacidade de pensar sua multidimensionalidade; quanto mais a crise progride mais progride a incapacidade de pensar a crise; quanto mais planetários tornam-se os problemas, mais impensáveis eles se tornam”.
Esse quadro de crise de percepção da realidade é resultado de uma combinação que envolve o surgimento de novos processos tecnológicos, interesses econômicos, intervenção dos meios de comunicação e de transporte, o que tem levado a uma nova relação de tempo e espaço. Nós não dispomos mais dos mesmos recursos engendrados na Modernidade para rever e atualizar a nossa percepção de mundo. Hoje, lidamos com um campo perceptivo mais complexo, que não se limita a uma experiência individual, que envolve a virtualidade e exige a mediação de instrumentos e mecanismos que estão para além de nossa compreensão imediata. Você consegue explicar de forma rápida como funciona a brincadeira no PlayStation Move? E isso acontece também em escala global e até mesmo no que podemos chamar de nano-escala.
– Aquele ali se preocupa tanto com o que se passa no céu, mas não tem olhos para ver o que tem diante do nariz e debaixo dos pés.
O pensamento é isso, essa atitude curiosa que parece que nos permite sair de nós mesmos, como uma viagem ou um voo sem sair do lugar. Não foi à toa que os gregos antigos definiram o pensamento como um passeio da alma. Pensar é parte essencial de nossa natureza humana, exprime nossa existência e é o que nos dá a condição de tomar decisões, fazer escolhas, estabelecer princípios e normas e até atribuir o que vem a ser verdade. Relacionadas com o pensamento estão a consciência e a inteligência, a primeira como a nossa capacidade de percepção da realidade e a segunda como a nossa capacidade de solucionar problemas, atribuir significados e de encontrar novos caminhos, o mesmo que ter entendimento.
A capacidade humana de pensar é o que lhe dá abertura para procurar e encontrar aquilo que é possível, compreensível, adequado. O homem é de fato um animal em busca de significados, como abertura para o novo, destinados à procura constante e interminável. Descartes afirmou que pensar é “tudo o que acontece em nós de modo que nós o percebamos imediatamente por nós mesmos; por isso não só entender, querer e imaginar, mas também sentir é a mesma coisa que pensar”.
Por que agimos assim? Dizer que é porque somos animais racionais não resolve o problema. A grande verdade é que nós não nascemos prontos. É um engano pensar que envelhecemos à medida que vivemos. Na verdade, esse negócio de envelhecimento acontece com as coisas, não com o ser humano. Digo isso para a alegria dos que já passaram de uma certa idade. Quem envelhece é geladeira, fogão, televisão. Meu carro, quando saiu de fábrica, já estava pronto. À medida que o tempo passa, ele envelhece e se deteriora. Eu, porém, conforme vivo, me aperfeiçoo, aprendo, melhoro, cresço, mudo. E isso acontece em meio à atividade do pensamento, que permeia as minhas descobertas e me estimula a novas experiências.
Em tempos de diversidade e de fragmentação, a capacidade humana de pensar envolve dois aspectos: um ligado às estratégias – a necessidade de pensar e agir globalmente, de estar envolvido em grandes sistemas, de ultrapassar fronteiras – e outro relacionado ao “como fazer” – a questão operacional e tática de agir localmente, criando mecanismos de sobrevivência. A ênfase é pensar globalmente e agir localmente, o lema difundido por ambientalistas no mundo inteiro. Isso pode ser sentido em várias circunstâncias na vida profissional e no campo das artes. Há uma demanda cada vez maior por uma combinação entre ação e reflexão, instrumentalidade e capacidade crítica.
Edgar Morin, em A cabeça bem-feita, fala da necessidade de uma reforma no modo de pensar. Ele destaca o fato de que vivemos num tempo em que acontece o fenômeno da hiperespecialização, essa tendência de se valorizar a máxima especialização que impede de ver o global e o essencial. É o caso do mecânico que é especialista em injeção eletrônica de última geração, mas não consegue entender como funciona o sistema de arrefecimento do carro, quanto mais o que envolve a mecânica automotora. Para Morin, “quanto mais os problemas se tornam multidimensionais, maior a incapacidade de pensar sua multidimensionalidade; quanto mais a crise progride mais progride a incapacidade de pensar a crise; quanto mais planetários tornam-se os problemas, mais impensáveis eles se tornam”.
Esse quadro de crise de percepção da realidade é resultado de uma combinação que envolve o surgimento de novos processos tecnológicos, interesses econômicos, intervenção dos meios de comunicação e de transporte, o que tem levado a uma nova relação de tempo e espaço. Nós não dispomos mais dos mesmos recursos engendrados na Modernidade para rever e atualizar a nossa percepção de mundo. Hoje, lidamos com um campo perceptivo mais complexo, que não se limita a uma experiência individual, que envolve a virtualidade e exige a mediação de instrumentos e mecanismos que estão para além de nossa compreensão imediata. Você consegue explicar de forma rápida como funciona a brincadeira no PlayStation Move? E isso acontece também em escala global e até mesmo no que podemos chamar de nano-escala.
Olá, Pastor. Creio q o pensamento está muito relacionado com a fé. Devemos amar Deus com todo entendimento, adorá-lo em verdade e prestar-lhe um culto racional. Contudo, a fé é o firme fundamento de muitas coisas e a prova de tantas outras. Por isso, as coisas espirituais são loucura para o homem natural, um verdadeiro quadro de crise de percepção da realidade, resultante do pecado, que nos afasta de Deus e nos impede de enxergar o plano divino para a humanidade. Sem Cristo, é humanamente impossível compreender a grandeza do reino de Deus.
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