sexta-feira, 12 de outubro de 2018

A democracia sob ameaça / Democracy under threat / La democracia bajo amenaza


O segundo turno da eleição não é um combate, mas uma oportunidade de diálogo marcado pelo bom senso, que prime por um processo de paz e que vise a formação de uma sociedade mais justa e solidária. Duas ideias de governo estão sendo avaliadas. E entendo que as pessoas devem ser livres para fazer suas escolhas, lidando com informações transparentes, com o contraditório e conhecendo melhor o caráter de seus candidatos. O uso de ofensas, memes e “fake news” não contribui em nada para uma avaliação minimamente proveitosa.
O segundo turno exige que se escolha um lado, e o lado certo dessa escolha é a oposição a toda forma de fascismo, ditadura e barbárie. Estou torcendo para que a maioria escolha o lado da democracia, da liberdade e da civilidade. O debate político para o segundo turno deve ser uma discussão transparente de propostas que possam fazer o país avançar em termos de desenvolvimento econômico com justiça social, com oportunidade para todos e com o respeito aos direitos humanos. Não há outra saída para o Brasil. E essa saída só se dá pelo caminho da democracia. Isso é civilidade.
Minha posição para o segundo turno é estar ao lado da democracia, contra toda forma de fascismo. Não quero ficar omisso diante da ameaça real de cerceamento das liberdades, de retirada de direitos conquistados e de aumento da opressão contra as minorias e os mais vulneráveis. Aprendi no evangelho que o lugar do cristão é ao lado da justiça, da compaixão, da tolerância, do amor, do perdão. Jamais estarei ao lado de quem faz apologia à tortura. Meus exemplos são: Dietrich Bonhoeffer, que não se calou diante do nazismo, quando Hitler ainda era visto como um homem de bem; Martin Luther King Jr, que se posicionou firmemente contra o preconceito e o racismo numa sociedade que se achava liberal, com um forte discurso pacifista e não armamentista; Desmond Tutu, que assumiu a luta contra o apartheid; Jesus de Nazaré, que inspirou a tantos na história para lutarem pela justiça e pelo amor e me chamou para ser um portador de boas notícias para o mundo.
A bandeira da democracia não é de um partido ou de um candidato. É de todos aqueles que desejam viver numa sociedade mais justa, livre e solidária, como defende a Constituição Brasileira. O Estado Democrático de Direito é o ideal para toda nação. O fato curioso é que a democracia não está sob ameaça somente no Brasil. O avanço da extrema direita no mundo e a consequente retomada do discurso fascista acontece em várias partes do mundo. Esse fenômeno é resultado do neoliberalismo que se impõe como forma de cominação do mercado sobre a sociedade. Neoliberais não se importam de trazer à tona a face do fascismo, fomentando o ódio a quem pensa diferente.
Ficar silencioso diante do crescimento dessa onda de ódio e de insensatez que toma conta do debate político é algo que me faz muito mal. Não quero ser omisso diante do que está sendo tramado contra o povo deste país. E oro para que Deus não permita que os tempos de exceção retornem em nossa nação. Esse é o lema: democracia acima de tudo, liberdade acima de todos.

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